Na semana passada, participei do painel "Liderança na Era Digital e Tecnológica", em um evento promovido pelo Instituto Connect em parceria com a ISAE/FGV. Estive na companhia do professor João Lins e dos colegas Fernanda Ferrazza e Alexandre Sgarabotto. A mediação foi da founder do Instituto, Silvana Pampu.
Iniciamos a discussão com uma provocação importante do professor João Lins. Na visão dele, ele destacou quais serão os quatro grandes desafios e oportunidades que enfrentaremos daqui para o futuro: mudanças nas características do trabalho, novas dinâmicas demográficas e sociais, alterações na relação das pessoas com as organizações e as transformações internas das próprias organizações.
Durante a discussão, uma frase de Antoine de Saint Exupéry me veio à mente: "O futuro não é um lugar aonde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído. E o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino". Esta ideia resumiu perfeitamente a nossa conversa, iluminando as possibilidades que temos pela frente.
Liderar hoje vai além da competência técnica; exige uma resiliência psicológica profunda. O impacto da transformação digital, potencializado pela inteligência artificial, big data e computação quântica, está continuamente redefinindo o papel dos líderes. Estes precisam não só acompanhar o ritmo das inovações, mas também entender como elas afetam suas equipes. Adaptar-se a essas mudanças, sempre ancorados em um propósito comum, une e motiva tanto líderes quanto liderados.
A confiança emerge como um elemento central neste cenário. Com o aumento das interações virtuais e do trabalho remoto, a confiança entre líderes e equipes torna-se crucial para manter a coesão e o engajamento. Sem ela, até mesmo as equipes mais talentosas podem se encontrar desorientadas e desconectadas.
As características do trabalho estão mudando. A automação e a inteligência artificial estão substituindo tarefas repetitivas por novas formas de trabalho, como o remoto e o flexível, que exigem novas habilidades. Essa evolução obriga os líderes a revisarem como mantêm suas equipes relevantes e engajadas. Em cada passo, a tecnologia deve ser vista como um meio acelerador, facilitando o alcance de metas organizacionais, mas nunca como o objetivo final.
A demografia e a sociedade também estão em fluxo. Com uma população que envelhece e uma diversidade crescente nos locais de trabalho, os líderes devem cultivar ambientes que respeitem e valorizem essas diferenças, incentivando um espaço de trabalho que seja acolhedor e produtivo para todos.
Além disso, a relação das pessoas com as organizações está se transformando. A lealdade ao empregador está dando lugar a um foco maior na satisfação pessoal e no crescimento profissional. Isso desafia as organizações a fortalecerem suas culturas, tornando-as mais atraentes e engajadoras para reter talentos.
As próprias organizações estão mudando, adaptando-se a novas realidades de mercado e tecnologia. Esse dinamismo exige uma liderança capaz de reestruturar processos e integrar novas tecnologias de maneira ágil e inovadora.
O futuro que estamos criando é um tecido complexo de novos desafios e possibilidades infinitas. Como líderes, precisamos guiar nossas equipes por esse labirinto em evolução, preparando-nos para um mundo em que a tecnologia e a humanidade estão cada vez mais interligadas, sempre com o entendimento de que a tecnologia é um meio para alcançar um propósito mais amplo, e não o fim em si mesmo.
Como se manter relevante
Essa frase sempre ecoa em nossa trajetória profissional e, apesar de a temática do evento não ser sobre carreiras, era inevitável não falar sobre isso. Alexandre Sgarabotto trouxe a sua formação em engenharia, o seu percurso por áreas de manutenção e uma transição para liderar a área de Pessoas no Grupo Boticário. Já Fernanda Ferraza compartilhou sua história junto à Bosch, na qual transitou por áreas como Qualidade, Industrial, Inovação e, atualmente, lidera um grupo de Digital Transformation - e, um detalhe, sua formação não é na área de tecnologia e sim engenharia. Isso reforça ainda mais o poder de carreiras transversais e de construir novas perspectivas com base em competências relacionais.
Encontros como esse realizado em parceria com a ISAE/FGV e o Instituto Connect nos instigam a ter outro olhar sobre temáticas e nos inspirar com novas conexões. Nosso próximo encontro será com Jean Bigot, VP de Customer & Quality para Renault Latam; Felipe Vieira, CEO da Next Rental; e Ana Paula Camargo, investidora-anjo da WIM Angels. as inscrições podem ser realizadas pelo
site.
Confira os próximos encontros promovidos pelo Instituto Connect:
Dia 21 de maio: "O Smart Money como diferencial no ecossistema de inovação", evento que será realizado em São Paulo no Cubo Itaú. Inscrições no
site.
Dia 22 de maio: Connect Dinner em São Paulo. Inscrições pelo
link.
Dia 5 de junho: Carreiras: dicas e lesson learning. Inscrições no
site.
Inscrição para novos membros na Confraria de Executivos no
site.
A Connect Executive Hub, promovido pelo Instituto Connect, fomenta uma Confraria de Executivo com membros de diversos segmentos, estados e países. O ingresso é para gestores seniores e permite uma jornada de conexões e desenvolvimento executivo. Para conhecer a oportunidade, inscreva-se no site. E vem aí o GazzSummit Agrotechs
O GazzSummit Agrotechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em um dos setores mais relevantes do país. O evento será realizado no dia 15 de agosto de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeia produtiva ainda mais longe. Uma programação intensa de 12 horas de conteúdo, e mais de 25 palestrantes, espera os participantes que poderão interagir com players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores.
Garanta sua vaga no site.