Números da Black Friday
Balanço da Black Friday 2022: volume de vendas, faturamento e o ranking dos e-commerces
Dados de vendas e faturamento, junto com pesquisas e levantamentos realizados por empresas especializadas no segmento de varejo, revelam que a Black Friday deste ano teve um desempenho abaixo do esperado por lojistas e e-commerces brasileiros. Realizada na última sexta-feira, 25 de novembro, a Black Friday 2022 registrou um faturamento total de R$ 6,1 bilhões, uma queda de 23% em relação ao mesmo período de 2021 (R$ 7,9 bilhões).
O mercado tinha uma expectativa mais otimista, mas alguns fatores - como a Copa do Mundo, jogo do Brasil e diluição de vendas durante o mês - impactaram uma das datas mais importantes para o varejo brasileiro. O ticket médio da Black Friday 2022 foi de R$ 618,16, cerca de 6% mais baixo do que 2021. Em relação à quantidade de produtos, a queda foi de cerca de 12% em comparação ao ano anterior.
"Apesar da vendas baixas, notamos um comportamento do consumidor moldado pelos jogos da Copa do Mundo. As TVs e o setor de alimentos e bebidas, por exemplo, receberam maior atenção do cliente e estão entre as categorias de destaque desta Black Friday”, comentou Paulina Dias, Head de Inteligência da Confi Neotrust, em nota.
Ainda segundo dados da Confi Neotrust e ClearSale, o público feminino foi o que mais realizou compras no período, apresentando um percentual de 57,44%. Já os meios de pagamentos mais utilizados pelo consumidor foram: cartão de crédito (50,16%), outros - e-wallet, cashback, débito (25,94%), PIX (15,05%) e boleto (8,84%).
“Notamos aqui um crescimento acelerado do PIX como forma de pagamento. É algo esperado devido à facilidade, mas o perigo de fraudes aumenta neste aspecto. Isso foi perceptível pela quantidade de fraude que caiu, mas o valor se manteve. Os novos meios de pagamento abrem margem para isso. Sempre indicamos que o consumidor utilize o cartão de crédito, pois ainda é a forma mais segura de realizar uma compra”, orientou Marcelo Queiroz, Head de Estratégia de Mercado da ClearSale.
Ranking dos e-commerces
A empresa Cortex, referência em inteligência de dados para comunicação estratégica e reputação de marcas, analisou a exposição dos e-commerces mais acessados do Brasil durante a semana da Black Friday 2022 (de 21 a 27 de novembro).
A Lojas Americanas, que havia ficado em 15º lugar em 2021, passou para a liderança do ranking este ano, com 12,12 pontos. Em segundo lugar está a Amazon, que também subiu posições em relação ao ano passado, quando ficou em 11º lugar. A Shoppe, que liderou o ranking no último ano, caiu para a 9ª posição este ano. Já a Magalu fez o caminho inverso. Em 10º lugar no ano passado, a marca subiu algumas posições e hoje ocupa a 5ª colocação.
O estudo analisou a exposição dos e-commerces mais acessados do Brasil, levando em consideração as marcas que tiveram uma melhor reputação nas mídias digitais na semana da Black Friday. Foram analisadas a quantidade de menções versus a qualidade da exposição, obtendo como resultado um índice. Durante os últimos 7 dias foram monitorados veículos de imprensa digitais de cobertura nacional, especializada e regional, além das menções dos influenciadores nas redes sociais. As menções às marcas foram analisadas em relação ao sentimento, sendo classificadas como conteúdos promotores, quando a marca aparece de forma positiva, e detratores, quando a marca é citada de forma negativa. A partir disso foi criado o Índice Cortex:
Categorias mais procuradas
Os cinco segmentos que mais faturaram na Black Friday foram: eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia, moda e acessórios, e informática. Já as categorias que mais venderam foram: moda e acessórios, beleza e perfumaria, alimentos e bebidas, eletroportáteis e utilidades domésticas.
A Black Friday 2022 também foi movimentada nos aplicativos de supermercados, segundo análise de dados da Mercadapp, que avaliou o desempenho de centenas de supermercados e empórios. O número de pedidos de sexta-feira (25) a domingo (27) foi 15% superior em relação ao mesmo período de 2021. Os dados apontam alta de 6% de faturamento, apesar do ticket médio ter caído 10%. Entre os itens mais procurados estão bebidas alcoólicas e alimentos de hortifruti, e nas categorias de produtos, se destacaram os itens de mercearia, laticínios e limpeza.
Outro destaque desta edição foi o crescimento dos pedidos para retirada em loja ou lockers (armários com código). Segundo dados da Linx, empresa desenvolvedora de software para varejo, a modalidade representou 20,72% dos pedidos nessa Black Friday – um aumento de 33% em relação ao ano anterior e de 51% em relação ao período pré-pandemia, em 2019.
Já a Cyber Monday, que ocorre tradicionalmente na segunda-feira após a Black Friday, o faturamento de vendas deste ano atingiu um total de R$ 737 milhões. A quantidade de pedidos teve uma queda de 11,9% em relação ao ano passado. Entre os produtos com maior faturamento estão: eletrônicos, eletrodomésticos, telefonia, moda e acessórios, e móveis. Nesta Cyber Monday, o ticket médio foi de R$ 493,95.
A Black Friday das PMEs no Paraná
As pequenas e médias empresas online do Paraná tiveram 20% de aumento no número de pedidos na semana da Black Friday, de terça-feira (22/11) a segunda-feira (28/11), contabilizando pouco mais de 20 mil pedidos. Segundo levantamento da Nuvemshop, plataforma de e-commerce referência na América Latina, o Paraná faturou R$ 5,8 milhões nesta edição. Nesse mesmo período, o ticket médio do estado alcançou R$ 290.
“Apesar de o e-commerce nacional ter apresentado pouco crescimento nesta Black Friday, atribuído aos eventos esportivos e conjuntura econômica nacional, vemos um fortalecimento dos comércios regionais, especialmente na região sul do país, como é o caso do Paraná”, aponta Luiz Natal, gerente de desenvolvimento de plataforma da Nuvemshop. “Fretes mais baratos e até gratuitos chamam atenção dos consumidores, trazendo melhores resultados aos lojistas regionais”.
Além do Paraná, o estado de Santa Catarina (R$9,2 milhões – cerca de 60% a mais que 2021) também se destacou com crescimento percentual superior ao crescimento nacional, que foi de 5%.