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Liderança horizontal, aposta em tecnologia e bem-estar organizacional são algumas das tendências que vão marcar o mercado em 2025. Crédito: voyata.

Mercado

5 tendências de gestão imprescindíveis para o sucesso empresarial em 2025

Bruno Raphael Müller
Bruno Raphael Müller
09/04/2025 16:12
Nos últimos cinco anos, o ambiente corporativo passou por mais transformações do que em muitas décadas anteriores - impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças sociais e pela pandemia da Covid-19. Diante desse cenário em constante evolução, não basta que os gestores apenas acompanhem as tendências: é preciso colocá-las em prática de forma concreta e assertiva dentro de cada negócio. Adaptar-se com rapidez e estratégia tem se tornado um diferencial essencial para o sucesso das organizações. É nesse contexto que Ricardo Urso, especialista em gestão empresarial e sócio-fundador da Urso Consultoria Empresarial e da Urso Capital, elenca cinco tendências que devem nortear os negócios em 2025.
Liderança horizontal: empoderamento e colaboração
O primeiro ponto é a liderança. A forma como uma empresa é liderada define sua capacidade de adaptação e entrega de valor em um cenário dinâmico. Mais do que traçar metas, liderar é alinhar pessoas, fortalecer a cultura e orientar decisões.
A liderança tradicional, baseada em hierarquias rígidas e controle centralizado, está perdendo espaço para modelos mais horizontais. Nesse novo paradigma, os líderes atuam como facilitadores e mentores, empoderando suas equipes e promovendo a colaboração e a autonomia.
"A liderança horizontal envolve quebrar as barreiras hierárquicas e criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e capacitados a contribuir", diz Ricardo. Ele ressalta a importância de líderes com visão 360º, capazes de integrar as diferentes áreas da empresa e promover uma comunicação mais eficiente. Esta tendência é evidenciada pelo crescimento do cargo de Chief Visionary Officer (CVO). “É uma posição que, como o nome sugere, tem o papel de definir a visão e o direcionamento do negócio”, complementa.
Avanços tecnológicos: otimização e bem-estar organizacional
A tecnologia continua a desempenhar um papel transformador no ambiente de trabalho, automatizando processos, otimizando a comunicação e impulsionando a produtividade. Ferramentas como inteligência artificial, análise de dados e automação já estão inseridas na rotina dos bons gestores. 
Um novo estudo da Hult International Business School, divulgado em fevereiro, mostra que 37% dos gestores preferem investir em soluções de inteligência artificial em vez de contratar recém-formados, por exemplo.
"A tecnologia veio para automatizar tarefas repetitivas, liberar o tempo das pessoas para atividades mais estratégicas e auxiliar na tomada de decisão", explica Ricardo. Ele destaca como a inteligência artificial pode otimizar tarefas repetitivas e agilizar a análise de grandes volumes de dados, liberando o tempo dos colaboradores para decisões mais estratégicas. Ao fazer isso, a tecnologia também contribui para um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável.
Bem-estar organizacional: prioridade estratégica
O bem-estar dos colaboradores deixou de ser apenas um benefício e se tornou uma prioridade estratégica para as empresas. Organizações que investem em um ambiente de trabalho saudável, com foco no equilíbrio entre vida pessoal e profissional, tendem a atrair e reter talentos, além de aumentar a produtividade e reduzir o absenteísmo.
"O bem-estar do colaborador está diretamente ligado ao sucesso da empresa", enfatiza Ricardo. Ele ainda frisa a importância de criar uma cultura que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o desenvolvimento pessoal e profissional, e o respeito mútuo.
Práticas sustentáveis: além da sigla ESG
A crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade tornou a sigla ESG (ambiental, social e governança) uma palavra-chave para muitos negócios nos últimos anos. Mas, segundo o sócio-fundador da Urso Consultoria, mais do que comunicar boas intenções, as empresas precisam transformar esses princípios em ações concretas e mensuráveis.
“É até clichê falar de ESG hoje em dia como algo imprescindível, pois nos últimos anos se tornou fundamental. Pensar no aspecto social de uma empresa, assim como no ambiental, é mostrar a importância de um negócio para as pessoas ao redor dele”, afirma. 
Ricardo cita a logística reversa, a redução do impacto ambiental e o investimento em projetos sociais como exemplos de práticas sustentáveis que as empresas podem adotar imediatamente para estar em conformidade com o que se espera das boas gestões atuais.
Flexibilidade operacional: adaptabilidade é diferencial competitivo
A pandemia de Covid-19 acelerou a adoção do trabalho remoto e híbrido e, hoje, a flexibilidade operacional se tornou uma demanda para muitas empresas. Organizações que oferecem opções de trabalho flexíveis - como as modalidades híbrida e remota - tendem a atrair e reter mais talentos, além de aumentar a satisfação e o engajamento dos colaboradores, de acordo com Ricardo.
"A flexibilidade operacional é essencial para atender às novas demandas dos colaboradores e garantir a agilidade da empresa", diz. Ele ressalta a importância de criar uma cultura que valorize a autonomia, a confiança e a responsabilidade, adaptando as políticas e práticas para atender às diferentes necessidades.
Empresas que são cases de sucesso de gestão atuais
Ricardo cita, como exemplo, empresas como a BR Partners e o Grupo GPS. Segundo ele, elas conquistaram sucesso com suas práticas de gestão, alcançando resultados expressivos. Além disso, são referência no setor.
“A BR Partners, atuando no mercado financeiro com estruturação de operações e fusões e aquisições, destaca-se pela alta especialização e foco em governança, garantindo operações transparentes e eficientes”, ele comenta. “É um case de sucesso que mostra como a expertise, gestão estratégica e a capacidade de se adaptar às complexidades do mercado de capitais são fundamentais para as empresas que buscam crescimento e sustentabilidade financeira”.
Já o Grupo GPS, líder no setor de serviços, se destaca por ser uma empresa que alia eficiência de processos à valorização de pessoas. Com cerca de 200 mil colaboradores e atuação em um ambiente regulatório complexo como o brasileiro, a companhia se destaca pela capacidade de controlar custos sem perder de vista a gestão humana. “É um negócio que está atento aos centavos que entram. Isso é exemplo de gestão”, afirma Ricardo.
Para ele, esses dois exemplos são referência no que um negócio deve se espelhar pensando na atualidade. “São exemplos em seus segmentos e, no caso específico do Grupo GPS, estamos falando da empresa com maior número de colaboradores do Brasil. É referência em gestão de pessoas, também”, conclui.