Maior evento de varejo do mundo
6 principais tendências para o varejo apontadas na NRF 2023
A segunda quinzena de janeiro foi movimentada pelo principal evento de varejo do mundo, o NFR 2023 Retail’s Big Show. O evento ocorrido entre 15 e 17 de janeiro em Nova York reuniu os principais players do varejo no mundo, apresentando tendências relacionadas à indústria, comportamento do consumidor, ESG, marketing, internet das coisas, entre outras inovações que envolvem o setor.
De acordo com o CEO do Market4u, Eduardo Córdova, muitos assuntos relevantes foram tratados durante os três dias de evento, porém o destaque foi para temas ligados à inteligência artificial, internet das coisas e experiência do cliente. “É um evento incrível que gera muito conhecimento acerca das principais inovações do varejo mundial. A tecnologia e a evolução nos trazem muitas soluções, mas existe muito o que aprender com o antigo, que não deve ser esquecido. Questões como facilidade para comprar, variedade de produtos para escolha, tratar o cliente como único, personalizar o atendimento e a jornada de compra, são critérios ‘antigos’ mas que também moldam as tecnologias do futuro”, explica.
Eduardo conta que durante os principais painéis algumas tendências foram apontadas como sendo as principais no setor para os próximos anos, como o consumo de experiências que gerem bem estar, a retomada do turismo internacional, lojas com autoatendimento que estimulem a interação com o consumidor no espaço físico e no digital, práticas sustentáveis, metaverso e experiência do cliente.
“É perceptível o quanto o customer centric norteia as palestras e tendências, mesmo com toda a tecnologia apresentada, o grande objetivo é sempre o mesmo: se conectar e atender da melhor maneira os clientes”.
Para explicar sobre as principais tendências para o varejo apresentadas no evento, Eduardo lista algumas principais:
ESG e sustentabilidade
Se antes as empresas apenas planejavam, este ano foram apresentados resultados e práticas claras de ESG. “As práticas ESG certamente são uma das maiores tendências no varejo, uma vez que o consumidor está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e comprando de empresas que tenham essa visão muito clara em seus negócios. A Geração Z e Alpha inspiram esse movimento uma vez que trazem consigo um olhar que prioriza o tema”.
Mais sobre pessoas, menos sobre tecnologia
Num cenário econômico mais complexo, a tecnologia é vista como a principal aliada na construção das relações entre empresas e consumidores. “A mudança nos hábitos de consumo é grande e dados nos mostram que o número de idas às compras aumentou, assim como a quantidade de dias da semana em que as pessoas vão ao mercado. Desta maneira, o mesmo cliente que vai presencialmente à loja também é o que realiza o pedido via aplicativo. Fica claro aqui que não é sobre o perfil de cliente, mas sim sobre o momento de consumo, sendo assim é importante que as lojas reúnam em seus negócios vários canais”.
Mídia e varejo
Os investimentos em marketing não devem acontecer somente no digital, as lojas físicas se mostram um excelente ponto de divulgação. “Por meio do contato presencial, é possível oferecer experiências únicas para os clientes, com campanhas e ações de marketing personalizadas para os pontos de venda. Já as redes sociais e os canais digitais tem um grande potencial de aproximar os consumidores das marcas. Unir essas duas estratégias é a melhor opção sempre”.
Mercado de luxo em transformação
O CEO da LVMH nos EUA, Anish Melwani, trouxe o entendimento sobre o potencial das marcas de luxo em manter seus clientes ativos, mesmo em períodos de crise econômica, pois, segundo ele, o luxo passou a ser identidade.
“As lojas de luxo não competem por quantidade e sim por qualidade e autenticidade, por isso o seu público é fiel, mesmo em tempos de crise. Hoje a estratégia de promoções deste segmento tem uma variação menor de preços, em ‘U’, evitando o que era feito no passado, em ‘V’, com grandes baixas de preços e um retorno rápido ao valor original. Com isso, a manutenção do público é de longo prazo”.
Conforto do lar
Outra tendência apresentada foi a experiência migrada para o lar. “É perceptível e faz parte da vida da maioria das pessoas hoje em dia, a vontade de estar no conforto do lar para fazer coisas que antigamente se fazia na rua como assistir um filme e realizar eventos. Essa visão do consumidor deve fazer parte da estratégia do varejo, pois cada vez mais é preciso entender o que as pessoas querem e estar onde elas estão”.
Costumer centric
O consumidor no centro das atenções segue como uma das maiores tendências no varejo, uma vez que o poder de decisão sobre o que comprar e onde está cada vez mais na mão de quem compra e menos em quem vende. “Aqui a agilidade também ganha status e deve ser parte fundamental das estratégias. Compras sem contato físico como forma de agilizar o atendimento e lojas no formato ‘One Stop Shop’ (onde o cliente encontra tudo que precisa em um só lugar) também devem ser o foco”.