Hack Pelo Futuro
Diretor do Festival de Teatro de Curitiba: “Já era hora do modelo cultural ser reinventado”
O consumo de entretenimento foi impactado fortemente pela pandemia no novo coronavírus. Com as atividades culturais e artísticas canceladas, como a oferta de cultura e o mercado estão reagindo a esta nova demanda? Qual será o novo cenários e quais as adaptações deverão ser feitas para que empresas sobrevivam no pós-crise?
O futuro do entretenimento e da cultura foi o principal tema do quarto talk que compõe a programação do Hack Pelo Futuro, iniciativa que busca fomentar as ideias inovadoras em um mundo pós-pandemia.
Pensando nisso o bate-papo desta quinta-feira (23) reuniu Giovana Alcântara, diretora comercial da Kantar Ibope Media; Felipe Guerra, arquiteto, urbanista, cenógrafo e diretor de arte; e Leonardo Knopfholz, produtor do Festival de Teatro de Curitiba. Comandando o bate-papo, esteve Ilana Lerner, diretora da Biblioteca Pública do Paraná.
Os convidados apontaram suas visões de futuro, dificuldades e oportunidades de crescimento que surgem mesmo em meio à crise, e refletiram ainda sobre os desafios para manter a produção de arte e cultura rentável e emocionante.
Para Giovana Alcântara, o momento é de reinvenção e fortalecimento de quem produz conteúdo relevante. “O período de confinamento trouxe as pessoas para dentro de casa e a gente percebe um crescimento dos meios de comunicação como um todo. As pessoas estão isoladas, utilizando esses meios para se informar e entreter. Se eles já tinham força, isso ficou mais evidente neste momento”. E completa: “existe uma possibilidade de audiência que antes não existia. Essa é a hora de testar coisas novas, errar e acertar”.
Na visão de Knopfholz, o momento é desafiador e passa pela conscientização da população, que em sua visão é um ponto de virada para as mudanças no setor cultural, que passa por uma crise há algum tempo. “Já era hora do modelo ser reinventado e questionado”, afirma.
No ponto de vista de Felipe Guerra, a pandemia está acelerando as mudanças e o futuro está apontando para que empresas inteligentes possam investir em marketing e entretenimento, para que as marcas possam se posicionar e superar a crise. “As empresas com visões antigas vão retirar a verba de marketing, mas as inteligentes vão perceber que é justamente no investimento e entretenimento que está o futuro”, relata.
Seremos os mesmos no futuro?
Entre as incertezas sobre quando os grandes eventos e espetáculos serão permitidos novamente e se as pessoas ainda irão querer frequentar aglomerações, há dois pontos de vista. Na opinião da coordenadora regional da Kantar, quando a pandemia acabar o público vai querer consumir ainda mais apresentações culturais e viver novas experiências.
“As pessoas estão sensíveis à compaixão e colaboração, tudo precisa despertar emoção e surpreender. É justamente isso que as marcas estão buscando, projetos que façam a conexão com esse momento e que entreguem algo mais colaborativo para a sociedade”, completa a especialista.
Já Leandro questiona o comportamento das pessoas depois da pandemia. “Pode acontecer um aculturamento que também aconteceu durante a Sars, em que as pessoas demoraram para retornar às atividades dessa natureza [envolvendo aglomerações]. Não é porque a atividade está aberta que o consumidor está disposto a entrar” reflete.
Tendências de mercado
O talk que fecha a rodada de bate-papos do Hack Pelo Futuro é realizado nesta sexta-feira (24) a partir das 19h, e vai abordar o tema das tendências de mercado. As inscrições estão abertas pelo site.
Os convidados são Michel Costa da Founder Institute, Luanna Taniollo fundadora da Troc e Fábio Araújo da Brain Inteligência Estratégica. Quem media a conversa é Giancarlo Rocco, da Celepar.