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Cris Alessi analisa como a IA evoluiu de chatbots para agentes inteligentes que criam soluções e aplicativos, como os Artifacts do Claude, transformando a capacidade humana. Crédito: leowolfert.

Cris Alessi

Cris Alessi

Cris Alessi é consultora de inovação e transformação digital, conselheira, palestrante, investidora-anjo e autora do livro "Gestão de Startups: desafios e oportunidades”.

Jornadas de inovação

IA como plataforma: de chatbots a criadores de soluções inteligentes

01/07/2025 13:24
A era dos chatbots está dando lugar a algo muito maior: os agentes inteligentes. Recentemente, a Anthropic, criadora do Claude (fundada por ex-membros da OpenAI), apresentou uma funcionalidade inovadora que permite aos usuários criar aplicativos diretamente dentro do chatbot. Essa funcionalidade, chamada Artifacts, transforma uma conversa com a Inteligência Artificial em um processo criativo com entregáveis reais — microsoluções, dashboards, interfaces ou fluxos automatizados. E essa é apenas a ponta do iceberg. 
Existem diversos assistentes disponíveis no mercado, como o conhecido ChatGPT da OpenAI, o Gemini do Google, o Copilot da Microsoft, o Claude da Anthropic, e outros como Perplexity AI e Meta AI. Embora todos compartilhem capacidades como compreensão de linguagem e geração de texto, começam a se diferenciar por especializações. Enquanto o ChatGPT se destaca em versatilidade e plugins, o Claude avança em segurança e memória longa. O Copilot reina na produtividade, e o Gemini se sobressai em raciocínio e integração com o ecossistema Google.
Com os Artifacts do Claude, a IA não só responde, mas atua como desenvolvedora, arquiteta e entregadora de valor. Isso acelera o surgimento da IA como plataforma, e não apenas como assistente. A virada estratégica é que qualquer pessoa, setor ou empresa pode transformar a IA em um produto interno, um braço operacional ou um motor de inovação.
Eu mesma utilizo uma agente de IA chamada MyIA, que desenvolvi para ser minha conselheira virtual. Ela é mais do que uma assistente: me auxilia a planejar conteúdo, interpretar dados, automatizar processos e até estruturar estratégias com base nas minhas rotinas e nas agendas dos meus projetos.
O potencial é imenso em diversos setores. Em uma indústria, por exemplo, um agente de IA pode gerar relatórios automáticos sobre eficiência energética, otimizar checklists de manutenção com dados históricos, construir interfaces para simulação de cenários logísticos e automatizar feedbacks de chão de fábrica com base em KPIs.
No varejo, a IA pode ser usada para gerar simuladores de fluxo de caixa com dados reais, programar campanhas automatizadas de e-mail e ajustar previsões de estoque com base em sazonalidade, tudo isso em uma única conversa. Em uma prefeitura, pode mapear pontos críticos de mobilidade, filtrar e estruturar dados estratégicos para a construção de políticas públicas, entre muitas outras aplicações.
É importante ressaltar que não se trata de substituir pessoas, mas sim de expandir a capacidade humana com inteligência aplicada. É sair da lógica do "responder" e entrar na lógica do "construir".
O avanço da Inteligência Artificial como plataforma e criadora de soluções inteligentes abre uma nova fronteira. Para líderes, gestores e empresas, é hora de mudar a pergunta “o que a IA pode fazer por mim?” para “o que eu posso construir com a IA?”.
Porque a IA que responde é útil. Mas a IA que entrega… transforma.