Rotina gerencial
O uso do SRM na construção civil: a importância na gestão dos fornecedores
O termo SRM, sigla em inglês para Supplier Relationship Management, ou traduzindo, Gerenciamento de Relacionamento com Fornecedores, ainda é pouco conhecido na construção civil, apesar da reconhecida importância que as gestão dos fornecedores possa representar para esse setor.
O entendimento desse conceito, ao ponto que possibilite a sua aplicação, pode trazer diferenças significativas para uma construtora.
Compras estratégicas
Talvez o primeiro ponto a ser reconhecido aqui, por ter se tornado uma referência predominante para o setor, é a importância do processo de compras de uma construtora. Antes esperava-se essencialmente das compras, a disponibilidade de materiais e de serviços conforme demandas. Um bom comprador era aquele que não deixava faltar nada na obra.
Com os avanços tecnológicos, aumento da competitividade e a necessidade cada vez maior de se buscar boas empresas para terceirização das atividades especialistas, a ação de apenas comprar deixou de ser suficiente. O setor de suprimento de uma construtora passa a exercer cada vez mais um papel estratégico, que surge antes mesmo da obra começar. Uma boa orçamentação de uma obra para se tornar competitiva depende hoje, seja para decisão de investimento próprio ou para atender à uma licitação, muito mais de como a obra será executada do que apenas preços baixos.
Para se manter competitivo chega então o momento de colaborar e integrar cada vez mais com os fornecedores, sejam eles de materiais, de equipamentos ou de serviços.
Parcerias
A essência do SRM está em sistematicamente estabelecer parcerias. Importante aqui não confundir parceria com exclusividade. O fornecedor, mesmo sendo seu parceiro, pode e muito provavelmente terá outros clientes, seus concorrentes. De mesmo modo a construtora não fica vinculada a fechar contratos apenas com a empresa parceria, sem buscar novas alternativas. O que estabelece aqui a relação de parceria é o quanto a empresa possui de proximidade com o fornecedor, visando o crescimento conjunto, uma comunicação aberta e, especialmente, o espírito de ganha-ganha.
Há um grande número de vantagens para uma empresa em estar próximo de seus fornecedores. A proximidade permite conhecer suas capacidades, além das que os fornecedores deixam transparecer para o mercado, estar adiante de inovações e diminuir riscos na operação.
Essa proximidade também possibilita à empresa, por meio do monitoramento de indicadores, buscar modos de melhorar o desempenho do fornecedor. São indicadores que vão desde a sua gestão administrativa (endividamento, fluxo de caixa, ações judiciais, dívidas fiscais, etc.) que possam servir, também, como referencial para um processo de pré-qualificação, até os indicadores de avaliação operacional (prazo, qualidade, produtividade, logística, imagem, etc.).
Um bom gerenciamento dos fornecedores é requisito para se ter e, principalmente, manter boas parcerias.
Desafios
Uma pesquisa mundial da PwC revelou que a maior parte das empresas (64%) está na fase “exploração” no atual nível de maturidade do SRM, sendo que apenas 13% das empresas entrevistadas revelam possuirem SRM implantado.
Pôde-se concluir que o atual nível de maturidade do SRM nas empresas ainda é relativamente baixo. A tabela a seguir, extraída dessa pesquisa, revela a compreensão de cada nível em cada um dos capacitadores de implantação do SRM em uma empresa.
Obviamente que uma empresa empenhada em implantar seu SRM não avançará igualmente em cada um dos capacitadores, até mesmo porque a empresa já deve se encontrar em posições diferentes de maturidade em cada um deles.
Na estratégia de implantação é preciso estruturar os passos desse avanço e priorizar os capacitadores que se encontrem menos evoluídos.
A adoção o quanto antes for possível da tecnologia em um projeto de implantação de gestão na empresa é uma estratégia recomendada para se obter aceleração e redução dos esforços e riscos com esse projeto. A tecnologia acaba por moldar a estrutura que se deseja obter como resultado e já de partida ela traz as boas práticas que estão em vigor no mercado.
Para seguir com essa estratégia é preciso que haja segurança na avaliação e escolha da tecnologia que irá apoiar o SRM, para que a escolha não acabe por causar o efeito contrário de atrasar ou até mesmo inviabilizar o projeto, diante a processos estruturados na plataforma que não coincidam com as necessidades da empresa.
Um dos pontos relevantes nessa escolha da tecnologia é priorizar a análise sobre soluções que “falem” a linguagem do setor. Uma tecnologia genérica pode causar menor impacto de resultados ou até mesmo vir a ter a adesão dos usuários comprometida por falta de compreensão das especificidades que um setor possa apresentar.
A ConstruPlan é uma das soluções da ConstruSpace criada dentro do conceito de SRM para tornar a gestão de fornecedores na construção civil mais ágil e eficiente. A partir da plataforma poderá comunicar-se de forma simples com todos os fornecedores, enviar solicitar propostas de orçamentos, compreender o interesse dos fornecedores em participar no seu projeto, comparar variáveis como custo/qualidade, avaliar a confiabilidade, conhecer novos fornecedores através da nossa base de dados, etc. Lembre-se que estas cadeias de fornecedores são fundamentais, e devem ser bem geridas porque fazem uma grande diferença na lucratividade da sua obra.
*Marco Antonio Portugal é engenheiro civil, empresário e mestre em gestão da inovação.
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