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Mas sem mesada, como fazer para que o dinheiro chegue até as crianças?

Luiza Dalmazo

Luiza Dalmazo

Luiza Dalmazo é jornalista e pedagoga. Dedica-se ao estudo de maneiras eficientes e divertidas de formar crianças e jovens inteligentes financeiramente, seja auxiliando os pais, seja ajudando escolas e outras instituições a treinar professores e criar materiais eficazes de ensino. No canal Balanço da Educação, compartilha algumas ideias e estratégias de como isso acontece ou pode acontecer. É sócia-fundadora da startup Legado Jovem, que reúne pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos interessados em empreendedorismo/ negócios, finanças e marketing digital.

Educação financeira

Criança com dinheiro e sem mesada: é possível

23/06/2023 21:39
Mesada não é o único caminho para que os seus filhos aprendam a lidar bem com dinheiro. Na minha opinião, também não é o melhor. Fato é que é fundamental que as crianças a partir dos três ou quatro anos manipulem dinheiro, tenham acesso a cédulas e moedas como forma de se acostumar, acumular, contar e comprar. Mas sem mesada, como fazer para que o dinheiro chegue até elas?
É mais fácil do que se imagina. Além de que é mais fácil do que sair semanalmente atrás de dinheiro em trocados para dar de mesada (nesse caso, semanada) ou falhar de tempos em tempos a entrega do valor combinado. Outra vantagem é ensinar outra lição importante: a de que o dinheiro não vem assim tão fácil ao final de cada período.
Para que algumas moedas e cédulas cheguem às crianças, basta pensar em algumas pequenas tarefas que elas podem realizar em troca de um pagamento. O exemplo clássico é o de uma boa massagem na mamãe ou no papai. Aliás, uma dica bacana é a seguinte: combinar de pagar um real por uma massagem nas costas e acrescentar que, se for muito boa e muito caprichada, o valor poderá subir para dois reais (os valores são exemplos; pode ser dois reais ou quatro reais também – só acho que 10 ou 20 reais é muito).
Essas práticas têm mais dois benefícios: seu filho começará a desenvolver a postura empreendedora e perceberá que trabalhos bem feitos podem ser mais bem remunerados.
Fundamental ressaltar que qualquer tarefa que seja obrigação ou que desenvolva o senso de participação no bem-estar da casa e da família está fora da lista. Isso significa que arrumar a cama e lavar a louça em troca de dinheiro está fora de cogitação, assim como fazer a lição de casa ou conquistar notas positivas.
De resto, vale usar a criatividade. Pintar um porta-retrato que vai combinar com a nova decoração da casa, recolher as folhas do quintal, pentear os cabelos da mamãe, carregar as compras para a vizinha idosa ou ajudar a vovó em uma atividade qualquer, são algumas possibilidades. Esses dias vi uma criança brincando de garçom enquanto os pais recebiam amigos em casa. Foi iniciativa da criança e, pela tarefa, recebeu cinco reais.
A remuneração pode ser ainda mais generosa se a criança se oferecer para ser o hotelzinho do cachorro dos seus amigos quando eles forem viajar ou quando, já adolescentes, fizerem tarefas que os pais normalmente contratariam alguém para fazer, como lavar o carro.
Essa prática não é a garantia de uma formação financeira integral, mas é um excelente começo. Afinal, conquistar dinheiro é um dos pilares que os órgãos internacionais definem como integrantes de alguém inteligente financeiramente.
Já tinha pensado nisso ou a mesada ainda reina por aí?

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