Camila Farani
Nem sempre liderança tem a ver com lucro
Liderança nem sempre tem a ver com lucro, e a Zoom é prova disso
O mundo está vivendo uma nova realidade devido à pandemia do coronavírus: estamos reestruturando a rotina corporativa e descobrindo como liderar e engajar equipes em tempos de crise, quando a maior parte das empresas está trabalhando remotamente. Se por um lado estamos vivendo dias desafiadores no que diz respeito ao negócio, estamos descobrindo como a tecnologia pode trabalhar ao nosso favor em momentos de total incerteza.
Me chamou a atenção a dependência que estamos criando da tecnologia para nos manter unidos e ativos. Ficou evidente, nas duas últimas semanas, o quanto estamos dependentes de ferramentas de videoconferência para não sucumbir à pandemia. Afinal, como reunir a equipe em um período de distanciamento social?
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As plataformas que conectam pessoas e permitem reuniões online estão crescendo exponencialmente e, nesse contexto, algumas delas estão mostrando protagonismo. É o caso, por exemplo, da Zoom Video Communications, considerada uma das empresas mais inovadoras do setor.
A empresa foi criada em 2011 pelo chinês Eric Yuan e se traduz em uma ferramenta que permite realizar reuniões com até 500 participantes e 10 mil expectadores. Ela conta com datacenters espalhados por diversas partes do mundo.
A Zoom nasceu da resiliência de Yuan, um cara apaixonado por empreendedorismo e tecnologia, que teve a coragem de não desistir diante das adversidades. Por oito vezes, ele teve o visto negado para ingressar nos Estados Unidos.
Quando conseguiu entrar em terras norte americanas, em 1997, aos 27 anos, Yuan conquistou uma vaga na Webex - empresa que hoje integra o grupo Cisco e que oferece soluções para reuniões online e videoconferências. Lá, permaneceu até 2010 como vice-presidente de engenharia, e decidiu sair porque acreditava que o serviço oferecido não tinha uma qualidade muito boa.
Foi um passo definitivo para criar a sua própria ferramenta, que vem crescendo a passos largos. As ações da empresa praticamente duplicaram de valor, passando de US$ 68 em janeiro para US$ 130 na última semana.
Segundo dados da empresa de inteligência móvel Apptopia divulgados pela Forbes, no último dia 11 mais de 340 mil pessoas baixaram o aplicativo da Zoom em todo mundo. Desse total, 60 mil se encontravam nos Estados Unidos. Arrisco a dizer que o sucesso não é à toa, ele é fruto de muita inovação e liderança.
Explico: além da alta qualidade do serviço oferecido para o mercado, o sucesso da Zoom em tempos de crise vai além da necessidade que todos temos de nos manter conectados. É resultado da postura adotada pelo seu fundador que mostrou, na prática, como o verdadeiro líder chama a responsabilidade para si quando tudo parece ir mal.
Quando a pandemia do coronavírus começou a assolar países como China, Japão e Itália, a corporação resolveu remover temporariamente as restrições relacionadas ao tempo de conversas, que antes eram de 40 minutos no pacote gratuito do serviço. Com a decisão, a Zoom passou a oferecer suas ferramentas gratuitamente para instituições de ensino de alguns países, permitindo que escolas de ensino fundamental e médio pudessem conectar alunos e professores, minimizando as consequências da pandemia para o aprendizado.
Com tudo isso, o que eu quero dizer é que nem sempre o protagonismo e a liderança têm a ver com lucro somente. Em outra oportunidade, eu já havia comentado como os momentos de incertezas são importantes para que as empresas se reinventem por meio da inovação, mas também servem para que iniciativas inovadoras se posicionem diante do mercado.
A Zoom entendeu que o seu papel vai muito além de oferecer serviços de videoconferência e vem desempenhando com destreza o seu papel social. Isso mostra que vender bem não é o suficiente, é preciso gerar valor para o seu cliente. Você já pensou sobre isso?