Patrícia Zanlorenci*
Global Startup Ecosystem Report
Mercado promissor: um panorama dos investimentos em startups no Paraná
Culturalmente, São Paulo é o berço das tecnologias mais avançadas do Brasil. A exemplo do Vale do Silício, no estado são criados projetos inovadores diariamente, por seu tamanho e sua densidade. O que muitos não sabem é que os três unicórnios brasileiros fora do estado estão no Paraná. Hoje, o Sul do país é uma potência em inovação, tecnologia e nova economia.
Em 2020, a capital Curitiba foi a única cidade brasileira a entrar no ranking Global Startup Ecosystem Report, que elenca os 100 ecossistemas de startups mais promissores do mundo. No ano passado, outras cidades já entraram na dinâmica da inovação. Curitiba manteve a posição de segunda melhor cidade do Brasil para startups, conforme o Startup Ecosystem Index Report 2022. O relatório mundial, feito pelo instituto israelense StartupBlink, analisa o número de startups, a qualidade delas e o ambiente de negócios.
São Paulo segue no primeiro lugar no país, mas, além da vice-liderança da capital paranaense, a lista tem Porto Alegre em quinto, Florianópolis em sexto e Joinville em nono. Maringá (PR) em 18º lugar, Blumenau (SC) na 20ª posição, Londrina (PR) em 21º e São Leopoldo (RS) na 22ª colocação também fazem parte da lista.
De acordo com um levantamento do Sebrae, cerca de 10% das startups do Brasil são sediadas no Paraná, chegando a quase 2 mil empresas em 2022. Isso representa um crescimento de 36,4% no número de startups em relação à pesquisa do ano anterior, quando eram 1.434.
Das regiões que mais concentram startups, Curitiba e Litoral aparecem em primeiro lugar, com 485 startups mapeadas (25% do total). Na sequência, estão a regional de Londrina (379 ou 19%), a de Pato Branco (355 ou 18%), de Cascavel (325 ou 17%), Maringá (304 ou 15%) e Ponta Grossa (109 ou 6%). Já a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) revela que 35% desse tipo de empresa na região Sul são paranaenses.
Outro ponto de destaque no Paraná é a diversidade de segmentos e de atuação das empresas, que vêm revolucionando o mindset de todos os setores. Inclusive fora da tecnologia, gerando, assim, um ambiente plural e essencial para acelerar os motores da economia do estado e impulsionar a indústria 4.0 na região.
Hoje, podemos observar startups promissoras nas áreas de saúde, pet, fintechs, edutechs e serviços em geral. Além disso, cidades como Pato Branco e Ponta Grossa, importantes centros da indústria agropecuária do estado, também vêm se tornando um celeiro para agrotechs, biotechs e greentechs. Entre 28 verticais econômicas analisadas pelo Sebrae, a que mais apresentou novos empreendimentos em 2022 foi a agrotech, com 59 novas startups na comparação com o ano anterior.
Empresas como Ebanx, Contabilizei, MadeiraMadeira, Leadlovers, Pipefy, James Delivery e Certus Software levam o nome do Paraná para o mundo, mas ainda existem muitas sementes em busca de investimentos e parcerias para se consolidarem no mercado. Em um cenário promissor, venture builders podem ser a chave estratégica para alavancar projetos, contribuir ainda mais para impulsionar potencialidades e fazer girar a economia no país.
Neste ano, investimentos e ações para fomentar novas startups, bem como para aquelas que precisam crescer ,estão no radar do mercado. O trabalho conjunto entre poder público, iniciativa privada, universidades, terceiro setor, entidades e serviços autônomos é fundamental para criar pontes com a sociedade e manter fortalecido esse auspicioso ecossistema de inovação.
*Patrícia Zanlorenci, CEO da Vellore Ventures, braço de inovação do Grupo Vellore