Psicóloga do Corinthians revela lições de liderança do esporte para o mundo corporativo

No mais novo episódio do podcast do GazzConecta, Fernando Oliveira, Coordenador de Conteúdo da Pinó, recebeu Anahy Couto, psicóloga do Sport Club Corinthians e professora da ESPM. Anahy comentou sobre as similaridades entre a mentalidade necessária para atuar no esporte de alta performance e nas grandes empresas, e trouxe dicas de liderança para empreendedores.

A psicóloga atua no futebol profissional há mais de dez anos e, além do Corinthians, também já passou pela equipe do São Paulo Futebol Clube. Desde 2015, é professora de liderança na ESPM e dá aulas para equipes de pós-graduação e MBA’s.

Segundo Anahy, o esporte de alta performance exige resultados constantes, da mesma forma que as grandes empresas. Isso torna os jogos um meio bastante educativo para o desenvolvimento de soft skills. Assim como os jogadores, a equipe de uma empresa precisa estar preparada para enfrentar cenários de pressão e competitividade

A professora afirma que a chave para lidar com essas situações é fazer uma gestão das emoções: olhar para si mesmo, entender o que sente e o que pode fazer a partir disso.

“É preciso reconhecer,  aprender a lidar e dosar aquela emoção para que ela não prejudique você e seu time. Você precisa ter a capacidade de ressignificar muitas coisas e dar outro sentido daquilo. O atleta precisa separar ele do externo para não se sentir agredido pelas cobranças e dar conta da responsabilidade”, explica.

A psicóloga conta que uma das principais lições que o futebol ensina para os líderes é a de “passar a bola”: dar autonomia e confiança para que a equipe possa desenvolver atividades por conta própria.

“Para inovar, as pessoas têm que ter a segurança do ‘vai e faz’. Precisa haver uma margem de risco calculado e seguro para aquela pessoa. O líder precisa criar segurança para uma equipe. A cultura do medo, do bode expiatório e do castigo impede que as pessoas inovem”, conta.

Além disso, o líder precisa ter um grande controle emocional para enfrentar situações diversas. É preciso ser justo e humano, e não deixar os próprios valores de lado em momentos de pressão. “Quando existe uma falta de conexão entre o que é dito e o que é feito, isso quebra a liderança. A base da liderança está na confiança, e para isso você precisa ser autêntico e transparente”, diz a professora.

Anahy explica que muitos líderes levam a equipe à exaustão. A cobrança excessiva pode funcionar em um primeiro momento, mas logo os resultados começam a diminuir. Para manter a alta performance é preciso ter responsabilidade e saber o quanto exigir do seu time.