Um evento realizado pelo Instituto Connect em parceria com a C-Level Executive oportunizou conexões relevantes entre os membros da Confraria de Executivos e convidados. A temática foi inovação, tendências e negócios e contou com grandes painelistas. Entre eles, a Cristiane Mendes que nos brindou com o artigo abaixo, falando de um tema muito relevante e que traz luz a uma outra possibilidade de modelos de trabalho, o Open Talent.
A dinâmica empresarial está diretamente ligada à constante transformação. Para que um negócio seja escalável, o que é fundamental para a continuidade do negócio, precisamos explorar novas abordagens que permitam essa evolução. É o caso do Open Talent Economy (ou Economia Aberta de Talentos, em português), que está moldando o futuro do trabalho.
No centro dessa evolução, jogamos luz a um ecossistema de talentos que vem ganhando destaque após o reset que vivemos após a pandemia. A pandemia, inclusive, causou em nós, empreendedores, um choque com a quebra dos paradigmas que estávamos acostumados. Com isso, nós passamos a ser donos da nossa carreira. No entanto, essa rede dinâmica também trouxe uma pergunta importante: o que vem depois disso? Como reconstruir essa nova relação corporativa?
Sendo essa uma questão global, como tenho notado nos grupos de discussão da Universidade de Wharton, dos quais faço parte, com pessoas de todos os países, estamos percebendo que o futuro do trabalho se constrói a partir desse reset, com uma convivência de diferentes modelos de trabalho que precisam coexistir e serem compreendidos em suas profundidades, para que possamos tirar o melhor de cada um deles.
Até porque o Open Talent não fala sobre conectar pessoas às empresas, mas sim de conectar habilidades às necessidades, com conhecimentos cruzados, estimulando a colaboração entre profissionais internos e externos. Para elucidar, desenvolvi uma imagem que mostra como funciona a companhia do futuro, com esses múltiplos modelos de trabalho simultâneos.
No centro, temos trabalhadores presenciais, full time e síncronos que, em muitos casos, possuem anos de casa, conhecem a cultura corporativa e carregam em si valores que determinam como essa organização é. Em volta deles (lilás), ainda muito ligado à cultura, temos os que trabalham integralmente, síncronos, mas de forma híbrida. Expandindo (azul escuro e verde água), temos aqueles os estão 100% remotos. E nas extremidades (azul claro), sobra espaço para colaboradores atuarem de forma part time, flexível, sejam eles síncronos e remotos ou assíncronos e remotos. Aqui estamos falando de consultorias, freelancers, por exemplo, para os quais demandamos o serviço, combinamos uma meta e eles vão trabalhar.
Quando passamos a olhar para essa perspectiva, vemos que as companhias fazem parte de uma rede global de talentos que podem ser compartilhados conforme a minha demanda, o que me possibilita plugar e desplugar talentos, superando barreiras geográficas, por exemplo. Consequentemente, a falta de aptidão desses profissionais específicos deixa de ser um ofensor para a minha escalabilidade.
Além disso, passamos a utilizar métricas diferentes da produtividade tradicional para mensurar entregas. A eficácia na resolução desse problema, a colaboração entre pessoas, a adaptabilidade de cada um acaba tendo mais valor na avaliação da gestão, visto que esses requisitos oferecem uma visão mais completa de desempenho, e tudo isso faz parte das habilidades únicas, que podem (ou não) fazer sentido para o meu negócio.
Entretanto, gosto de defender a ideia de que precisamos saber primeiro se esse conhecimento já não está dentro da minha equipe. Tradicionalmente, nós costumamos saber sobre o cargo dos colaboradores, mas é bem raro encontrarmos áreas de gente que tenha o registro das habilidades dessas pessoas. Então, quando não há essas skills, sejam elas técnicas ou comportamentais, dentro da companhia, é onde eu passo a acessar os talentos verticais, que são especialistas em seus ramos de atuação, com planos de carreiras flexíveis, com uma abordagem mais horizontal e versátil.
Para isso, podemos usar até a inteligência artificial, que surge como uma aliada na busca por esses talentos, ao entregar análises avançadas que identificam o conhecimento necessário, recomendações de nomes ou até antecipação de demandas futuras.
O Open Talent proporciona acesso a profissionais, que antes não estavam disponíveis no mercado, por períodos específicos, seja para mentorias ou execução de projetos pontuais, por exemplo, oferecendo a precisão e detalhamento necessários. Isso não é novidade. Já vínhamos experimentando isso nas companhias com terceirizações, freelas e consultorias.
Em muitos lugares, as equipes diversificadas de talentos colaboram para fomentar a criatividade e inovação, o que proporciona uma escalabilidade mais eficiente. Veja, conforme o Corporate Finance Institute, escalabilidade é a capacidade de suportar a pressão do crescimento, sem ser prejudicado pelos seus recursos ou estrutura. Cada empresa decide o tamanho do seu núcleo, não existe certo ou errado. Existe o que funciona para a minha instituição. Mas poder plugar e desplugar talentos é transformacional.
E não é necessário começar do alto. Na verdade, o processo é cíclico, podendo sofrer ajustes e recombinados conforme a evolução do negócio. Para isso, plataformas de marketplace de talentos podem auxiliar muito, oferecendo padronização e flexibilidade para cases de experimentação, rodadas curtas de testes e MVP. O futuro do trabalho é desenhado pela capacidade de abraçar o Open Talent e suas práticas inovadoras, num processo no qual saímos de uma organização com um núcleo gigante para irmos em direção a uma nuvem de talentos.
A Confraria de Executivos, promovida pelo Instituto Connect é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens, conexões e experience como board advisor, peer coaching etc. Inclusive, fazer parte de fóruns de discussão, experenciar novas experiencias e ser membro de uma Confraria de Executivos pode ser algo relevante para fazer parte da sua jornada de aprendizagens. Inscrições estão abertas para a Jornada de 2024. Saiba mais no site. E vem aí o GazzSummit
O GazzSummit Agro e Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores.
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