Jornada para a Nuvem
O investimento em nuvem na América Latina deve crescer significativamente nos próximos três anos
Praticamente todas as empresas da América Latina (98%) já iniciaram sua jornada para a nuvem e 80% estão em fase de implementação ou otimização, o que significa que estão trabalhando com essa tecnologia regularmente. Isso é o que revela o estudo "Nuvem na América Latina 2023: Adoção e maturidade das empresas latino-americanas na jornada para a Nuvem", elaborado pela consultoria global em negócios e tecnologia NTT DATA e o MIT Technology Review.
Longe de cessar, os investimentos nessa tecnologia continuarão se multiplicando. Entre as empresas pesquisadas, 57% preveem um crescimento nesse tipo de serviço entre 75% e 100%. Esse crescimento também incluirá os modelos de Software como Serviço (SaaS), Infraestrutura como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e modelos sem servidor (serverless). Os principais fatores de investimento não são mais a eficiência de custos. Atualmente, eles incluem escalabilidade (78,5%), inovação (64,5%) e time to market (49,5%).
Mesmo com o alto nível de adoção, as organizações latino-americanas continuam enfrentando alguns desafios, como restrições orçamentárias (14%), gestão de negócios (12,3%) ou a necessidade de entender o benefício financeiro e a viabilidade das iniciativas (10%). Também surgem algumas barreiras culturais, como dificuldades para obter as habilidades tecnológicas necessárias (18,7%) ou resistência à mudança (9%). Para superar essas últimas, é importante abordar a transformação a partir de uma perspectiva humana, com equipes híbridas que integrem o pessoal de negócios e de tecnologia, tanto interna quanto externamente, para alcançar o alinhamento estratégico.
No Brasil, 64% das empresas entrevistadas classificam o aumento da segurança na nuvem como um elemento de alto impacto em suas operações, o que é compreensível, pois muitas vezes exige uma revisão e complementos dos acordos de cibersegurança.
Em relação ao modelo adotado, a nuvem híbrida continua ganhando terreno, mesmo quando não era parte do plano inicial, com 66% das empresas adotando esse modelo. Quanto à definição das arquiteturas de dados, 80% destacam como desafio mais complexo a integração da nuvem com os sistemas locais (on premise), a segurança de TI e as conexões externas. Embora a implementação seja vista como simples no início, o processo exige um maior esforço quando envolve custos, contratos, governança de dados, sistemas legados e, acima de tudo, os principais sistemas de negócios.
A necessidade de melhoria contínua na operação da nuvem é um fator frequentemente subestimado pelas empresas, que acreditam que a tecnologia por si só resolve todos os problemas. No entanto, é fundamental focar a atenção na segurança, no monitoramento, na otimização e na conformidade. Um total de 74% das empresas que trabalham na otimização da nuvem buscam reduzir custos e 68% procuram aumentar a flexibilidade para se adaptar às necessidades do mercado que estão em constante mudança.
Os novos players do mercado, as startups, já nasceram digitais. Essas empresas são muito rápidas, estão fazendo coisas inovadoras e estão assumindo o controle de uma parte nova e inexplorada do mercado. As grandes empresas precisam acompanhar o ritmo de inovação que o mercado exige e melhorar o time to market, comenta Ivan Brum, Head of Digital Architecture & Journey to Cloud na NTT Data.
O FinOps (operações financeiras) é uma tendência que veio para ficar no mundo dos serviços em nuvem e se tornou uma prioridade nas agendas das lideranças. Mais de 80% consideram importante implementar essa estrutura, que visa otimizar os custos na gestão dos recursos da nuvem, uma vez que aborda a gestão financeira e de custos de forma integral, envolvendo toda a organização e promovendo uma abordagem cultural para enfrentar os desafios do mercado em constante evolução. Além disso, 41% das empresas que estão na fase de otimização consideram a integração do FinOps na operação muito relevante.
Outros resultados do estudo indicam que cerca de 81% das empresas consideram a cibersegurança como o fator mais valorizado ao adotar soluções em nuvem, em parte devido à percepção de que a segurança é coberta apenas pela contratação do serviço, quando muitas vezes é necessário ter uma equipe dedicada.
Para 40%, há uma melhoria significativa na satisfação do seu cliente associada à adoção da nuvem.
"As empresas latino-americanas já estão embarcando na jornada para a nuvem, mas ainda existem inúmeras oportunidades e desafios interessantes pela frente", afirma Juan Sebastian Escobar, diretor de Nuvem para as Américas da NTT DATA. "O futuro da nuvem na região será voltado para a melhoria da experiência do cliente, a eficiência operacional, a estratégia de dados ou a criação de novos negócios altamente flexíveis", acrescentou Escobar.
O estudo completo, que contou com a participação de 121 líderes empresariais da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru, pode ser acessado aqui.