Liderança vai muito além de conduzir equipes. É sobre reconfigurar o pensamento estratégico e emocional das organizações. Essa foi a provocação central do evento promovido pelo
Connect Executive Hub, que reuniu executivos de destaque como
Marcia Baena (VP de Gente e Gestão na COPEL),
Rodrigo Padilha (VP de Novos Negócios e Serviços na Electrolux),
Eudis Furtado (CEO da Compagas) e
Silvana Pampu (HR General Manager Latam na Renault).
Cultura como ativo estratégico
Uma pesquisa do MIT revelou que uma cultura organizacional forte é três vezes mais preditiva de performance do que a própria estratégia. Ainda assim, muitas empresas continuam tratando a cultura como um elemento secundário.
Para Marcia Baena, cultura e estratégia devem caminhar juntas:
“Não tem como desenvolver uma cultura forte se ela não representar o DNA da empresa e não estiver alinhada à estratégia. E, para isso, a liderança é um diferencial essencial.”
Eudis Furtado complementou com uma visão prática:
“Cultura é o que acontece quando ninguém está vendo. Ela influencia decisões, relações com stakeholders e acelera a coesão do time.”
Ambos enfrentaram o desafio de liderar empresas em setores regulados e em transformação, especialmente após processos de privatização — contexto que exige um novo mindset para alcançar resultados sustentáveis.
Privatização e o desafio humano
Segundo a PwC, 67% das empresas enfrentam desalinhamento cultural nos dois primeiros anos após a privatização. O desafio, portanto, não é apenas operacional, mas profundamente humano.
Na Compagas, Eudis Furtado disse que vê a transformação como um processo que começa pelas pessoas:
“Uma empresa só se torna melhor se os seus colaboradores se tornam melhores. É nisso que dedico a maior parte do meu tempo: transformar pessoas para que elas transformem a empresa.”
Ambidestria: liderar o presente e construir o futuro
Entre a pressão por resultados imediatos e a urgência por inovação, líderes precisam desenvolver a chamada ambidestria organizacional — a habilidade de equilibrar o hoje e o amanhã.
Rodrigo Padilha, da Electrolux, reforçou:
“Precisamos olhar sistemicamente e nos conectar com o ecossistema para trazer novos insights. Incentivar que nossos times circulem em outros ambientes é essencial para ampliar repertório.”
Ele também destacou que inovar não é apenas adotar novas tecnologias, mas mudar comportamentos, cultura e mentalidade, começando pela liderança.
Carreira como plataforma de transformação
O painel também abordou o papel do trabalho como catalisador de experiências e desenvolvimento pessoal. Para Marcia Baena, o trabalho é um espaço de transformação:
“Muitas das nossas primeiras experiências transformadoras aconteceram no ambiente de trabalho. Olhar para ele como um potencializador de vivências é essencial para uma boa gestão de carreira.”
Ela compartilhou que sua trajetória foi marcada por coragem nas decisões — uma dica valiosa para os profissionais presentes.
Rodrigo Padilha trouxe sua experiência de carreira não linear, marcada por mudanças de segmento e inquietude constante:
“O mercado valoriza profissionais que constroem pontes entre áreas. É no desconforto produtivo que surgem as maiores contribuições.”
Para ele, uma carreira potente exige protagonismo, curiosidade e adaptabilidade. O futuro do trabalho, segundo Padilha, será liderado por quem souber unir técnica e sensibilidade humana, criando ambientes onde o erro é parte do processo de evolução.
Conexões, inovação e relevância
Silvana Pampu, fundadora do Connect Executive Hub, compartilhou insights do SXSW (South by Southwest), evento global de inovação. Ela destacou temas como a arte e ciência das conexões, a arquitetura de novas carreiras e o conceito de “carreira Slash” — múltiplas habilidades e atuações simultâneas:
“Estar antenado aos grandes movimentos será crucial para se manter relevante em um ambiente cada vez mais dinâmico, onde a complexidade é o novo normal".
No Connect Executive Hub, temos observado — e provocado — esse movimento: carreiras não-lineares, redes de alta densidade, e jornadas que desafiam o modelo tradicional de sucesso.
Liderar é transformar
O evento reforçou que, em um mundo em constante transformação, liderar é mais do que gerir. É inspirar, conectar e provocar mudanças reais. E, acima de tudo, é construir uma carreira com propósito, coragem e visão de futuro.
Em tempos de IA generativa e automação acelerada, o que torna um profissional insubstituível não é a técnica, é a capacidade de construir pontes, ler contextos e liderar com sensibilidade humana.
Connect Executive Hub
O Connect Executive Hub promove uma confraria de executivos com membros de diversos segmentos, estados e países. A jornada de desenvolvimento executivo e liderança oferecida amplia o repertório e fortalece o networking com profissionais sêniores.
Para se tornar membro, agende um bate-papo pelo site.