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Cerca de 70 mil pessoas, vindas de mais 160 países, são esperadas no Web Summit Lisboa. Crédito: Marcelo Gripa.

Marcelo Gripa

Marcelo Gripa

Marcelo Gripa é jornalista, especialista em comunicação corporativa e co-fundador da Futuros Possíveis, plataforma que gera discussões e inteligência sobre futuros.

Web Summit Lisboa

Web Summit Lisboa discute nova fase da IA e seus efeitos

14/11/2023 09:18
Começou nesta segunda-feira (12) a edição 2023 do Web Summit Lisboa, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo.
Nos próximos três dias, cerca de 70 mil pessoas, vindas de mais 160 países, vão se reunir na capital portuguesa para traçar tendências e debater os impactos da tecnologia nas empresas e sua influência na sociedade como um todo.
A inteligência artificial generativa é o principal tema do evento. Os holofotes estão voltados para os efeitos da fase atual da tecnologia, que amadureceu e teve sua adoção ampliada desde maio deste ano, quando aconteceu a edição brasileira do Web Summit Rio.
Naquela ocasião, a curiosidade sobre o potencial da IA dava o tom das discussões. Hoje, as atenções se voltam para desdobramentos mais complexos, como a regulação do uso da tecnologia.
O mercado caminhou a passos largos desde então. As grandes empresas de tecnologia intensificaram os investimentos em IA generativa e deram o recado: se depender delas, esta será a nova fronteira da tecnologia.
Apostas altas foram feitas. A Microsoft lançou o Copilot, assistente capaz de acompanhar uma reunião online e redigir uma ata da conversa, e o integrou ao pacote Office 365, ampliando as formas de uso no dia a dia do trabalho. O Google revelou o Bard, rival do ChatGPT, e muitas outras empresas deram seus primeiros passos neste novo caminho que começa a ser pavimentado.
Mas, nem todo mundo vê com bons olhos o avanço desenfreado da inteligência artificial. É o caso de Meredith Whittaker, presidente da Signal Foundation, uma das participações mais aguardadas no Web Summit Lisboa.
Meredith, que já trabalhou com o Google, é uma ferrenha defensora da transparência no treinamento da inteligência artificial, algo que, segundo ela, as big techs não fazem. Ela critica, ainda, o poderio financeiro e computacional exagerado e concentrado em poucas mãos, caso de Microsoft e Google. Além disso, na visão dela, o ChatGPT não passa de uma "porcaria" por disseminar desinformação.
No Web Summit Lisboa, o alvo de Meredith será o modelo de negócios das big techs. Em uma palestra que promete dar o que falar, ela vai questionar se as grandes empresas de tecnologia ainda conseguem manter a confiança dos usuários depois de tantos escândalos relacionados ao mau uso de dados pessoais e acusações de violações de privacidade.
Se você estiver no evento, não deixe de acompanhar esta conversa que acontecerá nesta terça-feira (13). Se não estiver, fique ligado(a) nesta coluna para saber os principais pontos diretamente de Lisboa.