Celia Linsingen e Guido Jackson
Como alavancar as vendas em 2023: tendências e mudanças no mercado varejista
É inegável que a maneira como as pessoas vêm consumindo produtos, especialmente, do mercado de varejo, mudou completamente nas últimas décadas, seja por hábitos mais conscientes de compras, seja pela experiência que buscam em um determinado setor. E, neste cenário, um conceito que pode definir o novo momento de consumo que o varejo está vivenciando são as chamadas “tendências”.
Para falar sobre essa tendência de mercado e também no comportamento do consumidor diante das novidades na hora de comprar alguma coisa, o podcast Papo Raiz entrevistou Celia Linsingen, consultora sobre temas que envolvem a nova economia e mercado de consumo e cofundadora da Brandita, uma startup de mulheres, que busca promover conhecimentos práticos em estratégias de branding e marketing, e também Guido Jackson, fundador e CEO da Anthor, startup que fornece mão-de-obra para supermercados e lojas.
Antes de entrar nas discussões e reflexões sobre as tendências de mercado e consumo que envolvem marcas, produtos e consumidores, Guido aproveitou a oportunidade para falar sobre o papel da sua empresa diante deste setor.
“A Anthor está focada no varejo e conectamos profissionais autônomos a uma necessidade de serviço de mão-de-obra, então qualquer empresa que precisa de um profissional, pode pedir pelo nosso aplicativo”, explicou.
Essa estratégia da Anthor também está aliada ao entendimento sobre as transformações sociais, profissionais e econômicas, que também é essencial para os empreendedores que desejam ter eficiência em vendas e se consolidar no mercado. Foi sobre este panorama de consumo no Brasil e a necessidade de um profundo conhecimento do público-consumidor, que Celia Linsingen e Guido Jackson esclareceram alguns pontos e deram dicas para que empreendedores consigam alavancar seus resultados e se adaptar à nova realidade.
Como está o consumo atualmente no país?
A intenção de consumo varia muito a depender do momento em que o país se encontra. Segundo Guido Jackson, com a chegada da Black Friday e até mesmo da Copa do Mundo, as expectativas de vendas que os lojistas tinham não foram cumpridas e isso é fruto de diferentes causas.
“As pessoas não compraram tanto quanto deveriam e uma série de fatores fez com que isso acontecesse, sendo uma delas a mudança de paradigma. Agora, quando a gente fala de e-commerce e novas tecnologias, aí sim teve uma variação, mas, no geral, a expectativa ainda existe que talvez para o Natal as coisas melhorem”, afirmou o empresário.
Ele ainda ressaltou que o crescimento do mercado de consumo no Brasil está presente, mas, ainda se mostra bem menor do que se foi observado no ano passado e, com isso, a despesa dos varejistas acaba crescendo junto.
Qual o perfil dos consumidores brasileiros?
Mapear o perfil do público-alvo é uma das etapas mais importantes para que uma marca ou comércio tenha sucesso nas vendas e se consolide no mercado. Para Celia Linsingen, atualmente, os consumidores buscam por produtos que, de alguma forma, definem seus hábitos e comportamentos.
“As pessoas hoje buscam consumir o que faz sentido para a vida delas. A gente estende o que a gente é nas coisas que consumimos”, analisou a consultora.
Quais ações ajudam o varejo ser mais sustentável e crescer no mercado?
De acordo com Celia Linsingen, existe um grande movimento no mercado de consumo e nas relações pessoais e profissionais como um todo, que é a saída da “era do discurso” para uma entrada na “era da prática”, ou seja, agora são cobradas mais as ações do que os discursos em si e, neste cenário, os comerciantes precisam observar o setor e investir em estratégias que afetem positivamente não só os próprios negócios como os outros personagens envolvidos neste mercado.
“O empresário tem que ter consciência e entender os impactos que o negócio dele tem e o que pode fazer para minimizar impactos negativos na sociedade e no planeta. É preciso ter bom senso e autenticidade”, aconselhou Linsingen.
A consultora ainda ressalta que quem é do mundo dos negócios precisa conhecer as expectativas dos clientes para entregar um pouco a mais a esse público e, assim, também obter melhores resultados financeiramente. Já para Guido Jackson, ter um propósito com o próprio negócio e apostar em modelos inovadores são alguns dos caminhos para varejistas terem um bom retorno seja em forma de lucro ou de uma rede maior de clientes.
Como o empreendedor pode aproveitar as tendências de consumo?
Mais para o fim do bate-papo, os entrevistados também deram algumas dicas sobre quais as melhores formas dos empreendedores e varejistas aproveitarem as oportunidades que o mercado de consumo apresenta atualmente. Celia Linsingen orienta os empreendedores a observarem o modelo de negócio que gerenciam, as ações da concorrência e o que pode fazer em cima disso para se diferenciar no nicho em que atua.
“Eu observaria o que eu faço, o que meus concorrentes fazem, o que tenho e não tenho de igual e se vale a pena adaptar, inovar e se faz sentido para o público-alvo da loja, além disso, buscaria algum tipo de diferenciação ouvindo o cliente e como ele pode ajudar dando dicas para melhorar o meu serviço”, disse ela.
A consultora destacou que, a partir dessa análise, a ideia é o empreendedor acolher o que as pessoas têm a dizer, não menosprezar a concorrência e construir ações para atrair o consumidor. Ela afirma que, na maioria das vezes, essa adaptação da empresa ao mercado de consumo não vai necessitar de muito investimento financeiro, apenas de uma mudança de postura dos negócios diante do cenário em que se encontra.
Para Guido Jackson, três aspectos são fundamentais na hora do empreendedor adotar as tendências de mercado, sendo elas: o propósito, a lei da semeadura e a dor. Considerando esses pontos, ele afirma que a experiência do cliente será mais positiva e os varejistas vão conseguir elevar as suas marcas.
“O propósito do negócio é porque tudo tem uma razão de ser. E quando eu falo da semeadura, é que sempre que você der alguma coisa vai acabar recebendo mais. Em relação à dor, é que quando você resolve uma dor é muito mais fácil de vender, então, descubra no seu negócio qual é a dor a ser resolvida do seu cliente”, finalizou Jackson.
*Artigo produzido pelo Papo Raiz – uma conversa descontraída e divertida sobre empreendedorismo e assuntos em alta na sociedade.