Giselle Freire*
Público-alvo
Compreender as micro jornadas do negócio é vital para gerar conversão aos clientes
A busca e definição do perfil do público-alvo é uma das primeiras tarefas de qualquer empresa. Já a segunda, com certeza, é o entendimento dos momentos, lugares e maneiras com que as pessoas podem se relacionar com os seus produtos e serviços. Até, por esse segundo item, é primordial que todas as marcas identifiquem o mais rápido possível as micro jornadas capazes de levar seus consumidores em direção a sua marca ou produto.
Como já sabemos, estamos em uma era onde o omnichannel deixou de ser um diferencial, mas praticamente uma obrigação. Portanto, essas micro jornadas precisam ser estudadas de variadas maneiras - seja de forma on-line ou off-line - para que na ponta final se traduzam em conversão.
Por todo esse contexto, hoje as agências mais do que nunca necessitam conhecer profundamente o comportamento dos públicos-alvo dos seus clientes para atuar com êxito. Ou seja, como fornecedores, precisamos disso para sugerir o melhor direcionamento dos canais de comunicação e a forma ideal para engajar o público-alvo. Mais do que isso, os criativos precisam criar campanhas já alinhadas com as micro jornadas que fazem sentido para a marca.
Até por isso, é imprescindível também que o marketing e a publicidade contem com o apoio das tecnologias de BI e database, pois o acesso aos dados possibilitam que a comunicação seja mais assertiva e a verba do cliente seja otimizada para a conversão. Tal mapeamento ainda é de extrema importância para realização de ações personalizadas, haja vista que hoje o consumidor dá maior valor à experiência e conteúdos que conversam diretamente com ele.
Peguemos como exemplo uma produtora de painéis de madeira (MDF), que possui um clube de fidelidade e almeja um aumento no número de marceneiros cadastrados. Nesse caso, é necessário compreender e colocar em prática as micros jornadas que mais se encaixam, estudar em que momento e o espaço que os profissionais estariam propensos a se aprofundar sobre o assunto e, por fim, apresentar as vantagens comerciais e intrínsecas ao fazer parte do clube. Perceba que o processo é concebido para que o cliente seja conquistado ao invés de ser induzido à associação.
No fim das contas, quanto mais a agência consegue compreender como o público-alvo do cliente toma decisões de compra em cada micro jornada, menos haverá dispersão de verba. Por isso, a tecnologia é fundamental para recolher informações capazes de gerar insights estratégicos, táticos e criativos, além de revelar à marca a maneira mais eficiente de estruturar um produto ou serviço e levá-lo ao conhecimento geral do público.
A inovação na publicidade não se trata apenas de ideias geniais que surgem aleatoriamente, mas também da capacidade de promover soluções com base no contexto de cada cliente de maneira ágil e precisa. A verdade é que o jogo mudou e faz tempo.
*Giselle Freire é CEO e diretora de contas na agência de marketing integrado DreamONE. Com mais de 20 anos de carreira, a executiva é formada em jornalismo pela UFRJ, possui MBA em marketing pelo IBMEC-RJ e mestrado em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero.