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Com o avanço da inteligência artificial, o marketing ao vivo atinge novos níveis de personalização e engajamento, proporcionando experiências cada vez mais imersivas, intuitivas e impactantes. Crédito: Marina1408/Bigstock.

Rafael Gamba Bettoni

Rafael Gamba Bettoni

Rafael Gamba Bettoni é sócio e diretor de planejamento da iOn live.

Marketing ao vivo

Inteligência artificial: experiências reais

25/09/2024 18:45
Marcas sempre buscaram criar conexões emocionais com seus públicos, sejam eles consumidores, colaboradores ou potenciais clientes. Recentemente, essas “experiências de marca” vêm sendo potencializadas pela inteligência artificial, a famosa IA (ou para os mais adeptos da língua inglesa, AI). 
A incorporação de novas tecnologias tem provocado uma transformação significativa no Live Marketing. No campo da inteligência artificial conversacional, na qual se enquadram os chatbots e assistentes virtuais, os robôs são capazes de responder a perguntas, recomendar produtos e oferecer suporte durante eventos ao vivo.
Durante o Web Summit Lisboa 2022, por exemplo, o Google utilizou seu assistente de IA para criar um estande interativo, onde os participantes podiam fazer perguntas sobre o evento, receber recomendações personalizadas e até se envolver em conversas mais profundas sobre a tecnologia da empresa.
Além disso, havia uma experiência baseada em lyp sync. Pela IA do Google, pasmem, câmeras compreendiam o que os lábios das pessoas cantavam e, dependendo da articulação, geravam uma nota que garantia ou não o acesso a uma vending machine lotada de brindes. Não era de se esperar menos de uma empresa que desenvolveu também uma IA capaz de criar músicas sem instrumentos físicos, apenas a partir da compreensão semântica do texto​ (MusicLm).
Falando em música, outros exemplos do uso da IA aconteceram no recentíssimo Rock in Rio 2024, um evento sempre recheado de experiências, games, brinquedos radicais, metaversos e que, edição a edição, vem se consolidando como uma referência em ativações de marcas.
No espaço Heineken Power Station, por exemplo, o público pôde se transportar para shows históricos do festival. A graça era ver isso como se estivesse no meio do público. Já a TIM trouxe um karaokê 5G, agrupando no estande da marca, por meio de holografia, participantes que estavam à distância, como uma banda que se encontra de verdade. Quem participava na Cidade do Rock estava lado a lado com que cantava de uma loja no shopping New York City Center.
Ainda no evento, a inteligência artificial também apareceu nos bastidores, revolucionando a segurança do festival. O aspecto mais inovador foi a velocidade e a eficiência na análise em tempo real das imagens captadas por mais de 100 câmeras e drones.
Como um rock pesado, que soa cheio de atitude aos ouvidos e bate forte no peito, a tendência é que as IA’s se integrem cada vez mais ao live marketing. De maneira bastante breve, espera-se que haja avanços práticos no uso de dados biométricos, reconhecimento de padrões e até mesmo nas análises preditivas, capazes de criar experiências que não só se adaptem em tempo real aos desejos do público, mas também antecipem seus anseios.
Com o avanço da IA, o marketing ao vivo atinge novos níveis de personalização e engajamento, proporcionando experiências cada vez mais imersivas, intuitivas e impactantes, impulsionadas por dados e tecnologia de ponta.  A pauta, certamente, será protagonista nos maiores eventos de tecnologia do mundo, nos quais painéis dedicados à inteligência artificial, análise de dados e interatividade prometem debater e elucidar conceitos sobre marketing ao vivo e tecnologia. São as inteligências artificiais gerando experiências cada vez mais genuínas, reais e, sobretudo, marcantes para nós, humanos.