Startups 4.0
Indtechs são maioria das startups da Indústria 4.0 no Paraná
As indtechs, empresas que desenvolvem soluções digitais voltadas ao desenvolvimento da indústria, são a maioria das startups paranaenses da indústria 4.0. Foi o que identificaram pesquisadores do Grupo de Operações, Produtos e Estratégias Digitais (GOPED), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Segundo o estudo produzido pelos pesquisadores, são consideradas startups 4.0 aquelas de base tecnológica ou que utilizam tecnologias da Indústria 4.0 em suas soluções, como Inteligência Artificial [IA], Big Data, Internet das Coisas [IoT], computação em nuvem e blockchain, além das tecnologias de front-end da Indústria 4.0, incluindo realidade virtual e realidade aumentada, impressão 3D, entre outras.
O objetivo da pesquisa realizada pelo grupo de pesquisadores da PUCPR foi o de analisar como as startups trabalham com essas tecnologias e soluções da indústria 4.0 para desenvolverem seus negócios dentro do ecossistema de inovação, identificando fatores como sucesso do empreendimento, bem como as atividades e competências necessárias para a entrada no mercado.
Como metodologia, foram realizadas 27 entrevistas com atores do ecossistema, como governo, academia, indústria, investidores, clientes e fornecedores, e uma enquete que obteve 120 respostas de startups 4.0. Os resultados permitiram aos pesquisadores identificar quais as atividades-chave que essas startups devem desenvolver para chegarem ao mercado.
Os dados obtidos permitiram, também, fornecer recomendações para que as startups 4.0 pudessem desenvolver seus negócios dentro dos diferentes estágios do ciclo evolutivo (ideação, MVP e tração) para serem mais competitivas no mercado.
Resultados
No mapeamento, as indtechs respondem por 21,67% das iniciativas do segmento no estado, seguidas pelas healthtechs, voltadas a soluções para o setor de saúde com base na tecnologia, com 14,17%. Agrotechs, construtechs, cleantechs e fintechs completam a lista, com 10%, 6,67%, 5,83% e 4,17%, respectivamente.
A pesquisa ainda identificou como universidades, governos e a iniciativa privada podem contribuir para o crescimento das startups da indústria 4.0. Em relação às instituições de ensino superior, as principais formas de contribuições são a capacidade empreendedora (33,33%), disponibilização de incubadoras e laboratórios (32,5%) e acesso à tecnologia (29,17%).
Governos, por sua vez, podem contribuir com recursos de subvenção (17,5%) e disponibilização de infraestrutura (9,17%). A iniciativa privada, por fim, costuma contribuir com investimentos anjo (29,17%), capital semente (25,83%) e aceleradoras (25%).
Em relação aos fatores críticos de sucesso para as startups alavancarem seu negócio, com possibilidade de mais de uma indicação de resposta, recursos sociais (63,3%) e de informação (50%) são os mais relevantes. Outras causas incluem capacidade de identificar e avaliar as oportunidades, capacidade de mobilização para capturar valor das oportunidades, colaboração, resiliência, autoeficácia, mentoria, exploração de conhecimento externo, exploração de conhecimento interno e investimentos privados.