Investimentos
Bossa Invest fecha 2023 com R$ 34,5 milhões investidos em 77 startups early stage
Com cerca de R$ 34,5 milhões investidos em 77 startups em 2023, a Bossa Invest, considerada pelo CB Insights a venture capital early stage número 1 na América Latina, fecha o ano com o terceiro melhor resultado de captação da empresa, desde o começo da sua operação em 2015, ficando atrás somente dos anos outliers de 2021 e 2022. O resultado, juntamente com indicadores de estabilidade na economia brasileira, sinalizam um 2024 positivo para a casa de VC, antes chamada de Bossanova Investimentos, e para o setor de inovação e tecnologia. As informações são da Bossa Invest.
No ano passado, a Bossa realizou 61 investimentos diretos e 16 indiretos via fundos e plataformas nacionais e internacionais - além de realizar mais 22 follow-ons. O cheque médio aportado em cada startup foi de R$ 330 mil. Já o valuation médio das startups investidas ficou em R$ 25 milhões, sendo que a participação média adquirida (equity) foi de 1,4%. Aproximadamente, 2.650 startups foram analisadas pelo time de especialistas da companhia no decorrer do ano. Entretanto, menos de 3% chegaram de fato ao aporte.
A Bossa também obteve 20 exits, com tempo médio de 3,02 anos para a saída e TIR (Taxa Interna de Retorno) acima de 40%, mostrando que o venture capital early-stage pode ser um investimento muito vantajoso, com retornos acima do mercado tradicional.
No posto de CEO da Bossa Invest desde setembro, Paulo Tomazela reforça que, mesmo com um ano desafiador, a empresa de VC soube focar suas energias em bons negócios, melhorias na gestão e no processo de análise das startups.
Startups em números
Desde o seu início, a Bossa já investiu em mais de 1,5 mil empresas direta e indiretamente. Com 251 startups atualmente em seu portfólio de investidas diretas (e que ainda não deram exit), o destaque do ano ficou por conta da evolução dessas empresas: a média de crescimento do faturamento entre elas foi de quase 30%. Somadas, essas startups estão gerando mais de 5,2 mil postos de trabalho. “Ações de matchmaking com corporações e fundos para conexões visando próximas rodadas ou até M&As, além de mentorias e de programas de aceleração, como o Academy For Founders e o Inova - este realizado em parceria com Sebrae Startups, Sebrae SC e Raja Valley -, foram determinantes para ajudar as startups do portfólio a crescerem”, explica Tomazela em nota.
Cenário melhor e boas perspectivas para o Venture Capital
Diante de alguns indicadores econômicos que sinalizam um cenário mais positivo, o CEO da Bossa aponta que a perspectiva para 2024 é de retomada progressiva e consciente do apetite dos investidores para o Venture Capital. “O Copom tem realizado a redução gradual da taxa Selic e indicadores mostram que isso deve se manter. Essa queda ajuda a aumentar o interesse pelo Venture Capital como alternativa mais vantajosa de investimento. Com a taxa alta, a renda fixa ganhou muito espaço em 2023, mas isso se inverte agora e podemos voltar a ter um ciclo positivo para investidores que sabem o valor do equity. Logo, investir em startups deve ser uma aposta boa, já que elas têm potencial de maior retorno, sobretudo no early stage, que possibilita maior diversificação da carteira”, analisa.
Alguns indicadores também embasam uma possível estabilidade econômica. A projeção para a inflação de 2023, por exemplo, voltou a cair no último Relatório Focus do Banco Central, com a estimativa do IPCA para 2023 em 4,49%. Diante de uma previsão de crescimento de 3,1% do PIB neste ano, o Brasil deve saltar duas posições, se tornando a nona economia do mundo em 2023, como divulgou nesta semana o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A retomada, ainda que tímida, de setores importantes da economia também é um bom sinal. Segundo dados do IBGE, o comércio varejista teve variação de 0,2% em outubro deste ano frente ao mesmo mês de 2022, quinto resultado positivo consecutivo, o que sinaliza uma possível recuperação do setor em 2024.
“Há uma confiança maior no mercado, o que pode também fazer com que os investidores fiquem mais otimistas e dispostos a apostar no setor de inovação. Acredito que, também, podemos esperar um fluxo de capital estrangeiro e isso colabora para a taxa cambial se manter em bons níveis. Enfim, estabilidade econômica e política, redução na taxa de juros e um cenário econômico melhor devem fazer com que o Brasil passe a ser visto como um bom lugar para se investir”, acredita o CEO.
Outro ponto que abre oportunidades para as startups é que o Brasil também deve entrar em uma pauta de investimentos mais pesados em infraestrutura, segundo Tomazela. “Nesse contexto, o crescimento do setor de inovação, que tem como característica trazer soluções que podem ser um importante caminho para essa pauta, é algo esperado”, comenta.
Por fim, o CEO da Bossa Invest aposta que as fintechs devem continuar tendo um crescimento expressivo no Brasil em 2024, bem como agrotechs e healthtechs, e setores ligados à ESG, como energia, clima e mobilidade.
E vem aí o GazzSummit
O GazzSummit Agro e Foodtechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em dois setores de grande relevância para o país. O evento será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeira produtiva ainda mais longe. Uma super estrutura espera os participantes, que poderão conferir mais de 30 palestrantes e mais de 300 empresas. O evento vai reunir players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua inscrição no site.