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Com recursos da Fundação Araucária, moldes são gratuitos para pacientes em reabilitação. Crédito: Divulgação UTFPR

Tecnologia e saúde

UTFPR cria tecnologia inovadora para moldes de próteses faciais

GazzConecta
13/12/2024 09:49
Pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba, desenvolveram uma tecnologia inovadora para a criação de moldes de próteses faciais, utilizando modelagem e impressão 3D. O objetivo é agilizar a produção de próteses faciais para reabilitação de pacientes que sofreram mutilações no rosto, seja por traumas, câncer ou condições congênitas.
O projeto é coordenado pelo professor José Aguiomar Foggiatto, que explica que, tradicionalmente, as próteses são produzidas manualmente por especialistas em odontologia e próteses bucomaxilofaciais, utilizando materiais como gesso ou cera. “Esse método, além de exigir alto nível de habilidade artesanal, demanda tempo e limita o número de pacientes que podem ser atendidos”, afirma o professor.
Com a nova abordagem, o molde das próteses é modelado virtualmente e produzido com precisão em impressoras 3D, permitindo que o modelo final seja personalizado e pronto para ser moldado em silicone biocompatível. Esse material é usado para criar próteses de nariz, orelhas e outras partes do rosto. O coordenador enfatiza que a intenção é otimizar o processo, tornando-o mais ágil e acessível, sem comprometer a qualidade do atendimento ao paciente.
Atualmente, a equipe de pesquisadores da UTFPR colabora com o Centro Hospitalar de Reabilitação, ligado ao Hospital do Trabalhador de Curitiba, e com o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, com o apoio financeiro da Fundação Araucária através do NAPI-TA (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação - Tecnologia Assistiva). Os moldes são fornecidos gratuitamente aos pacientes, com um custo de produção muito menor se comparado com o método tradicional.

Como funciona o processo

O primeiro passo para a produção dos moldes por meio da nova tecnologia é a captura da geometria facial do paciente, realizada por tomografia computadorizada ou digitalização 3D a partir de fotografias. Com esses dados, uma imagem 3D detalhada do rosto do paciente é gerada e refinada digitalmente.
No software de modelagem 3D, os pesquisadores criam um molde personalizado para cada paciente, garantindo a forma e o encaixe exato da prótese. Finalizada a modelagem virtual, o molde do rosto é impresso em uma impressora 3D com materiais que garantem biocompatibilidade e segurança para contato com o silicone da prótese final.

Vantagens das próteses em 3D

Uma das principais vantagens do uso de moldes 3D é transformar etapas manuais em um processo digital mais rápido e preciso, já que, no método convencional, cada molde é esculpido manualmente, exigindo grande habilidade e várias horas de trabalho. “Com a impressão 3D, o molde é criado automaticamente, permitindo ajustes rápidos e precisos antes da produção física”, explica Foggiatto.
A impressão 3D permite que profissionais sem especialização em esculpir próteses manualmente participem do processo de produção, ampliando o acesso a esses serviços e tornando a reabilitação mais acessível e eficiente para os pacientes. Além disso, ao reduzir o custo e o tempo de produção, o projeto da UTFPR permite que mais pacientes sejam atendidos rapidamente, melhorando o bem-estar e a autoestima daqueles que buscam reabilitação facial.
“A impressão do molde em 3D também melhora a experiência do paciente, muitos dos quais moram no interior do estado, pois reduz a necessidade de deslocamentos frequentes a Curitiba para ajustes”, acrescenta o professor. Atualmente, a fila de espera para reabilitação pode chegar a três meses.
A equipe da UTFPR planeja expandir o uso dessa tecnologia para outros tipos de moldes na área da saúde e explorar parcerias com instituições para aumentar o acesso a próteses faciais digitais. “Nosso objetivo é democratizar o uso de tecnologias de ponta, oferecendo uma solução economicamente viável e de alta qualidade para os pacientes que necessitam dessas próteses”, finaliza.