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Escalabilidade e perfil empreendedor: duas características importantes para as startups que estão em busca de investimentos. Crédito: Bigstock.

Aportes

As principais características das startups que mais recebem investimentos

André Nunes
André Nunes
03/06/2024 08:37
O Paraná conta atualmente com 1.758 startups, segundo o Mapeamento das Startups Paranaenses de 2023, divulgado recentemente pelo Sebrae/PR. São 202 negócios a mais (12%) em relação ao estudo divulgado no ano anterior. Das novas startups que surgiram no mercado em 2023, as chamadas Agtechs, do segmento de agronegócios, são destaques. O levantamento reforça a percepção nacional de que o Paraná é um polo de inovação e gerador de tecnologia. 
A pesquisa considerou desde startups em fase inicial até as que estão com grande faturamento, dentro do limite do Marco Legal das Startups. “Outro dado interessante é que, do total apurado no Paraná, 73,09% são microempresas e que, das 1.758 startups paranaenses mapeadas, 1.155 estão formalizadas e possuem papel ativo na economia estadual”, pontua Rafael Tortato, coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação e Startups do Sebrae/PR.
Diante desse panorama em franco crescimento, quais são as características das startups que mais recebem aportes e investimentos?
“Hoje, no mundo das startups, temos um ambiente extremamente propício para receber investimento. Existem os fundos de venture capital, ou capital de risco, que são os fundos voltados para investimento em startups de early stage (estágio inicial), em diversos segmentos. Então, normalmente, esses fundos possuem um pitch, que é uma tese de investimento específico para um segmento, seja ele uma fintech, um SaaS (software como serviço), System as a Service, Healthtech, entre outras”, explica Ricardo Urso, sócio-fundador da Urso Consultoria, que atua em áreas como fusões e aquisições (M&A), gestão de talentos e uso de tecnologia de ponta para gestão.
Ricardo Urso, sócio-fundador da Urso Consultoria. Crédito: Marcelo Andrade.
Ricardo Urso, sócio-fundador da Urso Consultoria. Crédito: Marcelo Andrade.
Dentre as regiões do Paraná com o maior número de startups, estão: Curitiba (430), norte do Paraná (179) e oeste do estado (178), de acordo com a pesquisa do Sebrae/PR. Das startups paranaenses, o segmento de Agtech, Healthtech & Wellness e Customer Service se destacam por uma maior eficiência e inovação em segmentos tidos como mais tradicionais. Juntos, os setores respondem por 22,8% das startups paranaenses.
Para cada um desses segmentos, existem diversos investidores que estão aptos a fazer aportes. Mas em contrapartida, o que eles buscam? “Eles estão atrás de uma empresa que possui sócios, não investem apenas num produto ou serviço. Eles investem também nas pessoas. Então não basta apenas ter um produto ou um serviço que é inovador, que é diferente, que vem para oferecer uma nova proposta de mercado e sim a gente precisa também ter uma equipe que esteja capacitada em uma importante evolução”, enfatiza.

Escalabilidade

Pela análise do especialista, os fundos buscam empresas em diferentes estágios, desde as ideias iniciais de startups até rodadas em que as empresas já faturam milhões por ano. “Cada uma busca atender uma necessidade específica em determinado segmento. Ou o mercado que ela está se propondo a resolver. Outra característica muito comum é o poder da escalabilidade: quanto que essa empresa pode escalar? Qual é a velocidade em que ela cresce? Qual é a dificuldade que ela tem para crescer? É um fator determinante para tomar decisão na hora de investir numa empresa”, reforça Ricardo Urso.
Ainda sobre os dados do Mapeamento das Startups Paranaenses de 2023, existe uma preferência dominante pelo modelo B2B2C (business-to-business-to-consumer) e B2B (business-to-business), que representam 92,59% das startups. “Isso reflete uma tendência de negócios que buscam ampliar seu alcance e impacto, e que oferece para as empresas vantagens significativas em escalabilidade e diversificação de receita”, destaca Rafael Tortato.
Outro aspecto apontado pelo mapeamento traz informações sobre a faixa etária das startups: 39,48% das startups têm entre três e cinco anos e 28,48% possuem de seis a nove anos. As empresas com mais de nove anos representam 4,33% do total. Segundo o coordenador do Sebrae/PR, essa pequena porcentagem sugere que atingir longevidade nos negócios é uma conquista notável, possivelmente reservada àquelas que alcançam um sucesso excepcional ou que conseguem se adaptar às mudanças de mercado.

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