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O Open Innovation incentiva a colaboração entre empresas nos projetos inovativos, sendo a preferência de mais de 80% das companhias brasileiras.

Andressa Melo*

Andressa Melo*

Gerente de inovação FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).

Inovação aberta

Open Innovation: como impulsionar os negócios de maneira estratégica

29/09/2023 18:20
Com o avanço tecnológico atual, as companhias se veem obrigadas a impulsionar suas operações e investir em processos mais assertivos, a fim de gerar resultados que superem às expectativas de clientes e parceiros e se destacar perante a concorrência. Indo de encontro a este propósito, a inovação se faz cada vez mais presente nos projetos de crescimento das empresas, sendo uma prioridade para 85% das companhias brasileiras, segundo uma pesquisa da consultoria ACE Cortex.
Neste sentido, existem duas formas principais de apostar em inovação. A primeira por meio da Inovação Fechada, utilizando recursos próprios, e a segunda pela Inovação Aberta, que incentiva a colaboração entre empresas nos projetos inovativos, sendo a preferência de mais de 80% das companhias brasileiras, de acordo com o levantamento realizado pela Organização Social Civil de Interesse Público, Softex.

Inovação aberta: acelerando o desenvolvimento empresarial

Ao contrário do modelo tradicional de Inovação fechada, o conceito de Open Innovation (inovação aberta, em inglês) defende que os processos inovativos em uma empresa podem surgir por meio de fontes externas, enfatizando a colaboração e o compartilhamento de ideias entre diferentes tipos de organização, como parceiros comerciais, fornecedores, clientes, universidades e, até mesmo, o público em geral.
A inovação aberta permite, portanto, que diferentes perspectivas e expertises sejam úteis no impulsionamento e implementação de inovações, garantindo que as companhias se concentrem em suas áreas de especialização de fato, enquanto contam com a colaboração externa para complementar e auxiliar em suas capacidades e conhecimentos.
Voltado a todos os tipos de empresas e setores, aqueles que não seguem com um processo de Open Innovation correm o risco de desenvolver desafios ao expandir suas ideias, transformando a inovação em um processo mais moroso e de maior custo.
Desta forma, a adoção deste modelo possibilita que as organizações criem novos produtos, renovem seus serviços, reduzam os custos, minimizem os riscos operacionais e, ainda, alcancem de forma mais assertiva seu público-alvo. Isto porque, com a troca de conhecimentos, o fluxo de inovação ocorre de maneira mais orgânica, aumentando a visibilidade sobre os pontos de melhorias nas organizações.
Além disso, a inovação aberta garante a aceleração do desenvolvimento empresarial, ampliando a criatividade, expandindo as oportunidades de negócios e otimizando a competitividade das empresas, permitindo que elas se mantenham atualizadas e relevantes no ambiente corporativo.
No entanto, é importante frisar que sua implementação bem-sucedida requer uma cultura organizacional aberta à colaboração, construção de relacionamentos de confiança e à gestão eficiente dos processos de inovação.

O processo de adesão ao Open Innovation

Atualmente, são diversos os programas de financiamento que fomentam a participação de mais de um tipo de empresa em inovação aberta, como o programa de Projetos Cooperativos, promovido pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).
Uma de suas apostas é, por meio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), o desenvolvimento de projetos compartilhados entre empresas que pertencem à mesma cadeia produtiva, o que pode gerar novos produtos e processos que beneficiem todo o setor atendido pelas companhias.
Sendo assim, existem várias formas de implementar Open Innovation nas empresas, desde parcerias com startups, que representam o principal perfil de parceiros (67%) em ações de inovação aberta, segundo a Softex, até a participação em hubs de inovação, ou seja, ambientes que promovem a conexão e o desenvolvimento de soluções inovadoras.
Sendo assim, definir objetivos claros, criar uma cultura de colaboração, identificar parceiros e redes de cooperação, estabelecer canais de comunicação e interação, promover ações de incentivo e avaliar o progresso e os resultados dos projetos são alguns dos principais passos a serem seguidos por uma companhia que deseja implementar a inovação aberta.
Entretanto, existe uma forma efetiva de iniciar este processo. Ela consiste em coletar ideias de clientes, fornecedores da empresa e públicos estratégicos. Além disso, é essencial pontuar que Open Innovation é um processo contínuo e interativo, em que a companhia deve estar aberta a aprender com as experiências, ajustar sua abordagem e buscar constantemente novas oportunidades de colaboração.
Em resumo, a principal tendência da inovação aberta é incentivar a participação ativa das empresas em ecossistemas de inovação, proporcionando um ambiente de trocas, envolvendo necessidades e oportunidades, bem como aumentando a capacidade competitiva das companhias com uma proposta de negócio mais atual e inovador, assim como é exigido pelo mercado.
*Andressa Melo é gerente de inovação FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).