Por que os carros elétricos de hoje ainda são as carruagens de 136 anos atrás?
Itamir Viola
CEO da TechInvestor, fundo de investimento direcionada a empreendimentos tecnológicos para o agronegócio, founder da VIASOFT, um dos mais importantes grupos de empresas de tecnologia e gestão empresarial do Brasil, com nove empresas no portfólio e 30 anos de história. Investidor Anjo da Curitiba Angels, Palestrante, Administrador, Analista de Sistemas, especialista em Inovação e Economia Digital - difusor de conceitos ligados à inovação disruptiva, sociedade conectada, colaboração humana, economia criativa e megatendências do futuro. Em 2019 idealizou o VIASOFT CONNECT, o maior evento de inovação em gestão do Brasil realizado anualmente há 5 anos. Co-Criador do Rocket Startup, reality show do Grupo RPC - Afiliada a Rede Globo no Paraná.
Por que os carros elétricos de hoje ainda são as carruagens de 136 anos atrás?
05/05/2022 18:49
Há 136 anos, em 1886, surgiu o primeiro carro motorizado que se tem notícia ou que foi patenteado como tal. Era nada mais nada menos que uma pequena carruagem com motor, com algumas adaptações que a nova tração exigia. A motorização acoplada a esse carro substituía, pela primeira vez, os cavalos que puxavam as antigas carruagens. Contudo, para que as características físicas de uma carruagem desaparecessem dos novos carros, foram necessárias várias décadas.
Se você olhar para os novos carros elétricos de hoje vai perceber que nós, seres humanos, repetimos o mesmo comportamento. Estamos colocando motorização elétrica em carros de duas toneladas - que é aproximadamente o peso de um Model S da Tesla. Isso mesmo, usamos carros de duas toneladas para, na maioria das vezes, carregar 1 pessoa de uma média de 80 kg ou 2 pessoas, mas raramente 4 pessoas nesse veículo.
Pensando nisso, imagine a quantidade de energia que desperdiçamos para fazer o deslocamento de todo esse peso. Não vou fazer aqui os cálculos exatos, somente um simples comparativo. Entretanto, se utilizássemos carros super leves para uma pessoa apenas ou bi-places no conceito de city cars, esse processo evolutivo de motorização elétrica, pelo menos nas grandes cidades, já teria avançado mais fortemente.
Quanto tempo vai levar para que os carros elétricos tenham um novo conceito e sejam de fato inovadores? Bem, acredito que serão menos décadas do que as que levaram para os carros deixarem para trás o “shape” das carruagens. Mas ainda assim, quando se trata de inovação em produtos que estão impregnados em nossa cultura, nós somos todos muito lentos para absorver essas inovações e mudarmos nossa cultura de uso.
Precisamos do impulso dos fabricantes a ousarem e lançarem carros nesse conceito, compactos, baratos e eficientes. Se não for totalmente multiuso, que seja pelo menos para substituir os pesados e grandes veículos que rodam nas vias urbanas. Assim, esses carros ocupariam menos espaço nas ruas e estacionamentos e consumiriam o mínimo nos deslocamentos.
Bem, mais uma vez esse exemplo vem da China, onde o carro elétrico mais vendido já é um compacto nesse conceito.
Isso tudo nos leva a concluir que inovação, por mais que seja um movimento cool, precisa levar em conta sempre a cultura dos usuários que se está mirando. Conviver com isso é ser assertivo na introdução de produtos inovadores. Inovação é um dos grandes temas que discutiremos na 3º edição do Evento Viasoft Connect, que neste ano acontece de 22 a 24 de junho no Expo Unimed em Curitiba. Não perca essa oportunidade e venha discutir Inovação e Gestão com grandes gênios da atualidade. Você vai se impressionar com grandes palestrantes, shows, exposição de produtos e metodologias inovadoras para sua empresa e muito networking. Saiba mais em: www.viasoftconnect.com.br.