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Freelancing + CLT: como juntar os dois e ter sucesso na área de tecnologia?

Eduardo Koller*

Freelancing & CLT

Freelancing + CLT: como juntar os dois e ter sucesso na área de tecnologia?

17/09/2022 20:52
Você já flertou com a ideia de pegar trabalhos pontuais como freelancer de produto? Se você é Product Manager, Product Designer, Tech Lead, Quality Assurance, DevOps, Desenvolvedor ou Desenvolvedora, com certeza já se perguntou como fazer para conciliar o trabalho CLT com os projetos de freelancing. Porém, existem algumas técnicas que ajudam a combinar o seu emprego full time/integral com trabalhos de freelancing.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), coletados em janeiro de 2020, o Brasil é o terceiro país do mundo com maior quantidade de trabalhadores autônomos. Estima-se que existem 1,3 milhões de brasileiros desenvolvem trabalhos sem vínculo empregatício. Esse movimento fez surgir o modelo de economia alternativa Gig Economy, que consiste em pessoas com trabalhos temporários. Esse é um resultado da flexibilização do mercado de trabalho diante da era digital, que tem favorecido o crescimento do freelancing.
Mas, enquanto muitos brasileiros estão vendo no freelancing um escape do desemprego, essa não é a realidade para profissionais de tecnologia seniores. A verdade é que essas pessoas, com anos de experiência no mercado de trabalho tradicional, muitas vezes conciliam projetos de freelance com empregos CLT. Isso acontece por diversos motivos, entre elas estão a vontade de aumentar a renda e encontrar novos desafios, para se desenvolver de forma acelerada, sem as burocracias e limitações de uma contratação tradicional.
Mas você deve estar se perguntando: como fazer com que o trabalho freelancer não consuma o seu tempo livre ou atrapalhe as entregas do seu trabalho full-time? Existem algumas dicas básicas para fazer esse combinado dar certo.
1 -  Conheça sua realidade
A capacidade de organização e planejamento pessoal é chave para profissionais autônomos(as). Para garantir que você mantenha uma rotina saudável de trabalho e dê conta de todas as suas responsabilidades, comece mapeando o tempo que precisa para cumprir com as entregas do seu trabalho tradicional. A partir disso, você vai saber quanto tempo tem para um projeto paralelo e poderá avaliar quais vagas são compatíveis com a sua disponibilidade.
2 - Tenha disciplina e organização
Planeje a sua rotina em detalhes, com a ajuda de ferramentas, como por exemplo o Google Calendar, ou até mesmo uma agenda de papel. Separe os horários que dedicará a cada trabalho, levando em conta as cerimônias Scrum de cada squad e o seu tempo de produção individual.
Dica de ouro: separe slots de foco, em que você terá foco total em uma atividade e deve evitar interrupções.
3 - Entenda a diferença entre comunicação síncrona e assíncrona
Em squads de produto multidisciplinares, a disponibilidade para trocas com o time é importante. Se alinhe com colegas sobre o que precisa ser conversado de forma síncrona e o que pode aguardar algumas horas para ser respondido, após os seus slots de foco.
4 - Defina seu objetivo
O que você busca em um projeto? Talvez você queira ganhar mais, aprender uma nova skill, aplicar conhecimentos de estudos recentes, construir um produto que vá mudar o mundo ou fazer networking com outros profissionais seniores de tecnologia de todo o Brasil.  Entenda quais são as suas prioridades e busque projetos que estejam alinhadas com elas.
5 - Construa um bom portfólio
Você, como profissional sênior, com certeza tem muita bagagem no seu cargo. Mostre isso para potenciais contratantes por meio de um portfólio. Você pode criar um site pessoal, um documento no drive, um artigo no LinkedIn ou um perfil em ferramentas como Github, Behance ou Journo Portfolio. O importante é mostrar resultados do seu trabalho e contar um pouco sobre o processo de construção dele. Assim você mostra o seu toque pessoal e o valor do seu trabalho.
Para Desenvolvedores(as), Tech Leads, DevOps e Quality Assurance, é muito importante ver projetos que saíram do papel – uma biblioteca, um trabalho anterior ou até mesmo um projeto pessoal. O mais importante é não só deixar o código à vista, mas explicar o que foi usado e como foi feito. O nível de detalhe faz toda a diferença.
*Eduardo Koller é co-founder e Principal Engineer da BossaBox. Responsável pela jornada de tecnologia da BossaBox, assim como  acompanhamento das  equipes de produto e engenharia e seus padrões, arquitetura de software e outros processos voltados para clientes e profissionais prolancers.