Levantamento foi realizado pela entidade de fundos de investimentos Anjos e VCs, que publicou uma carta aberta defendendo investimentos durante a crise.
Capitaneado por Bruno Dequech Ceschin, cofundador da startup JUPTER, o grupo se articulou durante a crise do novo coronavírus para reafirmar ao ecossistema de inovação do Brasil que os investimentos não deixaram de acontecer por conta do momento do país. Segundo o investidor, o mercado de investimentos em tecnologia não se abalou porque o capital já foi levantado antes da crise.
“Esse tipo de investimento não depende dos ciclos macroeconômicos e não tem nenhuma relação com o PIB. Por isso, não vai ser afetado negativamente pela crise – ao contrário, vamos investir em novas empresas preparadas para esse novo cenário”, explica Ceschin. “É importante que a sociedade saiba disso porque os empreendedores que criam soluções para novos problemas têm que saber que há capital disponível e procurando por eles”.
A carta é embasada em uma pesquisa divulgada pela Astella Investimentos no final de maio. Paralelamente, o próprio grupo Anjos & VCs realizou a própria pesquisa, que está aberta até o dia 19 de junho para respostas de investidores com relação às suas previsões para 2020. Até o momento, dos 70 fundos que participaram da pesquisa, 90% estão ativos para investimentos em novas startups (veja abaixo a lista completa).
Ceschin indica que há R$ 9,5 bilhões sob administração dos 150 fundos que compõem o grupo, dos quais R$ 4,1 bilhão já foram investidos e R$ 2,1 foram captados, mas ainda não alocados. Além disso, segundo Ceschin, há mais 22 fundos de investimentos em criação no país.
Mensagem para o mercado
Para Dongley Martins, do fundo GooDz Capital, houve um movimento infeliz de comunicação no mercado afirmando que os investimentos tinham diminuído com a crise. “Esse mercado continua investindo de forma importante e significativa. Em um universo vivendo de demissão em massa e recursos financeiros no sistema bancário totalmente restritos, é muito importante que esse grupo de investidores continue investindo todos os dias”.
Martins afirma que, nos últimos três meses, a GooDz Capital investiu em quatro startups. Ele ressalta que, nesse cenário, é fundamental passar uma mensagem de tranquilidade ao ecossistema. “Se eu mando uma mensagem de terror para o mercado, o investidor foge, o gestor tem menos capital e as empresas vão quebrar no meio do caminho. O mundo não parou, a crise vai passar e é hora de termos empatia”.