PIX
Por que o PIX deve revolucionar setor financeiro e aumentar lucro do varejo
O PIX é o lançamento mais aguardado pelas instituições financeiras e fintechs em 2020. Considerada um divisor de águas no setor financeiro, a plataforma de pagamentos instantâneos criada pelo Banco Central deve entrar em vigor oficialmente em 16 de novembro, sendo que 980 instituições participaram do processo de homologação, desde grandes bancos, cuja adesão era obrigatória, como Itaú e Banco do Brasil, até fintechs, como Inter, Mercado Pago e Nubank.
O novo sistema permite que transferências e liquidações de contas aconteçam instantânea e gratuitamente, a qualquer hora e em todos os dias da semana — ou seja, não tem limitação, como os TEDs (Transferência Eletrônica Disponível) oferecidos atualmente. Além disso, ele permite o pagamento por aproximação e via QR Code.
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Com 3,2 mil clientes, a fintech Iugu faz a gestão de cobrança para cerca de 300 mil pessoas, movimentando em torno R$ 12 milhões ao mês. Para automatizar os processos financeiros e identificar com facilidade as transferências recebidas, a startup solicitou adesão ao PIX em junho — mês em que o processo foi disponibilizado às instituições.
“O PIX vai resolver o problema de alto custo para enviar e receber dinheiro, além de permitir que a gente insira informações de quem é o cliente e o número de venda dele para identificar transferências. O boleto faz isso, mas é muito devagar”, compara Patrick Negri, fundador da Iugu.
A fintech paulista prevê triplicar de tamanho até 2021 e enxerga o futuro sistema de pagamentos do BC como aliado de seu crescimento. “Trabalhamos com automação e agora vamos poder melhorar ainda mais nosso serviço”, complementa o fundador da startup, que tem entre seus clientes as startups DogHero e ContaAzul.
Benefício para comerciantes
Segundo Alexandre Pinto, diretor de inovação e novos negócios da Matera, empresa de desenvolvimento de tecnologia para o mercado financeiro, os comerciantes serão os principais beneficiados com o PIX, principalmente pela redução do custo de operações financeiras.
“Os postos de combustível, por exemplo, têm margem de lucro muito pequena. Com o PIX, a diferença nas transações vai contribuir com o faturamento. No e-commerce, a redução do uso de boletos também vai ajudar na gestão do estoque”, pontua o executivo.
Para os consumidores, Alexandre destacou que a plataforma deve contribuir com inclusão financeira dos brasileiros, uma vez que os clientes de fintechs poderão sacar e depositar dinheiro em varejistas credenciados.
“Há questões culturais que vão além da tecnologia, como pessoas que costumam pagar contas com dinheiro no caixa do banco. A digitalização é uma tendência e vai acontecer. É inexorável.”
Vlademir Santos, líder de projetos da ACI Worldwide, empresa de sistemas de pagamento norte-americana, afirma que o PIX tem como objetivo ser o mais democrático e barato possível. “Vamos ter uma transformação total do setor de pagamentos. O BC fez um apanhado de várias experiências do exterior, como as da Índia e da China, e criou um modelo adaptado à situação do Brasil”, exemplifica.
E para garantir a segurança dos usuários, Vlademir afirma que o BC criou um grupo de trabalho focado em segurança, que discute desde como combater fraudes a potencializar os pagamentos. “As tecnologias de segurança vão incluir tokenização, avaliação do comportamento do usuário e geolocalização. Todo mundo vai seguir um mesmo padrão para facilitar a identificação de problemas”, explica.
Concorrência com WhatsApp Pay
Em meio à ansiedade pelo lançamento do PIX, o WhatsApp divulgou que lançaria sua ferramenta de pagamento digital em 15 de junho — saindo na frente do Banco Central. Na última terça-feira (23), contudo, o WhatsApp Pay foi suspenso pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em uma ação para “mitigar riscos à concorrência pela parceria do Facebook (dono do WhatsApp) com a administradora de cartões Cielo.
Após reuniões com o BC e o Cade, o Facebook decidiu apoiar e integrar o PIX. “Nosso objetivo é fornecer pagamentos digitais para todos os usuários do WhatsApp no Brasil, com um modelo aberto e trabalhando com parceiros locais e com o Banco Central. Além disso, apoiamos o projeto PIX do Banco Central, e junto com nossos parceiros estamos comprometidos em integrar o PIX aos nossos sistemas quando estiver disponível”, informou a rede social.