Rafael Mendes*
Opinião
Como o metaverso poderá impactar os negócios de vendas B2B
No texto de hoje, falaremos do impacto do metaverso nos negócios B2B. Sobre este assunto, há dados importantes, que devem ser considerados. Segundo estimativa do Gartner, até 2026, 25% da população mundial, ou seja, 2 bilhões de pessoas, estarão no metaverso. Além disso, 30% de todas as instituições do mundo disponibilizarão algum tipo de produto ou serviço.
Devido à relevância deste tema, é válido explicar o que é metaverso, por ainda ser um termo novo. Há, algumas definições, mas nenhuma contempla ainda a complexidade que ele nos apresenta. Para simplificar a compreensão, vamos definir metaverso como a criação de uma esfera virtual que se conecta positivamente com o mundo offline. Nessas criações no mundo virtual, são promovidas interações com o meio ambiente, com produtos, mas também com usuários do mundo todo. Nesse sentido, da mesma forma com a internet veio mudar a maneira como os seres humanos interagiam entre si, o metaverso volta-se para a experiência e o engajamento, influenciando diversas atividades cotidianas, desde uma compra, passando pela relação entre pessoas, até chegar ao âmbito profissional. Então, apesar da diversidade de aplicações do metaverso, esta é uma definição mais ampla do que ele é.
Atualmente, a aplicação do metaverso tem sido muito presente na indústria do entretenimento, como por exemplo, empresas especializadas na criação de cenários e promovendo experiências únicas ao assistir a um jogo da NBA ou da Champions League, ou ainda eventos religiosos e shows, como o Rock In Rio.
Na realidade de empresas B2B, antigamente eram comuns reuniões presenciais ou videoconferências, inclusive com produtos complexos e com ticket médio alto. Uma pergunta importante em relação a essa realidade é: como o metaverso pode impactar esse mercado B2B?
Cada vez mais as empresas se preocupam com a experiência do cliente, e isso inclui também as empresas B2B. Ao pensarmos, por exemplo, em empresas que vendem cursos e treinamentos para equipes, a ideia é mostrar o produto de maneira viável, ou seja, apresentando ao cliente a experiência que os funcionários dele terão. Essa apresentação e experiência é que o metaverso pode facilitar e otimizar tanto em questões financeiras como de tempo. Ao invés de somente apresentar dados e resultados alcançados, o foco é trazer o cliente para dentro da experiência que sua empresa está vendendo, para que ele vivencie antes de comprar e, consequentemente, se engaje com a atenção plena voltada ao assunto. Ou seja, quanto mais imersão, maiores são as chances de o cliente escolher o seu produto após vivenciar essa experiência promovida pela sua empresa.
Bem, e para começar a colocar em prática, é essencial pensar na acessibilidade para as empresas. Então, é inviável investir em uma experiência que demande mais do que sua empresa pode investir a princípio. O ideal, portanto, é utilizar elementos acessíveis da Web 2.0 para se conectar à Web 3.0, de maneira que seus clientes possam acessar a experiência que você apresenta sem precisarem adquirir, por exemplo, aplicativos caros ou novas máquinas. Hoje, portanto, o metaverso ainda é um serviço prestado por empresas que trabalham com realidade virtual, aumentada ou mista, e que trará pioneirismo para os negócios B2B. Obviamente, com o passar do tempo, ele será um produto que sua empresa poderá comprar, mas esta ainda não é a realidade atualmente.
Por fim, fica claro como o metaverso é algo que precisa ser olhado com muita atenção e, mais do que isso, é preciso pensar em como os vendedores precisam se adaptar para realizarem vendas valendo-se dos benefícios proporcionados por ele. Para isso, quem vende precisa estar atento às tendências tecnológicas que fazem mais sentido para o seu negócio, especialmente por este ser um campo ainda muito novo, sempre pensando na experiência e no engajamento do seu usuário. Dessa maneira, sua empresa será capaz de utilizar as melhores experiências, ou seja, as que se adaptarem a ela e aos seus clientes, mantendo-se atualizada com essa nova tendência do mercado e alcançando melhores resultados.
*Rafael Mendes é CEO da RP Trader.