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Inéditas no Brasil e organizadas pelo Sebrae-PR, as rodadas reúnem em salas online compradores e fornecedores, para negociações temáticas. Última rodada foi específica para indústria e materiais de construção.

Construção civil e mercado imobiliário

Rodadas de negócios online devem movimentar R$ 10 milhões no Paraná em 2020

Mariana Ceccon, especial para o GazzConecta
18/08/2020 17:13
Uma das marcas registradas do
serviço prestado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae-PR) aos associados é a organização das rodadas de negócio, ao longo dos
anos. Tidas como oportunidades únicas para debater preços, formas e prazos de
entrega, as rodadas são responsáveis por centenas de transações anuais em setores
como o da construção civil e mercado imobiliário. Com a chegada da pandemia do
novo coronavírus, no entanto, essa modalidade foi repaginada, o que acabou não
só transportando esses debates para salas virtuais, como também aumentou a
eficácia dessas negociações.
Tanto é que as duas primeiras rodadas de negócios virtuais em 2020 direcionadas para estes dois mercados, somaram juntas R$ 2,3 milhões em expectativas de vendas. Até o fim do ano, o Sebrae-PR espera alcançar a cifra de R$ 8 milhões com outras sete rodadas exclusivas para imobiliárias, construtoras, produtores de matéria-prima e revendedores de materiais de construção (veja o calendário abaixo).
O sucesso do modelo, argumentam
os participantes, vem principalmente da possibilidade de participação de
empresas e profissionais de diversas regiões e da objetividade para negociar de
forma online. “Quem entrava nas salas virtuais já estava mais disposto a fazer
negócio. No presencial havia bastante prospecção e networking, tinha muito esse
aspecto de conhecer produtos e a equipe. Nas rodadas virtuais, a objetividade é
maior”, conta Diogo Gasparello, gerente nacional de vendas da fabricante de
telhas de fibrocimento Isdralit.
Gasparello participou da última rodada de negócios promovida pelo Sebrae-PR em parceria com a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (ACOMAC), nos últimos dias 11 e 12. Na oportunidade, 15 representantes da indústria de materiais de construção ofereceram seus produtos para 60 lojistas revendedores destes produtos. Ao todo 70% dos negócios prospectadas serão fechados, um desempenho considerado excepcional pela organização do evento.
“De 25 clientes que atendemos virtualmente, fechamos 22 negócios. A taxa de conversão de vendas foi maior no online. Claro que estamos passando por um momento mais aquecido do mercado, nossas vendas em relação ao ano passado estão 30% maiores, mas a aderência na rodada virtual por si só foi muito boa. Trabalhamos mais com questão de prazos de entrega do que preço, necessariamente”, resumiu Gasparello.
Para o coordenador de vendas da
Votorantim Cimentos, Pedro Henrique Araujo Chagas as rodadas virtuais ampliam a
possibilidade de negociação com empresas de outras regiões, de forma que até
então não era possível nos eventos presenciais. No último encontro, por
exemplo, empresas do Litoral Paranaense foram convidadas a participar das
negociações, pela primeira vez. “Só temos a ganhar com esse modelo de evento.
Conseguimos nos aproximar dos clientes, criar uma rede de networking apresentando
produtos e nossa equipe”, explica Chagas. “É um caminho sem volta, o uso dessa
tecnologia veio para ficar”, garante.
Do lado dos compradores, o modelo virtual também foi bem recebido. “Um fator que foi determinante para fechar uma compra, por exemplo, foi o fato de eu precisar tirar dúvidas com um gerente, que não estava na rodada. Ele prontamente entrou na sala online, da cidade onde ele estava, e resolveu o impasse no mesmo momento”, contou Emerson Luiz Stival, diretor da Stival Materiais de Construção.
“Esse com certeza é um diferencial da rodada virtual, sem contar que dessa forma evitamos o deslocamento. Ao terminar a negociação, fecho meu laptop e continuo a administrar minha empresa. É mais prático”, explica.

Metodologia

Para as rodadas funcionarem de forma eficaz, as empresas participantes recebem uma orientação prévia com consultores do Sebrae-PR. Neste modelo, a sugestão foi que cada fornecedor focasse em fornecer um serviço ou um produto durante o encontro com tabela de preço e prazos diferenciados. Assim como as rodadas presenciais, compradores e clientes foram reunidos em salas privadas, com duração de 10 minutos. Este tempo era usado para dúvidas e negociação de aspectos como preços, prazos e demais condições. “Enquanto nas rodadas presenciais nossos índices de satisfação giravam em torno de 90% a 95%, nas virtuais chegamos a bater 97%”, conta a coordenadora estadual de projetos do Sebrae-PR, Adriana Kalinowski.
“Com certeza, no pós-pandemia, iremos adotar um modelo híbrido, com eventos presenciais para formação de contatos e a adoção dessas ferramentas digitais para demais encontros. O modelo está sendo muito bem recebido, muito pela capacidade de ampliar mercados que estas reuniões online proporcionam aos empresários”, explica.
Para organizar as rodadas, o Sebrae-PR aplica uma pesquisa de oferta e demanda com fornecedores que fazem parte da rede de contatos da instituição. Em seguida, associados e parceiros são convidados para oferecem seus produtos a um público-alvo selecionado. “A melhor forma para participar de uma rodada de negócios é manter-se próximo da comunidade Sebrae, sendo assistida pela instituição”, arremata Adriana.
Para entrar em contato com o Sebrae, os interessados podem acessar o site da instituição ou ligar para 0800 570 0800. O Sebrae-PR também estreou em julho uma comunidade digital voltada exclusivamente para empresas da área de construção civil inteligente (construtechs) e mercado imobiliário. Na comunidade online, profissionais, estudantes e pesquisadores da área compartilham gratuitamente experiências e relatos do setor, bem como tendências e avaliações de mercado.