Thumbnail

Ricardo Urso é sócio-fundador da Urso Consultoria, especialista em M&A e assessoria empresarial. Crédito: Marcelo Andrade.

M&A

Como saber se a minha empresa está preparada para realizar uma fusão ou aquisição

André Nunes
André Nunes
10/06/2024 09:24
As operações de M&A (sigla para fusões e aquisições, do inglês) estão cada dia mais presentes na estratégia de crescimento das empresas brasileiras. Mas, para realizar este processo da melhor forma, é preciso uma consultoria especializada para alavancar efetivamente essas estratégias e impulsionar o crescimento das empresas.
Fusões e aquisições são processos de compra e venda que unem diferentes organizações para formar novos negócios de alto potencial ou aumentar a competitividade dos adquirentes em seu segmento. Ambas as operações são consideradas societárias: a fusão acontece quando duas empresas se unem para formar uma nova organização, enquanto a aquisição se dá quando uma empresa compra outro empreendimento.
“Quando uma empresa ingressa em nosso ecossistema, realizamos um diagnóstico detalhado para determinar em qual estágio do processo de organização e reestruturação ela se encontra. Durante essa análise, examinamos minuciosamente todos os ativos e passivos da empresa, a fim de identificar a fase específica em que ela se encontra. Essa avaliação é fundamental para direcionar as ações necessárias e garantir que a empresa alcance seus objetivos de forma eficiente e estratégica”, explica Ricardo Urso, sócio-fundador da Urso Consultoria, especialista em M&A, assessoria empresarial, contabilidade, viabilidade jurídica e gestão financeira, que presta serviços de excelência a clientes em todo o Brasil.

Negócios certos

Para que uma operação desse tipo tenha sucesso, segundo Urso, é preciso escolher os negócios certos, fazer uma avaliação de valor rigorosa e fechar o negócio somente quando houver vantagem competitiva real.
“Permanecemos ao lado dos clientes em todas as etapas, como elaboração do plano de execução, criação de valuation (valoração), negociação, due diligence (processo de investigação sobre a empresa), análise de viabilidade jurídica, reorganização societária, consolidação e integração pós transação. Cada fase é executada preservando o sigilo com o público e a transparência das informações com os sócios. Esse é um dos diferenciais que garantem a satisfação dos nossos clientes nos projetos de fusões e aquisições de empresas”, ressalta.
Um exemplo histórico de M&A é a fusão entre os bancos Itaú e Unibanco, considerada uma das maiores do Brasil. Dessa operação, nasceu o Itaú Unibanco que, hoje, é o maior banco privado do país e a maior instituição financeira da América Latina.

Desafios do processo

No processo de venda, existem desafios desde o início. “Normalmente, o processo de M&A é conduzido com sigilo, e é essencial encontrar o match entre os interessados em comprar e vender. Nessa fase inicial, o networking da consultoria desempenha um papel crucial ao identificar o match ideal entre as partes envolvidas. Essa abordagem estratégica é fundamental para garantir que o processo de venda seja conduzido de maneira eficiente e bem-sucedida”, esclarece Urso.
Além disso, segundo o executivo, é abordada a fase de formação do EBITDA (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), uma vez que o comprador geralmente busca adquirir a empresa a um preço mais baixo, enquanto o vendedor busca maximizar o valor da transação, ambos com base em seus interesses individuais.
“Na nossa avaliação, para uma empresa estar preparada para a venda (parcial ou completa), é essencial que ela atinja a fase três. Neste estágio, todas as contingências fiscais, tributárias e jurídicas foram devidamente tratadas. Além disso, a empresa deve apresentar lucratividade, possuir uma estrutura societária adequada e manter um controle financeiro sólido. Esses fatores são cruciais para garantir que a companhia esteja em condições ideais para uma transação bem-sucedida”, detalha.

M&A e startups

O mercado das startups vem passando por um crescimento expressivo no pós-pandemia, em boa parte devido à alta demanda por inovação. A pesquisa “O futuro estratégico das fusões e aquisições no Brasil: M&A como impulso à transformação”, de 2023, mostra que a busca por sinergia, expansão de mercado ou aumento da eficiência operacional estão entre alguns dos principais motivos que levam empresas a investir em operações de M&A no país. Dentre as ações tomadas, adquirir empresas (70%), ativos ou marcas de outras organizações (55%) e adquirir ou investir em startups (45%) estão entre as mais citadas.
Para os próximos cinco anos, dentre 46% das empresas dispostas a fazer M&A, 24% pretendem adquirir ou investir em startups; outras 23% pretendem buscar fusão do negócio com outra empresa; e 21% pretendem adquirir outra empresa.
Nesse contexto, as operações de M&A se apresentam para as startups como alternativa para buscar ascensão e sinergia, além da captação de investimento externo. Dessa forma, uma empresa em crescimento pode impulsionar suas estratégias inovadoras ao obter maior aceitação de seu público-alvo, contando com o respaldo de uma empresa consolidada e tradicional.