Anderson Godz
Desde 2016 Anderson Godz é investidor, conselheiro de administração e advisor para nova economia, projetos e governança corporativa. Autor de livro, criou uma comunidade de governança com mais de 12 mil pessoas. É conselheiro da Gazeta do Povo.
Perigo ou inovação?
Drones e tecnologias da beleza e do caos
Irã lançou luz sobre o poder de fogo do país árabe, mas também chamou atenção
pelo uso de drones para objetivos menos encantadores que um réveillon.
durante a guerra Irã-Iraque com os VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados). Não
está claro quantos drones o país tem à sua disposição, embora esteja claro que
tenha aumentado sua atividade no setor nos últimos anos. A sua linha de drones
é sofisticada, com tecnologia de ponta e, justamente por isso, desperta receios
justificados na região e no mundo.
tecnologia e das inovações das últimas seis ou sete décadas, que são hoje parte
das nossas vidas, são resultado de pesquisas militares e tem como pano de fundo
disputas e guerras.
exemplo, tem nas suas origens uma relação com a Guerra Fria. Em 1957, com
a corrida espacial desencadeada pelo sucesso da Rússia com o
Sputnik, o governo dos EUA fundou a NASA, em Moffett Field, na Califórnia. Na mesma época, a Marinha tinha uma base em
Sunnyvale, na mesma região. A partir daí, a relação de inovação e pesquisa
militar foi um caminho natural na Bay Area e desse contexto emergiram uma série
de inovações.
satélites norte-americanos para captura de imagens de territórios inimigos. A
tecnologia foi inaugurada no satélite KH-1 “Kennan”, criado pela NASA em 1976,
equipado com uma câmera óptico-elétrica capaz de transmitir imagens em formatos
digitais.
ARPANET, foi criada pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria como um meio de
comunicação e de armazenamento de dados
descentralizado, que pudesse continuar funcionando mesmo que parte dele fosse
bombardeado.
pesquisa militar. O maior exemplo é o forno de microondas, cujo componente
principal, o magnetron, era usado durante a Segunda Guerra Mundial para a
produção de radares. O uso para esquentar comida foi descoberto por acaso,
quando o engenheiro Percy Spencer testava o magnetron e percebeu que uma barra
de chocolate no seu bolso havia derretido - e aí surgiu o uso mais difundido da
tecnologia.
relação entre poder militar e tecnologia. O interesse do país pela chamada
“vitória sem sangue”, com o uso de armas biológicas e genéticas, está
colocando-o no pódio da corrida por inovações em estudos genéticos,
biotecnologia e inteligência artificial.
éticas nas iniciativas de pesquisa da China, os riscos estão presentes, mas
basta estar lá para sentir a contradição da segurança das câmeras e dos
algoritmos de reconhecimento facial que substituem o policiamento ostensivo. É
inegável o tamanho do passo da ciência no país asiático.
ser uma preocupação, mas o avanço da tecnologia não é o principal problema. Os
drones, por si só, não são máquinas mortíferas capazes de matar
instantaneamente. Pelo menos ainda não. Por trás dessas e de todas as outras
armas tecnológicas, cada vez mais poderosas e sutis, estão seres humanos.