Anderson Godz
Desde 2016 Anderson Godz é investidor, conselheiro de administração e advisor para nova economia, projetos e governança corporativa. Autor de livro, criou uma comunidade de governança com mais de 12 mil pessoas. É conselheiro da Gazeta do Povo.
Nova série
Lições do Airbnb para uma crise sem precedentes
desanimadoras, a verdade é que a carta de Chesky oferece ao menos três grandes
lições. Muitos dizem que o que está por vir será o “novo normal”. Não importa o
nome. Fato é que, passada a crise do coronavírus, seremos algo diferente do que
somos agora, durante o isolamento social, mas também diferente do que éramos
antes. Quanto e como ninguém sabe ao certo.
lição do Airbnb, que é a de reconhecer a
incerteza e abrir a guarda. Na carta, o CEO é absolutamente transparente ao
dizer que não tem certeza de quando as pessoas vão voltar a viajar – e,
consequentemente, usar os serviços da empresa. E complementa dizendo que quando
isso acontecer, as viagens certamente serão diferentes do que eram até algumas
semanas atrás. Chesky acredita que as pessoas vão focar o turismo em locais
mais próximos de suas casas, mais seguros e também mais baratos.
O que conseguimos extrair daqui é que a crise nos leva a pensar em negócios mais focados e que promovam um retorno às raízes da empresa.
propósito de fazer pessoas comuns hospedarem, em suas próprias casas,
viajantes, além de oferecer a estes experiências na localidade. Essa é a raiz
do negócio e é nela que a companhia deve focar daqui para frente, o que
significa que parcerias e investimentos em hotéis e serviços de transporte, por
exemplo, serão reduzidos.
Antes de tomar qualquer decisão, o empreendedor deve voltar-se aos valores da
empresa e se perguntar “qual era meu objetivo quando comecei o negócio?”. A
missão e os valores são a verdadeira alma da companhia, e vão guiar o
empresário em momentos nos quais é preciso tomar decisões difíceis.
dia 19 de maio, com o objetivo de promover o despertar para a importância do alinhamento
entre sócios de empresas pequenas, médias e startups, bem como os fundamentos
essenciais de uma reação; parece razoável que as pessoas passem a valorizar
mais seu tempo e que empresas reforcem suas missões e tragam o pertencimento para
o centro da questão.
importante, Chesky recomenda: “faça o possível para aqueles que foram
impactados”. Esse ponto é importantíssimo porque se liga à sensibilidade necessária para conduzir o negócio durante esse
período crítico. Mais do que investimentos, softwares e tecnologias, serão as
pessoas que estarão, mais do que nunca, no centro. A sensibilidade para agir
com todos que estão envolvidos com a empresa, tanto os que seguem como os que
deixam a companhia, diz muito sobre como serão os negócios pós-Covid.
e potencializar a sensibilidade. Parece que essas três lições da carta do
Airbnb têm tudo a ver com o lema da empresa, grafado em uma gigantesca parede
de sua sede em São Francisco: “abra o seu coração e a sua casa”.