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Startups da área de saúde estão ajudando a combater a pandemia com tecnologia.

Crise vs. Oportunidade

5 healthtechs que se reinventaram na pandemia

Maria Clara Dias, especial para o GazzConecta
19/05/2021 13:00
O setor de saúde vem sendo um dos mais impactados desde o início da pandemia de covid-19. Com isso, as healthtechs, startups de tecnologia voltadas à área da saúde, encontraram uma grande oportunidade de crescimento. Segundo dados do “Distrito Healthtech Tech Report 2020”, o número de startups de saúde cresceu quase 120% no país em dois anos, chegando ao total de 542. E, apenas em 2020, as startups do setor captaram cerca de US$ 66,5 milhões em investimentos.
Para evitar a superlotação de hospitais, agilizar atendimentos
e facilitar o acesso a cuidados primários para pessoas e empresas que desejam
expandir a preocupação com o bem-estar corporativo de seus times, algumas
startups vêm se destacando no que diz respeito à inovação e desempenho nos
últimos meses.
Veja abaixo uma lista com 5 healthtechs que se reinventaram e criaram novas soluções enquanto apresentam resultados positivos, mesmo em meio à crise.

1 - Vittude

Fundada em 2016 por Tatiana Pimenta e Everton Höpner, a Vittude é uma startup de saúde mental para empresas que já possui mais de 350 mil vidas atendidas e 120 clientes corporativos.
Em função da pandemia e do isolamento social, a busca pelos serviços da Vittude disparou, comprovando que as corporações estão mais preocupadas com o bem-estar físico e mental de seus funcionários. No rol de serviços oferecidos, estão o diagnóstico de patologias mentais e até mesmo capacitação de líderes e gestores para lidar com times, gerir de forma correta e na construção de ambientes de trabalho mais saudáveis.
Tatiana Pimenta, cofundadora da Vittude (Foto: Renato Pizzutto)
Tatiana Pimenta, cofundadora da Vittude (Foto: Renato Pizzutto)
A Vittude cresceu mais de 540% em receita bruta desde o início da pandemia. Também nesse período, a healthtech foi de sete clientes corporativos para mais de cem. Algumas delas são Renner, Raia Drogasil e Grupo Boticário.
Para aproveitar o bom momento, a startup também lançou o
Vittude Match, ferramenta de inteligência artificial que visa uma melhor
experiência do cliente no momento de escolha do profissional de psicologia. Com
o novo recurso, foi possível aumentar a permanência das pessoas no processo de
terapia (após a primeira sessão) em até 600%, segundo a empresa.
“Ao trazermos profissionais de grande destaque para
compartilharem experiências pessoais, nossa ideia é mostrar ao mundo que somos
humanos e vulneráveis. Mais que isso, deixar claro que está tudo bem contar com
a ajuda de um psicólogo para lidar com nossos desafios diários” diz Tatiana
Pimenta, CEO da Vittude.

2 - Cia da Consulta

A Cia da Consulta, rede de medicina, nasceu em 2017. Mas foi
apenas em 2020 que a empresa viu a oportunidade de expandir sua atuação também
para o segmento B2B, fornecendo tecnologia para outras empresas de saúde.
A decisão foi um reflexo direto da pandemia, que também fez com que a empresa migrasse para o ambiente digital, oferecendo consultas em telemedicina - além das 9 clínicas físicas no estado de São Paulo.  Essa solução, segundo a empresa, cresceu cerca de 20% desde o início da pandemia.
“Temos investido constantemente em tecnologias para atendermos 100% também no formato online e, com isso, percebemos uma evolução muito grande no nível de satisfação dos nossos clientes, que é de 82% entre aqueles que já utilizam a tecnologia. Estamos caminhando para sermos uma referência no setor”, afirma Felipe Folco, médico e diretor da Cia da Consulta. Desde sua fundação, a Cia da Consulta já levantou mais de R$ 45 milhões em aportes.
Felipe Folco, médico e diretor da Cia da Consulta (Foto: divulgação)
Felipe Folco, médico e diretor da Cia da Consulta (Foto: divulgação)

3 - Bee Touch

A preocupação com a saúde mental também pauta a atuação da
Bee Touch, healthtech que mensura riscos psicológicos com a ajuda de dados.
Na prática, a Bee Touch funciona como uma plataforma de
dados, chamada de AVAX, que monitora possíveis riscos psicológicos em pacientes
a fim de prevenir doenças mentais. Desde que foi fundada, em 2012, a startup já
monitorou mais de 4.600 pacientes.
Com a pandemia, a plataforma também viu seu número de atendimentos crescer 38%, e a média atual é de três novos cadastros por dia. Os anos de 2018 e 2019 somam juntos cerca de mil novos usuários na plataforma, enquanto em 2020 o número chegou a 560, ou seja, mais da metade do total dos dois anos anteriores.
Ana Carolina Peuker,fundadora e CEO da BeeTouch (Foto: Andréia Graiz)
Ana Carolina Peuker,fundadora e CEO da BeeTouch (Foto: Andréia Graiz)
Uma novidade recente é a criação da AVAX Psi, para empresas,
associações e instituições que desejam monitorar seus funcionários. Para 2021,
a meta da Bee Touch é se tornar a principal ferramenta de inteligência de dados
de saúde mental do Brasil, além de estar presente em outros países.

4 - Cuidas

A Cuidas, healthtech de saúde primária, foca no segmento
B2B. O objetivo da empresa, fundada em 2018 pelos empreendedores João Henrique
Vogel, Deborah Alves e Matheus Silva, é fazer um acompanhamento completo dos
pacientes, e não apenas de seus sintomas. E isso, segundo a empresa, serve como
alavanca para reduzir a sobrecarga no sistema público de saúde.
Durante a pandemia, a Cuidas fez valer o argumento da digitalização, e atendendo de maneira quase que exclusivamente remota, a healthtech teve um aumento no número de consultas via telemedicina em 74,6% e um salto de 185% em novos contratos com empresas.
João Henrique Vogel, cofundador da Cuidas
João Henrique Vogel, cofundador da Cuidas
Ainda em 2020, a startup recebeu um investimento de mais de
R$ 17 milhões em sua segunda rodada liderada pelos fundos Kaszek Ventures e
Península Participações.
“Para os próximos passos, investiremos no serviço de
atendimento psicológico, que as empresas têm pedido bastante nesse momento de
pandemia. Com o aporte que recebemos recentemente, também iremos implementar
novas funcionalidades na plataforma e potencializar nossa experiência de saúde
para o usuário, bem como a visualização de dados pelos times de RH das empresas
que atendemos”, comenta Rafael Appugliese, CGO da Cuidas.

5 - Dandelin

O Dandelin, plataforma que conecta pacientes a médicos,
surgiu como uma alternativa aos tradicionais planos de saúde, com mensalidade
fixa de R$ 100.
Para facilitar o acesso à serviços de saúde — ao mesmo tempo
em que poupa pacientes de pagar consultas particulares —, a healthtech permite
um agendamento ilimitado de consultas mensais, em mais de 60 diferentes
especialidades médicas.
Com a pandemia e a crescente necessidade de um atendimento
primário à saúde, o faturamento da startup mais do que quadruplicou. A curva
ainda é ascendente também em 2021: somente no mês de abril deste ano, o número
de atendimentos realizados pela plataforma cresceu 4 vezes quando comparado ao
número de agendamentos feitos no mesmo mês de 2020. Nos últimos 4 meses, a
startup ganhou 34% mais clientes, com 5.200 pessoas cadastradas.
A projeção otimista se mantém, e o Dandelin espera fechar o ano de 2021 com R$ 1,5 milhão em faturamento, além de aumentar a aquisição de pacientes, abrir novas praças presenciais no Brasil e incluir novos serviços, como a realização de exames.
Mara Redigolo, COO da Dandelin
Mara Redigolo, COO da Dandelin
"Nosso crescimento é reflexo do nosso alinhamento com as demandas de quem quer novas alternativas no mercado de saúde. No sistema do Dandelin um ajuda o outro, assim a nossa rede cresce, e nosso propósito ganha força. Além disso, a telemedicina trouxe novos olhares e possibilitou um crescimento ainda maior”, disse Mára Rêdiggollo, cofundadora da startup.