Mapeamento
Mesmo durante crise, número de investidores em startups cresce 64% em 2020
Mesmo com a crise e incertezas causadas pela pandemia, o número de investidores em startups do Brasil cresceu 64% em relação a 2019. É o que aponta o mapeamento realizado pela plataforma de aceleração de startups, Jupter, em parceria com sua comunidade de investidores, Anjos e VCs. A quarta edição do estudo "Rota de Investidores de Startups no Brasil" foi lançada no último dia 17.
Diversidade e acúmulo de experiência são os pontos de destaque dos investidores em capital de risco no mapa deste ano. O levantamento apontou que 88,3% dos investidores estão aportando empresas mesmo na crise e outros 37 novos fundos de investimento estão em fase de criação.
Os recursos para investimento vem na sua maioria (71,7%) de capital próprio. Em segundo lugar estão os investidores de family offices, ou seja, os escritórios de investimentos de famílias que se dedicam ao Venture Capital.
O estudo mapeou também os investidores, grupos de anjos, aceleradoras e fundos de investimentos que aportam o crescimento de startups no país. Os valores médios investidos dependem da rodada e da maturidade do negócio. As aceleradoras aportam em média R$ 150 mil, já investidores-anjo, R$ 300 mil. Em rodadas pré-seed, o valor médio investido em uma empresa é de R$ 500 mil e, acima das rodas seed, os aportes passam de R$ 1 milhão de reais.
A rodada de maior preferência dos investidores (39,8%) é a seed. Segundo Bruno Dequech Ceschin, presidente da Jupter e organizador da pesquisa, a preferência se dá pela grande necessidade financeira de startups de investimentos para validar novos segmentos do negócio.
“O que percebemos com o mapeamento é que não houve retração, mas sim uma aceleração nos investimentos. Isso foi causado pela baixa taxa de juros, que estimula o investidor optar por um investimento de risco”, explica o líder da pesquisa.
2021 será o ano do investidor institucional
Os investidores tradicionais, como fundos de pensão e previdência privada, passam a realizar investimentos em tecnologia. É a aposta de Bruno para 2021, explicando que os valores investidos em startups serão ainda mais encorpados. Esta deve ser uma saída para dar rentabilidade aos beneficiários, por exemplo.
“Os grandes conglomerados financeiros não podem mais fugir do capital de risco pois precisam entregar retorno para os seus pensionistas”, prevê. Com a falta de rentabilidade de suas carteiras, os investidores tradicionais devem recorrer ao capital de risco de startups.
Também na visão do líder da pesquisa, os investidores especialistas ganham mais espaço, amadurecendo o mercado, com financiamento de startups de segmentos específicos, como fintechs, agtechs, educação, construção civil, mercado imobiliário e healthtech. "O Brasil tem pelo menos R$ 5 bilhões declarados pelos nossos investidores que estão comprometidos e em busca de oportunidades para serem investidos em novas startups”, lembra.