Quando fundamos a Rage Quit Academy, nossa gaming school, a inspiração óbvia veio dos esportes analógicos. Você faz aulas de tênis para jogar melhor, faz condicionamento físico para aguentar mais em campo no futebol, treina jiu-jitsu para aprimorar a sua defesa pessoal. Então, por que não treinar para jogar melhor FIFA, morrer menos no Call of Duty ou ganhar mais o Royale do Fortnite.
E também vem dos esportes analógicos uma das startups mais interessantes que vi atualmente: a Buzzer. Eles querem criar um Spotify dos esportes tradicionais. São duas premissas principais que eles buscam resolver. Em primeiro lugar, como os clubes disputam diversos campeonatos e, estes, por sua vez, são transmitidos por diversos canais, fica oneroso acompanhar todos os jogos, pois isso exige que o consumidor tenha diversas assinaturas de streaming. Pegue o Manchester United por exemplo: os jogos da Premier League, a primeira divisão inglesa, passam na ESPN (ou Star+) e as partidas da Champions League na TNT (ou HBO Max). Em resumo, para acompanhar todos os jogos, você terá que ter um pacote de TV a cabo e mais duas assinaturas de streaming se não quiser perder nenhuma partida. Já se você mora em Boston e torce para os times de basquete, hockey, baseball, futebol e futebol americano da cidade, provavelmente terá que assinar mais de 3 serviços de streaming para acompanhar os jogos. Caro e nada prático para o usuário.
Além disso, a empresa também está revolucionando o conteúdo em si. Segundo eles, as novas gerações, que adotaram o celular como tela principal, estão cada vez mais interessadas em melhores momentos do seu time do que assistir a partidas inteiras. Ao seguir seus times favoritos, além de acompanhar os principais lances da partida, você recebe alertas e pode ver momentos decisivos em tempo real com outros fãs conectados. A plataforma contará até com apostas para deixar a experiência ainda mais interessante.
Como você viu, inovação nem sempre está em inventar algo totalmente novo, mas sim em prestar atenção nas mudanças dos hábitos de consumo do usuário, perceber as dores que não estão sendo resolvidas e, a partir daí, desenhar um produto ou serviço que atenda essas necessidades.