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A NVIDIA vem seguindo as micro-revoluções que acontecem dentro da revolução tecnológica para se tornar uma das empresas mais valiosas do mercado. Crédito: dennizn/Bigstock.

Daniel Coelho

Daniel Coelho

Daniel Coelho é sócio da iOn live e Sportion, especialista em marketing, graduado pelo Founder Institute e nunca abre mão de criar experiências, seja nos eventos que organiza ou na sua vida.

De gráfico para jogos à IA

Quem quer ser um milionário? A escalada da NVIDIA para se tornar uma das empresas mais valiosas do mundo

27/09/2024 12:27
No momento em que escrevo esta coluna, a NVIDIA está prestes a recuperar o segundo lugar entre as empresas mais valiosas do mundo, logo atrás da Microsoft. Uma está avaliada em 3,035 trilhões de dólares e a outra em 3,196 trilhões de dólares de capitalização de mercado, respectivamente. A partir daí, o alvo passa a ser superar novamente a Apple, que vale 3,461 trilhões.
Aqui vai uma curiosidade: a U.S. Steel foi a primeira empresa a valer mais de 1 bilhão de dólares, lá em 1901. A Apple foi a primeira a superar a marca de 1 trilhão, ainda em 2018. E a primeira empresa fora do setor de tecnologia a alcançar esse feito só o conseguiu este ano, seis anos depois da Apple: a Berkshire Hathaway, do mago dos investimentos Warren Buffet.
Isso explica, em grande parte, a escalada da NVIDIA. Fundada em 1993, o objetivo inicial da empresa era trazer a tecnologia 3D para os jogos. Não confunda aqui com óculos 3D como no cinema. O objetivo era muito mais simples: que os jogos deixassem de ser planos e passassem a ter gráficos com volume e profundidade de campo.
Disso para aquilo. Crédito: Reprodução.
Disso para aquilo. Crédito: Reprodução.
Foi só em 1999, seis anos depois, que a NVIDIA apresentou ao mercado o que revolucionaria para sempre a indústria da computação gráfica: sua primeira unidade de processamento gráfico (GPU: Graphics Processing Unit). Também em 1999, a empresa fez sua oferta inicial de ações (IPO), com cada ação custando 12 dólares. Desde então, a NVIDIA se consolidou como sinônimo de processamento, especialmente gráfico, mas não somente.
Infelizmente, a história financeira da empresa ficou um pouco bagunçada com vários desdobramentos (splits) de suas ações na bolsa. Seria interessante observar como o valor de cada ação acompanhou de perto as narrativas tecnológicas ao longo dos anos, culminando na mais recente explosão de valor com a adoção da inteligência artificial.
Em 2000, ocorreu o primeiro split, de 2 para 1, dobrando o número de papéis disponíveis para compra. Em seguida, vieram mais dois splits de 2:1 em 2001 e 2006. Em 2007, um split de 3:2. Em 2021, um de 4:1. E o mais recente e agressivo, de 10:1, em junho de 2024.
Traduzindo: se você tivesse comprado apenas uma ação da empresa no IPO, por 12 dólares, hoje, após todos os desdobramentos, teria 480 ações. Avaliadas a quase 124 dólares cada uma, você teria mais de 59 mil dólares. Um “pequeno” aumento de 495.740% ou 4.958 vezes o valor inicial.
Mas o intuito deste texto não é vender curso de como ficar milionário. Seria antiético e, provavelmente, eu, você e 99% das pessoas teriam vendido suas ações assim que elas tivessem ultrapassado 10 vezes o valor inicial investido.
O objetivo aqui é mostrar como a empresa vem seguindo as micro-revoluções que acontecem dentro da revolução tecnológica. De uma empresa de gráficos para jogos, passou a processadores para mineração de criptomoedas e, agora, está amplamente focada na inteligência artificial, apontada por muitos como a próxima revolução industrial: máquinas e humanos trabalhando em conjunto.
Será que vale a pena comprar uma ação por 124 dólares?