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A NVIDIA, que começou como uma empresa de desenvolvimento de processadores gráficos, se tornou um dos nomes centrais na evolução da inteligência artificial, impulsionando inovações que moldam o futuro da tecnologia. Crédito: Jonathan Weiss/Bigstock.

Cris Alessi

Cris Alessi

Cris Alessi é consultora de inovação e transformação digital, conselheira, palestrante, investidora-anjo e autora do livro "Gestão de Startups: desafios e oportunidades”.

Jornadas de Inovação

Plataformas e ecossistemas de inteligência artificial marcam o início de 2025: o caso da NVIDIA

14/01/2025 17:09
A primeira semana de 2025 começou com um evento que dita o ritmo das maiores inovações do ano: o CES (Consumer Electronics Show), realizado em Las Vegas. Esse encontro icônico reúne empresas, executivos e visionários que não apenas acompanham as tendências tecnológicas, mas as lideram. Na palestra de abertura, Jensen Huang, CEO da NVIDIA, trouxe uma visão profunda e inspiradora sobre o impacto da inteligência artificial e o papel central da empresa nesse cenário.
Decidi compartilhar os principais pontos de sua apresentação em uma série de três artigos. Neste primeiro, vou contextualizar a trajetória da NVIDIA e destacar como o momento que vivemos hoje é resultado de uma evolução consistente ao longo das últimas duas décadas.
Huang iniciou sua palestra com uma retrospectiva da sua história. Ele entrou em um túnel do tempo, lembrando como a empresa começou revolucionando a indústria de games com processadores gráficos que transformaram os PCs em ferramentas poderosas de entretenimento visual. Esses avanços não só proporcionaram gráficos incrivelmente realistas, como também abriram as portas para a aplicação mais ampla da computação gráfica em outros setores.
Um marco importante dessa trajetória foi a criação do AlexNet, em 2012, uma rede neural que inaugurou novas possibilidades no aprendizado profundo (Deep Learning). Esse foi o ponto de virada para o avanço do Machine Learning, quando máquinas começaram a interpretar imagens, sons e textos com níveis impressionantes de precisão. Desde então, a NVIDIA tem se destacado como protagonista no desenvolvimento de hardware e plataformas que democratizam o acesso a essas tecnologias, permitindo a criação de inovações em larga escala.
Durante a apresentação, Huang destacou a evolução da inteligência artificial em diferentes fases. Primeiro, vimos as máquinas aprendendo a reconhecer padrões básicos em textos, imagens e sons. Depois, veio a era da IA generativa, que revolucionou a criação de conteúdos ao possibilitar a geração quase autônoma de vídeos, imagens e sons. Em seguida, chegamos aos agentes de IA, sistemas que não apenas aprendem, mas também planejam e executam ações de maneira independente, assumindo o papel de “fazedores e cuidadores”. Agora, estamos às portas de um novo estágio: a IA física. Nessa fase, a inteligência artificial se conecta diretamente ao mundo real, interagindo ativamente por meio de robôs e outros sistemas.
Huang trouxe exemplos fascinantes de como IA, aprendizado de máquina e poder computacional podem transformar a produtividade. Imagine iniciar a produção de um vídeo com apenas alguns frames iniciais e deixar que a IA planeje e crie todo o restante. Essa combinação de tecnologias está redefinindo os limites da criatividade e da eficiência. Huang também ressaltou como essas inovações reduzem custos e aumentam a produtividade, tornando-as não apenas uma ferramenta tecnológica, mas também uma oportunidade de negócios sem precedentes.
Outro destaque foi a capacidade da NVIDIA de integrar todo o ecossistema de IA por meio de plataformas que conectam pesquisadores, desenvolvedores e empresas. Ferramentas escaláveis e acessíveis reforçam o papel da empresa como líder global, tornando a tecnologia mais inclusiva e impactante.
Essa história é um exemplo claro de como a inovação pode transformar setores inteiros e criar oportunidades antes inimagináveis. No próximo artigo, vou falar sobre os agentes de IA apresentados por Jensen Huang, mostrando como APIs possibilitam realizar quase tudo com inteligência artificial. No terceiro e último artigo, discutirei a era da IA física, abordando avanços como simulações, gêmeos digitais, e os sistemas que viabilizam carros autônomos, robôs de uso geral e indústrias completamente digitalizadas.
A palestra de Jensen Huang no CES 2025 não apenas nos apresentou tecnologias, mas também nos inspirou a olhar para o futuro com otimismo e curiosidade. A jornada da NVIDIA é uma prova de como a inovação pode transformar o mundo de maneira concreta e significativa.