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A adoção de inteligência artificial será uma das prioridades para empresas brasileiras que querem ser mais inovadoras, segundo pesquisa da consultoria especializada ACE Cortex, em parceria com a edtech Future Dojo e a ACE Advisors. Crédito: Creativeart / Freepik.

Innovation Survey 2024

Empresas brasileiras vão priorizar inovação - e IA será principal meio para isso

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias
18/04/2024 15:10
A rápida adoção de inteligência artificial será uma característica compartilhada entre as empresas brasileiras que estimam se tornar mais inovadoras, segundo uma pesquisa da consultoria dedicada ao tema ACE Cortex, em parceria com a edtech Future Dojo e a ACE Advisors, boutique de fusões e aquisições (M&As). De acordo com o estudo, realizado anualmente, mais da metade das companhias do país (53,5%) pretende adotar a tecnologia, que deve se tornar a principal facilitadora em suas jornadas de inovação.
Além da IA, o estudo — que leva o nome de “Innovation Survey 2024” — destaca a criação de braços de Corporate Venture Capital (CVC) e o relacionamento comercial com startups como potenciais caminhos para que empresas possam se tornar mais inovadoras no curto prazo. Ao todo, a ACE Cortex ouviu líderes (entre eles C-levels, diretores, conselheiros, gerentes e coordenadores) de mais de 300 companhias de 40 setores da economia brasileira, em sua maioria com faturamento anual acima de R$ 1 bilhão.

Questão de ordem

O estudo analisou que, cada vez mais, as empresas reconhecem a inovação como uma questão de sobrevivência. Mais da metade dos respondentes (52%) considera a inovação como prioridade em suas organizações, ante os 39% registrados em 2023, durante a última edição da pesquisa. Entre as prioridades para as empresas no momento, destacam-se a atração e retenção de colaboradores, redução de custos e criação de novas fontes de receita.
Os esforços de curto prazo também foram reconfigurados, mostra a pesquisa. Se em sua última edição os líderes esboçaram uma preocupação crescente com o redesenho de processos internos e a criação de novos negócios como forma de encontrar novas fontes de receita, o ano de 2024 tem sido o momento em que esses mesmos tomadores de decisão pretendem alcançar os mesmos objetivos, mas dessa vez por meio dos produtos que já possuem (35,1%) e pela criação de uma cultura corporativa forte (19%).
Já em relação aos objetivos de médio ou longo prazo, as principais respostas indicam a evolução de produtos/serviços existentes (47,1%); o desenvolvimento de novos produtos (40%); a eficiência operacional e automação de processos (39%); novos modelos de negócios (30,6%) e estratégicas de marketing e experiência do cliente (29,4%).

Primeiros passos do CVC

Mesmo considerando a inovação como uma questão estratégica, algumas empresas ainda esbarram em dificuldades para alavancar suas iniciativas internas em favor do tema. Um exemplo está na imaturidade de projetos de Corporate Venture Capital (CVC).
De acordo com o estudo, apenas 15,2% das empresas possuem capacidade de atuar nesta frente, o que demonstra um mercado ainda incipiente e principiante, analisa Millena Fonseca, sócia e COO da consultoria ACE Cortex. “Este cenário reflete um desejo genuíno das empresas em estarem perto das startups, o desafio é encontrar o melhor formato de relacionamento e investimento”, afirma.

Como acontece a inovação

Para além das iniciativas de CVC, a Innovation Survey 2024 destaca as outras estratégias de inovação mais utilizadas e que já apresentam alguma maturidade por parte das empresas. Os entrevistados apontam a construção de novos negócios com parceiros (joint venture), programas de inovação aberta, jornadas de capacitação em inovação e o modelo de organização por squads. Além disso, pouco mais de 20% cita os M&As (fusões e aquisições), como as iniciativas mais comuns.

Obstáculos para a inovação

Dados da Innovation Survey mostram uma disparidade entre pequenas empresas e grandes corporações no que se refere aos desafios para a inovação. No caso das companhias de menor porte, a ausência de recursos financeiros é o principal impeditivo para o avanço das iniciativas de inovação e projetos pontuais, sendo apontada por 46% das organizações.
No entanto, apenas 21% das empresas de grande porte (com faturamento acima de R$ 1 bilhão), chamam a atenção para o mesmo problema. No caso delas, a cultura organizacional é a principal restrição para a inovação (52,2%), seguida da aversão ao risco (43,5%) e governança e sistema de gestão (43,5%).

IA em toda parte

Desde que ganhou protagonismo nas discussões sobre o futuro dos negócios, a inteligência artificial vem sendo amplamente adotada por empresas que desejam não apenas otimizar processos, mas também acelerar suas jornadas de inovação — e dados da Innovation Survey comprovam isso. De acordo com o estudo, cerca de 53,5% das empresas já adotam IA como a principal tecnologia aplicada em seus processos de transformação digital. Em seguida estão Big Data e Machine Learning.
“Não se trata apenas de aprender sobre as aplicações da tecnologia, mas também de entender os impactos comportamentais e as mudanças que ela implica tanto na vida das pessoas quanto nos negócios”, diz Milena Fonseca.

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