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A notícia quente do fim de semana foi a mudança do nome do Twitter para X. Simplesmente X.

Cris Alessi

Cris Alessi

Cris Alessi é consultora de inovação e transformação digital, conselheira, palestrante, investidora-anjo e autora do livro "Gestão de Startups: desafios e oportunidades”.

Twitter

Pássaros azuis e o X que quer conectar tudo

01/08/2023 19:47
Quem acompanha o mundo da tecnologia entendeu o título da minha coluna de hoje. A notícia quente do fim de semana foi a mudança do nome do Twitter para X. Simplesmente X.
No app, de um dia para o outro, o famoso pássaro azul voou e deu lugar a um preto e direto X. O topo de um prédio no centro de São Francisco, anteriormente conhecido como sede do Twitter, agora ostenta um enorme X para o desespero das autoridades urbanísticas da cidade.
Muitos criticam a excentricidade do homem mais rico do mundo. Outros olham com surpresa e curiosidade. Mas o certo é que esta mudança nada tem de repentina.
Antes de mais nada, vale lembrar que tipo de empresário é Elon Musk. Ele é cofundador e CEO da Tesla, uma das marcas mais valiosas do mundo. A atuação principal da companhia é direcionada para fabricação e distribuição de veículos elétricos, com a Tesla Motors, mas também atua em projetos de sustentabilidade. Com foco em energia limpa, a Tesla projeta e comercializa dispositivos de armazenamento de energia, baterias para casa, painéis e telhas solares, e produtos e serviços relacionados.
Ele também é fundador da SpaceX, empresa fabricante de naves espaciais, provedora de serviços de lançamento e empresa de comunicações via satélite. Ela foi criada com o objetivo de reduzir os custos de transporte espacial e colonizar Marte. Responsável pelo primeiro voo espacial em espaçonave de propriedade privada.
Musk ainda possui a Neuralink Corporation, uma empresa de neurotecnologia que está desenvolvendo interfaces cérebro-computador implantáveis. Acaba de receber autorização para realizar estudos para implantes cerebrais em humanos.
No ano passado, depois de mais de seis meses de negociações, várias idas e vindas, incluindo a desistência do empresário, um processo do Twitter e a demissão de muitos colaboradores, Elon Musk comprou o Twitter por cerca de 44 bilhões de dólares. Logo depois da compra, Elon Musk escreveu: "adquirir o Twitter é um acelerador para a criação do X, o aplicativo para tudo.” Poucos entenderam à época.
Lançou também a xAI, empresa focada em inteligência artificial que tem como promessa (ou marketing) “compreender a verdadeira natureza do universo".
Em março de 2023, criou a X Corp. uma empresa de tecnologia subsidiária integral da X Holdings Corp. para controlar todas as suas empresas.
A fixação de Elon Musk pela letra X é tanta que esse é também o nome do seu filho (juro).
É esse mega empresário que está por trás da estratégia da mudança do Twitter para  X: “um aplicativo de tudo”, um super app. Muito além dos 140 caracteres originais que moldaram a nossa jornada com as redes sociais. A mudança do Twitter pretende ir além das postagens.
"X é o estado futuro da interatividade ilimitada — centrado em áudio, vídeo, mensagens, pagamentos e banco —, criando um mercado global para ideias, bens, serviços e oportunidades. Alimentado por inteligência artificial, o X conectará todos nós de maneiras que estamos apenas começando a imaginar", disse a CEO Linda Yaccarino ao anunciar a mudança.
Na busca de entregar tudo a partir de uma só plataforma, o X já começa a estabelecer novas formas de relacionamento com os produtores de conteúdo. A plataforma quer ser uma fonte de renda para os produtores. Hoje, o YouTube é o melhor exemplo para isso. “Queremos que o X seja o melhor lugar na internet para ganhar a vida como criador e este é o nosso primeiro passo para recompensá-lo por seus esforços”, afirmou um tweet… opa, uma postagem do X.
Mas não é só isso... Elon Musk planeja que o X seja uma potência em fintech. Quer dizer, ele planeja um complexo sistema financeiro que ocupe o espaço de “metade do sistema financeiro global”. E de sistema financeiro ele também entende. X.com foi um banco online fundado por Elon Musk em novembro de 1999 que depois se fundiu com PayPal - quer dizer, Elon Musk também foi o cofundador de uma das primeiras gigantes de pagamentos digitais.
Vamos ter que aguardar os próximos acontecimentos para saber o quanto e quando essas promessas se tornarão realidade. Mas é certo que este é mais um daqueles casos que precisamos ler a notícia e buscar o que há por trás do acontecimento em si. Neste caso, há mais coisas do que imagina nossa vã filosofia, como diria o poeta.

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