Quando apontamos que o Brasil enfrenta desafios em termos de inovação, precisamos entender que se trata de uma fala muito complexa, pois envolve diversos fatores e faz com que muitas pessoas acreditem que nosso país é falho nesse sentido. Para abordarmos o assunto, precisamos entender quais motivos levam as pessoas a enxergar as possíveis falhas brasileiras neste assunto.
Um deles é o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), em comparação com outros países, limitando a capacidade de desenvolvimento de novas tecnologias e soluções inovadoras. Muito dessa falta de recursos que seriam destinados à pesquisa e desenvolvimento, impactam negativamente a capacidade das empresas apostarem em inovação.
Muito se dá, também, pela infraestrutura precária de muitas regiões em diversas áreas como transporte, energia e telecomunicação, que dificulta a implementação de novas tecnologias avançadas e, consequentemente, a criação de ambientes favoráveis à inovação. Este pode ser um obstáculo significativo. Por isso, muitas vezes pode ser chamado de falha.
A grande burocracia nos ambientes regulatórios brasileiros pode e dificulta o surgimento e o crescimento de startups e empresas inovadoras, muito pelo processo demorado e excesso de regulações, que podem desencorajar empreendedores e investidores que buscam oportunidades de inovação no país.
A meu ver, muito se deve também pela aversão ao risco que, de fato, pode representar uma barreira à inovação em alguns casos. Essa refere-se a um comportamento que evita ou minimiza a exposição a situações incertas ou arriscadas, sempre buscando a segurança e estabilidade. Essa mentalidade, muitas vezes, inibe a disposição de assumir riscos necessários para impulsionar a inovação.
Por fim, é importante destacar que estes são apenas alguns dos fatores que podem estar contribuindo para os desafios enfrentados pelo Brasil quando falamos em inovação. Vejo que, para impulsionar a inovação, é necessário um esforço conjunto entre diversos setores para melhorar a infraestrutura, simplificar os processos burocráticos, fortalecer a educação e investir no assunto, promovendo uma cultura de inovação mais robusta em nosso país.
Ana Calçado é CEO e presidente da Wylinka.