O papel do líder na inovação

Inovação é coisa séria, praticada por gente dedicada, obstinada, casca grossa. E o motivo é simples: muitos dos inovadores estão inseridos em ambientes fundamentalmente anti-inovação. Ser antifrágil para eles não é moda, está no job description.

A inovação deve permear toda a cadeia produtiva, sendo um elemento essencial em cada etapa do processo. No entanto, é a liderança que deve servir como o principal propulsor da inovação, criando um ambiente que encoraje a experimentação e a aceitação dos riscos inerentes ao processo inovador. Um líder verdadeiramente inovador é aquele que não só promove, mas também modela o comportamento necessário para que a inovação se torne uma prática diária dentro da organização.

Atualmente, a grande maioria das empresas tem inovação no discurso: ou porque realmente acredita na importância dela, ou porque o mercado exige. Mas, como diz um amigo, na prática a teoria é outra. O mesmo executivo que cobra o atingimento de “indicadores de inovação”, quando algo dá errado pergunta “por quê?” ou “quem?”. As duas piores perguntas que se pode fazer para se criar um ambiente de segurança psicológica para a ousadia e a assunção de riscos.

Inovação é algo real e prático, não apenas uma ideia abstrata ou um conceito da moda. A palavra "inovação" carrega em si o sufixo "ação", o que sublinha a necessidade de movimento, execução e implementação. Não basta apenas pensar ou falar sobre inovação; é necessário agir, testar, aprender e ajustar continuamente. Somente por meio da ação a inovação pode se concretizar e gerar valor tangível para a empresa e seus stakeholders.

Para que o discurso vire prática, de uma vez por todas, o líder então precisa mudar. Tem que entender que não existe inovação sem riscos, e não existem riscos a prova de erros. A maioria absoluta dos profissionais não erra porque quer errar, mas porque, de alguma forma, assumiu algum tipo de risco.

Não estamos dizendo que o líder deva ser conivente com erros cometidos por clara negligência, ou erros que se repetem sem que o profissional tenha investido tempo no aprendizado com a ocorrência anterior. Mas assumir que todo erro é falta de competência, de cuidado ou de responsabilidade, é a marca registrada de líderes antiquados, medíocres e que criam um ambiente de terror psicológico.

Perguntar “por quê?” e “quem?” é prender as pessoas ao passado, as forçar a se justificar, as segurar no dilema e não na solução. Estas perguntas evocam o pior em nós, que é o lócus de controle externo, quando acreditamos que o poder de mudar, de fazer diferente, de inovar não está na gente, mas em fatores que fogem totalmente ao nosso controle.

Para sair do discurso e ir para a prática no campo da inovação, o líder tem que ser o primeiro a se reinventar. Trocar o “por quê?” e o “quem?” por “o quê?”, “como?”, “quando?”, “para quê?” vai levar o time para o futuro, para o aprendizado constante com os erros decorrentes de bons riscos assumidos, para o lócus de controle interno, para o infinito e além.

O Connect Executive Hub promovido pelo Instituto Connect traz na sua jornada de desenvolvimento executivo uma série de experiências que, como pano de fundo, contribuírem para alavancar a expertise em inovação. Entre as possibilidades, temos o programa de Board Advisor de Startups em parceria com o Cubo Itaú e outras ventures, além de parcerias para circular por grandes eventos que mobilizam o ecossistema.

“Errar e acertar, acertar e errar. O ciclo da inovação incorpora estes momentos. Mas o mais importante para um líder é aprender com os erros e acelerar os processos de aprendizagem. Uma falha ou erro sem aprendizagem é uma combinação sem valor. Por isso é importante aprender em todas as situações. Para mim, atuar como Board Advisor aproxima a possibilidade de vivenciar a agilidade e inovação que pulsa nas startups. Além disso, compor o Board com outros executivos amplia as perspectivas de visão de negócio e com certeza podemos contribuir com nossa expertise. A inovação é um ponto crucial no meu dia a dia como presidente da Valmet e como membro do comitê executivo global da empresa - seja para a melhoria contínua nos nossos projetos, processos e tecnologias ou em novos mercados e breakthroughs. A agilidade e o empreendedorismo das startups, somados à expertise dos executivos que encontro no Connect Executive Club, são, para mim, uma grande alavanca e contribuem na minha visão para ampliar nosso negócio, pautados em novas tecnologias e inovação”, diz Celso Tacla, presidente da Valmet South América e membro do Connect Executive Hub.

Na programação de próximos eventos do Connect Excutive Hub, Marcelo Leite, Data & Artificial Intelligence na Microsoft e Linkedin Top Voice que, atualmente, mora nos Estados Unidos, trará sua visão de como a IA pode potencializar a rotina dos executivos, trazendo um overview desde hábitos simples que impactam em eficiência, até um olhar mais estratégico de como observar grandes movimentos de IA que impactarão em nossos negócios e que com certeza podem ser incorporados nas discussões, pautas e estratégias para mover os negócios.