Visão clara dos objetivos
E o planejamento estratégico, vai bem? Saiba como avaliar se a sua empresa está no caminho certo
O início de um novo ano é sempre um marco para as empresas que, com o encerramento do ciclo anterior, buscam avançar nos objetivos e metas. A definição de um planejamento estratégico robusto é fundamental para traçar o caminho rumo ao sucesso. Porém, como garantir que esse plano será eficaz? Ou, melhor ainda, como saber se as ações previstas estão surtindo o efeito desejado?
Ricardo Urso, sócio-fundador da Urso Consultoria Empresarial e da Urso Capital compartilhou insights sobre como as empresas podem avaliar se seus planos de ação para 2025 estão indo bem ou se precisam de ajustes. Segundo ele, o segredo está no monitoramento constante, na apuração de resultados e na flexibilidade para adaptação às mudanças do mercado.
Planejamento como base
Ricardo começa sua análise destacando a importância de um orçamento bem detalhado. “A primeira coisa que a empresa tem que ter é um orçamento. Ela precisa saber aonde quer chegar e o que precisa fazer para sair do ponto A e chegar ao ponto B”, explica o especialista. Esse orçamento deve ser mais do que uma estimativa genérica. Ele deve se desdobrar em planos de ação específicos, que contemplem desde o planejamento financeiro até o operacional, abordando áreas-chave da empresa como vendas, produção e marketing.
Além disso, a avaliação do orçado versus o realizado deve ser uma prática constante. A empresa precisa acompanhar, mês a mês, o que foi planejado versus o que foi de fato alcançado. Essa comparação serve para medir se os objetivos estão sendo atingidos ou se ajustes são necessários.
Ter um acompanhamento constante, com apuração na vírgula, é essencial. Saber quanto custa cada produto, qual é a margem de lucro por segmento e qual é a performance por região são dados cruciais para a tomada de decisões, pontua o especialista.
O desafio do monitoramento contínuo
O monitoramento de KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho) é outro aspecto fundamental destacado por Ricardo Urso. Sem eles, não há como medir se os objetivos estratégicos estão sendo cumpridos. Para ele, a chave está na automação desses processos, pois a informação precisa ser acessada com rapidez e confiança.
“O que acontece em muitas empresas é que a informação está fragmentada em diferentes sistemas. Por isso, é importante consolidá-las e gerar relatórios que tragam clareza sobre a realidade do negócio. Só assim é possível identificar rapidamente os pontos que estão dando certo e os que precisam de correção”, afirma.
Ricardo também alerta sobre a importância do fluxo de caixa. As empresas precisam ter uma visão clara dos números do passado para prever o que ocorrerá nos próximos meses. Um fluxo de caixa bem estruturado pode indicar potenciais problemas financeiros antes que se tornem críticos.
Básico bem feito e busca pela inovação
Para que uma estratégia funcione de verdade, o que Ricardo chama de “básico bem feito” é imprescindível. Isso envolve ter processos eficientes e bem definidos, desde o momento do pedido até a entrega do produto ou serviço.
“Ter clareza em cada etapa do processo interno, e não apenas na venda, mas também no pós-venda, é um diferencial importante. A recompra de clientes é mais barata do que conquistar novos, por isso é fundamental garantir que o cliente esteja satisfeito e fidelizado”, explica.
Além disso, a inovação é apontada como essencial para o sucesso de qualquer empresa. “As empresas que não estão atentas às mudanças do mercado e não se adaptam a novas demandas tendem a desaparecer. Não é mais possível seguir com um projeto sem evoluir, sem considerar a evolução do mercado e as novas necessidades dos consumidores”, afirma Ricardo Urso.
O especialista acredita que o verdadeiro segredo para a perpetuidade das empresas está em sua capacidade de se reinventar e buscar inovação, seja na forma de novos produtos, novas tecnologias ou novos modelos de negócios.
O sócio-fundador da Urso Consultoria também destaca a importância de parcerias estratégicas com empresas idôneas e de gestão sólida. Ele sugere que as empresas busquem parceiros privados, evitando uma alta concentração de contratos com o setor público, que pode trazer incertezas e riscos elevados. A avaliação é de que o relacionamento com parceiros confiáveis é fundamental para garantir a estabilidade do negócio e minimizar riscos.
Ajustando a rota
Ricardo Urso enfatiza que o planejamento estratégico não é um documento engessado. Ele deve ser flexível e adaptável, para que a empresa possa corrigir a rota conforme as condições do mercado e o desempenho da operação. As empresas precisam ter a capacidade de ajustar rapidamente seus planos com base nas informações coletadas ao longo do ano.
"Fazer ajustes rápidos, baseados em informações precisas e atualizadas, é o que separa as empresas que crescem das que ficam estagnadas", conclui.