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A opinião de quem está há um mês trabalhando no metaverso.

Daniel Coelho

Daniel Coelho

Daniel Coelho é sócio da iOn live e Sportion, especialista em marketing, graduado pelo Founder Institute e nunca abre mão de criar experiências, seja nos eventos que organiza ou na sua vida.

Metaverso pode ser simples

A opinião de quem está há um mês trabalhando no metaverso

24/08/2022 20:26
A pandemia nos forçou a repensar as relações de trabalho, seja com colegas, seja com o ambiente físico. Muita tecnologia nova apareceu, outras, já mais antigas, passaram a ser usadas com mais frequência. Neste quesito, nada bate o Zoom e seus similares. O uso foi tão demasiado que pessoas ao redor do mundo começaram a sofrer de Zoom Burnout. Ou seja, o cansaço mental e físico por passar o dia todo em frente à uma tela, conectado em reuniões.
Nas nossas empresas, estávamos cansados um pouco disso. As reuniões já não eram produtivas como antes, além do que, as trocas entre as equipes perderam sua fluidez. E, graças à indústria de games, fomos beber do Metaverso.
Bom, talvez você não saiba, mas o Metaverso pode ser simples. Encontramos um que não faz uso de óculos de realidade virtual e nem precisa de máquinas superpotentes para entregar uma experiência interessante. E lá fomos nós, criar o nosso espaço no Gather.
Ouso dizer que fomos um dos primeiros em nosso mercado de entretenimento a usar essa ferramenta diariamente. E os aprendizados têm sido interessantes. Separei alguns deles aqui embaixo:

1. Comunicação em um só lugar

Uma das coisas que nos incomodava era o fato do isolamento ter pulverizado a comunicação para diferentes canais. WhatsApp, e-mail, software de gerenciamento de projetos, todos usados de forma aleatória, deixando todo mundo maluco. Com o metaverso isso diminui bastante, afinal, se meu avatar está no escritório, basta chegar próximo a ele para falar comigo ou mandar um chat por ali mesmo.

2. Trabalho não pode ter só assunto de trabalho

Me desculpem os Workaholics, mas descontração e papos aleatórios são fundamentais para a construção da cultura de uma empresa. Além disso, por estarmos inseridos em um mercado criativo, vivemos de referências. Ou seja, descobrir um filme que o colega assistiu, uma matéria que outro leu, uma piada que alguém ouviu ajuda a construir uma base de referências que poderá ser acessada no futuro quando um novo projeto surgir. E como ninguém marca reunião para falar disso, essas conversas se perderam. Mas com o metaverso, resgatamos essas interações, afinal, os times trabalham conectados por áreas o tempo todo e podem dividir coisas off work com os demais no momento que quiserem. Criamos até um canto do café para quem quiser papear.

3. Colaboração acontece na proximidade

O metaverso que escolhemos funciona como o mundo físico. Quando meu boneco se aproxima de outro, minha voz e minha imagem ficam disponíveis para ele. Quando ele se afasta, minha voz e imagem também se afastam. Com isso, voltamos a ter aquele famoso “tem um minutinho para mim”, tão essencial para a construção de qualquer projeto.
Imagine só quanta coisa nasceu errada ou não foi corrigida a tempo por termos perdido a facilidade de chegar até alguém mais experiente sobre um assunto para tirar dúvidas ou ouvir conselhos.

4. Híbrido, home office ou office, tanto faz.

As empresas ainda estão batendo cabeça para encontrar um modelo ideal ainda. E, talvez, este modelo nem exista. Mas com o metaverso, tanto faz se meu time está em casa, na China, no escritório, na beira de piscina ou em um café. Afinal, ele estará no escritório, em sua mesa ou em outro espaço virtual que criamos. E se não quiser ser interrompido, basta colocar seu avatar como não disponível ou acessar um espaço exclusivo para focar a mente.

5. Só trabalho, sem diversão, faz de Jack um bobão

Acredito muito na famosa frase de O Iluminado. Sempre fiz questão de trabalhar ou criar ambientes leves para as pessoas. Não acredito em livros e cursos de alta performance que não têm um capítulo sequer que se dedique a importância de proporcionar isso ao time. Pressão pode ser remédio ou veneno, o que muda é a dosagem. Foi legal ver as pessoas decorando suas mesas no metaverso com itens absurdos, fazendo anúncios descontraídos para todos em nosso palanque virtual, decorando a mesa da cozinha com itens de aniversário para celebrar com os colegas. E dá para fazer muito mais.
O metaverso realmente é uma realidade. Ou, talvez, uma fuga dela, afinal, o mundo ficou chato demais depois do uso indiscriminado da videochamada.