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A diversidade é obrigatória para sustentar o crescimento econômico, para um país, um setor ou mesmo uma empresa.

Alberto Vargas*

Inclusão

Diversidade no mundo corporativo: quais são os desafios?

23/12/2022 16:42
A diversidade é uma necessidade no mundo moderno dos negócios. No mercado de seguros, cerca de 90% das empresas, que participaram do relatório feito pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), adotam práticas de diversidade no ambiente corporativo. Ainda assim, se uma empresa está diversificando sua base de colaboradores por necessidade ou como parte de um plano estratégico, pode não ser um processo fácil.
A diversidade é obrigatória para sustentar o crescimento econômico, para um país, um setor ou mesmo uma empresa. Acompanhar uma força de trabalho global em constante mudança exige que as empresas, em particular, examinem suas necessidades e ajustem suas estratégias de negócios de acordo.
Contratar pessoas de várias origens diferentes – em termos de gênero, idade, etnia, crenças religiosas, nacionalidades e habilidades físicas, para citar alguns – não apenas estimula a inovação, mas pode ajudar uma empresa a alcançar melhor os mercados dos quais os diversos colaboradores vêm.
Em essência, a diversidade descreve uma série de características que afetam os valores, crenças, atitudes e comportamentos de um indivíduo. Diversidade sem inclusão vale menos do que quando os dois são combinados, primeiro, as pessoas se sentem incluídas quando são tratadas “com equidade e respeito”. Em seu ponto mais alto, a inclusão é quando as pessoas sentem "segurança" para falar sem medo ou constrangimento ou retaliação, e quando as pessoas se sentem “empoderadas” para crescer e fazer o melhor trabalho possível, a inclusão é um elemento crítico para que a diversidade de pensamento surja.
Entender por que a diversidade – ou qualquer iniciativa em toda a empresa – é necessária é o primeiro passo para instituir a mudança. Uma força de trabalho diversificada é fundamental para refletir uma sociedade global e a base de clientes das empresas. Ele permite que os executivos entendam melhor as necessidades de seus clientes e se comuniquem de forma mais eficaz. Além disso, a diversidade impulsiona a inovação e fomenta a competitividade. Trata-se de olhar além da paridade demográfica para o resultado final: diversidade de pensamento.
Quanto mais pessoas à bordo, mais dinâmicas as iniciativas de mudança terão e menor será a probabilidade de serem abandonadas ou perderem apoio. Todos os colaboradores da empresa estão pessoalmente comprometidos com a mudança? Eles realmente acreditam nos benefícios da diversidade ou sua iniciativa é apenas o resultado da necessidade de cumprir cotas?
Porém, um dos desafios de construir um ambiente diverso surge quando colaboradores de diferentes origens entram em um ambiente de trabalho, anteriormente homogêneo. As lacunas culturais originadas de diferentes preferências de estilo de interação, pensamento e senso de si podem causar falhas de comunicação e outras barreiras à eficiência.

Por que trazer o futuro para a empresa?

Muitos líderes sabem que a diversidade está se tornando a norma, mas não necessariamente a buscam ou a abraçam. Alguns até tratam a diversidade simplesmente como uma exigência legal imposta a eles por cotas e não conseguem ver a forma positiva como a diversidade impacta as organizações.
Os líderes precisarão desaprender velhos hábitos e preconceitos à medida que se adaptam a desenvolvimentos como trabalho remoto e execução de projetos globais compostos por equipes dispersas de pessoas, geralmente de diferentes culturas, que colaboram virtualmente.
Os princípios de confiança e comunicação se estendem a novos modelos de negócios baseados em redes colaborativas em vez de contratos de trabalho tradicionais. As pessoas precisam de feedback e um sentimento de pertença. Ser muito claro em nossas comunicações é muito importante neste modelo de rede.

Existem alguns passos que podem ajudar a corporação a trazer mais diversidade, como:

  • Contrate e abrace líderes multiculturais e diversos. Eles definem o tom, constroem uma equipe e gerenciam de maneira culturalmente flexível – entendem as barreiras e têm um talento especial para a resolução de conflitos.
  • Foque na comunicação entusiasta com uma atitude positiva. Evite julgamentos, dirija-se claramente aos colegas, não tenha medo de pedir que repitam ou reafirmem o que você ouviu e certifique-se de que “a voz de todos importa!”. Isso cria coesão em um espaço no qual as culturas podem conflitar.
  • Construa relacionamentos fortes, trabalhando lentamente para quebrar barreiras, construir confiança e estabelecer as bases para sua equipe. Aprenda sobre interesses de carreira, educação, origens culturais, hobbies e vida social. Tire um tempo e se envolva em conversas.
  • O treinamento direcionado pode promover diversidade, inclusão, pertencimento, trabalhar na resolução de conflitos e oferecer oportunidades de aprendizado contínuo. Começar com o treinamento transcultural proporcionará uma sensação de realização, propósito e unidade.
  • Defina estratégia, visão, missão, valores, expectativas de desempenho e processos para que você possa alinhar e se comprometer (revisões periódicas serão necessárias). “Wirearchy”. Uma combinação de mentalidade ágil conectando acompanhamento oportuno, comunicação eficaz e responsabilidade ajudam a manter relacionamentos. Fluxo dinâmico baseado em conhecimento, confiança, credibilidade e foco em resultados, possibilitado por pessoas e tecnologia interconectadas. Esteja preparado para ouvir, ser responsável e transparente.
  • Celebre a inovação. Reconheça o trabalho excelente, aceite sugestões com graça e mente aberta, reconheça e recompense conquistas e sucessos da equipe e trabalhe para estimular a criatividade e a autenticidade no local de trabalho.
Cabe às lideranças criar uma atmosfera inclusiva, na qual diversos colaboradores prosperem, assegurando que todos possam acessar os mesmos recursos, de maneira que os processos sejam inclusivos e não impeçam que ninguém participe plenamente.
*Alberto Vargas é especialista em administração de empresas pela Universidade de Warwick na Inglaterra.