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Guia de Tendências Sebrae 2020-21

Tendências de mercado para construir um mundo livre de pandemias

Mauricio Reck*, para a Comunidade Sebrae Construtech
21/07/2020 19:25
A pandemia do Coronavírus fragilizou o mundo, impactando não apenas nossas vidas pessoais como também nossos negócios. Os empreendedores mais antenados, porém, logo passaram a acompanhar as novas relações que estão se estabelecendo no mercado a partir de agora. Pensando nisso, o Sebrae lançou recentemente o Guia de Tendências 2020-21: Sociedade e Consumo em Tempos de Pandemia, que traz uma série de informações sobre as novas mentalidades de consumo e novas configurações laborais, durante e pós-pandemia.
Embora o Guia seja de extrema importância para que você, empreendedor, possa compreender melhor sobre o novo cenário global, sabemos que ainda assim "um exemplo pode valer mais que mil palavras”, não é mesmo? Por isso agora trazemos este artigo, que contém diversos exemplos de iniciativas no seu setor que estão captando muito bem o atual Zeitgeist e as novas tendências de mercado!
Sem dúvidas a pandemia foi um banho de água fria para a construção civil e o mercado imobiliário. Como setores que vinham reconquistando seus espaços gradualmente, 2020 parecia finalmente prometer um saldo positivo para ambos. No entanto, com a crise do coronavírus, tudo mudou e o cenário voltou a ser não tão promissor assim. Por isso o momento pede não apenas paciência, mas muita observação e diligência sobre os novos caminhos que se abrem para estas áreas. Entre as principais novas demandas, destacam-se a operacionalização remota, a segurança sanitária e as novas relações que a população passa a criar com suas próprias casas.
O Hypeform, por exemplo, criado pelo estúdio digital criativo Squint / Opera junto com o  BIG e o UNStudio, é um recurso para que arquitetos e designers construam projetos colaborativamente, via realidade virtual. A ferramenta, que ainda está em fase de desenvolvimento, pode ser acessada a partir de computadores, tablets, smartphones e/ou apenas usando um fone de ouvido de realidade virtual, e armazena todos os projetos em nuvem. Com a Hypeform é possível ainda que arquitetos compartilhem maquetes não apenas em um espaço neutro, mas também já inseridas em mapas digitais, de modo que os dados de geolocalização simulem interações com os elementos locais de onde os projetos serão construídos (como clima, iluminação natural, entre outros).
Outro recurso digital que tem sido destaque para o setor é o Imob, desenvolvido pela empresa de soluções imersivas 3e60, que permite a demonstração de imoveis via realidade virtual. No caso, a 3e60 se responsabiliza por digitalizar os imóveis solicitados pelas imobiliárias e recria os espaços virtualmente. Desse modo é possível que imobiliárias ou negócios similares consigam apresentar seus imóveis remotamente aos clientes, dispensando encontros presenciais e tornando o formato de visitação mais seguro em tempos de pandemia. A longo prazo, porém, este recurso se tornará essencial nos processos de compra e aluguel de imóveis, pois os tornarão ainda mais práticos e ágeis, e o público já estará habituado com a opção. No Imob, ainda, as visitas virtuais registram os números de acessos e mapeiam as estatísticas gerais, viabilizando também gestões mais inteligentes para as imobiliárias.
Falando em agilidade, a norte-americana Dwelitto começou a produzir mini-escritórios residenciais pré-fabricados, e promete entregá-los em casa entre 6 e 8 semanas. A empresa, que comercializa casas modulares (algumas feitas de containers, por exemplo) notou a nova demanda por espaços de trabalho privativos a partir da pandemia. Os modelos de escritório variam entre 6 e 10 metros quadrados, e são entregues completos (com paredes, revestimento, portas e janelas) a partir de 33 mil dólares. Na compra, feita através do site da Dwelitto, ainda é possível personalizar materiais, acabamentos, instalações e outros detalhamentos.
Também na onda de construções simples e rápidas, a Bambuterra está produzindo agora o que chama de "bio-clínicas", que são instalações de clínicas feitas de bambu e outros materiais naturais. A empresa, que é mexicana, realiza construções a partir de técnicas vernaculares, recorrendo a insumos locais (como o bambu), e as aprimora com novas tecnologias. Seu principal objetivo é minimizar o impacto ambiental causado pelas construções e maximizar o impacto social. Por isso, com o surto da COVID-19, e empresa decidiu utilizar seus conhecimentos para ajudar a construir espaços de atendimento à população, criando estruturas modulares que possibilitam a instalação em apenas 3 dias.
Na Itália, os próprios espaços públicos estão sendo adaptados às medidas de segurança anti-aglomerações introduzidas pela pandemia. A praça Piazza Giotto teve suas atividades retomadas após o período de lockdown no país, mas devido às graves proporções da doença, ainda é necessário manter algum nível de distanciamento social. Para isso, a Italian Caret Studio criou o projeto temporário StoDistante, e redesenhou os pisos da praça utilizando representações visuais que indicam a distância segura entre as pessoas que circulam pelo local.
Fonte: Frame
Como forma de também retomar as atividades públicas de modo mais seguro, o Rimbim é um playground infantil que está sendo projetado para evitar contágios e infecções entre as crianças. A ideia é que o espaço seja totalmente constituído por brinquedos e plataformas individuais para que as crianças brinquem à distância, sendo possível que as mesmas se comuniquem e joguem umas com as outras, em segurança. Os revestimentos mais expostos aos pequenos também estão sendo pensados a partir da facilidade de higienização, garantindo que a desinfecção do espaço seja feita de forma rápida e eficiente. Mesmo que o projeto ainda esteja em sua fase conceitual, serve como uma ótima referência para repensar espaços que projetados exclusivamente para interações sociais. E, no caso do Rimbim, não apenas as crianças mas os próprios pais saem ganhando com o projeto.
Embora muitas das soluções atuais para lidar com a pandemia venham em formatos temporários, é notável que boa parte delas dá início a um novo formato de negócios e de mentalidade de consumo. Sabemos que a pandemia tem data de validade (ufa!), mas seus impactos marcam a nossa história e lhe abrem um novo capítulo, seja em aspectos culturais ou mesmo econômicos. Para o setor imobiliário e de construção civil, as previsões seguem um tanto incertas, mas há uma palavra-chave que pode ajudar a nortear os próximos passos do mercado: mudança.
Então, você empreendedor, o que tem feito para identificar essas mudanças? E como está se preparando para se adaptar a elas?
Para mais ideias inspiradoras, confira o nosso Guia de Tendências 2020-21: Sociedade e Consumo em Tempos de Pandemia!
*Mauricio Reck é consultor de Inovação no Sebrae/PR & CEO na UNA Smart.
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