Opinião
A tecnologia vai salvar o seu emprego, mas você precisa se adaptar
Sabe aquele seu conhecido que perdeu o emprego e não consegue se recolocar? Possivelmente não conseguirá nunca mais. E isso é bom, tanto para ele quanto para a Economia.
O que temos aprendido com as empresas da chamada “Nova Economia”, ou da economia digital, ou indústria 4.0 é que não faremos empresas dessa nova onda econômica com pessoas treinadas para a economia tradicional, criada na Revolução Industrial no final do século XIX.
Segundo pesquisa do LinkedIn sobre as profissões em alta para 2020, das 15 no total, 8 são de tecnologia. Assim como a expectativa para 2030 é de que tenhamos mais de 8 milhões de vagas abertas sem gente suficientemente qualificada para ocupar no Brasil, de acordo com pesquisa da multinacional Korn Ferry.
Se lembrarmos dos cursos, principalmente os superiores de 2005 (nem faz tanto tempo assim) e as vagas daquela época existia uma correlação clara entre estudar Engenharia Civil e trabalhar em uma construtora por exemplo. As vagas de 2020 parecem não ter nenhuma correlação com esses cursos superiores ou técnicos ainda disponíveis hoje.
As empresas querem profissionais para assumirem vagas como Community Manager, SDR, DevOps ou Scrum Master. E as formações? Ou não existem, ou existem em uma quantidade infinitamente menor do que a demanda por pessoas.
A boa notícia é que essas vagas irão nos salvar desses trabalhos repetitivos que a tecnologia deve substituir, mas as pessoas são as mesmas. Discussões produtivas com membros do time do Masterclass Governança e Nova Economia sobre o tema me levaram a escrever este artigo e chegar a conclusão de que um fluxo de treinamento e capacitação dessas pessoas é a única alternativa para que as empresas possam contratar pessoas qualificadas, é uma enorme oportunidade de novos negócios e a melhor forma do seu conhecido que ficou desempregado voltar ao mercado de trabalho.
Diego Godoy é headhunter e sócio da Easy2Recruit – RecrutamentoFacil.com. É professor do tema recrutamento e seleção no curso Masterclass Governança e Nova Economia. Possui diversos artigos publicados sobre o tema em revistas e jornais de circulação nacional. Também é fundador do Projeto Um Por Cento, reconhecido como iniciativa oficial pelo ACNUR e que trabalha na recolocação de refugiados no mercado de trabalho do Brasil.