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Ricardo Urso, da Urso Consultoria, apontou alguns cases de cultura organizacional que impulsionam o crescimento de uma empresa. Crédito: Sushiman

Partnership como modelo de sucesso

Cultura organizacional é o segredo dos times de alta performance, afirma especialista em transformação de negócios

Bruno Raphael Müller
Bruno Raphael Müller
09/05/2025 11:27
Em um cenário empresarial dinâmico, a cultura organizacional emerge como um pilar fundamental para a gestão de talentos e o sucesso das empresas. A afirmação é de Ricardo Urso, especialista em gestão empresarial e sócio-fundador da Urso Consultoria Empresarial e da Urso Capital. Segundo ele, a escolha de profissionais alinhados à cultura da empresa é "a parte mais importante" para a formação de equipes de alto desempenho.
Urso se inspira no conceito dos "três R’s" – Rotina, Ritmo e Ritual – cunhados pelo empresário João Adibe, CEO da CIMED, para ilustrar a construção de uma cultura organizacional forte. O conceito exemplifica que, desde a fundação de uma empresa, o alinhamento cultural dos primeiros colaboradores é crucial. 
"Os dez primeiros colaboradores de uma empresa formam o núcleo da cultura organizacional. Encontrar pessoas com valores, visão e princípios fortemente alinhados ao fundador é uma missão desafiadora, mas absolutamente estratégica. É esse grupo inicial que molda a identidade da empresa e viabiliza o crescimento com consistência", explica Ricardo. 

O especialista destaca também que o papel do CEO evoluiu para o de guardião da cultura organizacional, quase como um “guru” da essência do negócio. Além do alinhamento cultural, Urso enfatiza a crescente importância da humanização no ambiente de trabalho e das práticas de feedback construtivo. 
“Na Urso Consultoria, conduzimos projetos de reestruturação em que a transformação cultural foi a base para destravar a performance. Em processos de sucessão ou de fusões, por exemplo, ajudamos os líderes a redefinir o propósito da organização, criando rotinas e práticas de gestão que geram pertencimento, clareza e alinhamento. É aí que a cultura deixa de ser um discurso bonito e se torna ferramenta prática de resultado”. Ricardo enfatiza ainda que “em um mercado onde o bem-estar dos colaboradores se torna um diferencial competitivo, empresas que investem em um ambiente acolhedor e na comunicação transparente tendem a reter e atrair os melhores talentos”, finaliza.
Compreensão das motivações individuais
Outro ponto crucial abordado pelo consultor é a gestão de talentos em um ambiente multi-generacional. Com a coexistência de profissionais das gerações X, Y e Z, e a chegada da geração Alpha, compreender o que motiva cada grupo é essencial para o engajamento e o desenvolvimento das equipes. 
Com equipes formadas por profissionais da geração X até a Alpha, liderar hoje exige escuta ativa e empatia real. Segundo Ricardo Urso, as empresas precisam adaptar seus modelos de gestão, investindo em práticas que valorizem o colaborador como ser humano — desde iniciativas de bem-estar até estruturas mais horizontais, que incentivem autonomia e protagonismo.
“O foco, em qualquer negócio moderno, deve ser em criar um ambiente de trabalho saudável e respeitoso, onde o talento individual é valorizado independentemente de características pessoais”, aconselha.
Partnership como modelo de sucesso para longevidade das empresas
Para o especialista, a adoção da cultura de partnership é uma ótima solução como modelo para impulsionar o crescimento e a longevidade das empresas. Ele cita o Banco BTG Pactual como um exemplo de sucesso na implementação dessa cultura no Brasil. "Eles são únicos no Brasil em termos de partnership e quantidade de sócios operacionais. É algo que fez acelerar o crescimento da empresa”, avalia. 
Nesse modelo, a progressão de carreira e a remuneração estão intrinsecamente ligadas ao desempenho individual e à contribuição para os resultados do banco, incentivando a excelência e engajamento.
Os partners, além de serem executivos de alto nível, possuem participação no capital do banco, o que os torna diretamente interessados no sucesso sustentável e de longo prazo da organização. Ao adotar um modelo de partnership, a empresa deixa de ter apenas funcionários e passa a ter donos engajados com o sucesso coletivo. Ricardo defende esse modelo como alavanca de resultados sustentáveis, porque incentiva o mérito, valoriza o capital humano e cria uma cultura de responsabilidade compartilhada.”As empresas do futuro não serão movidas apenas por metas, mas por um senso profundo de pertencimento”, conclui.