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Festival Novo Mundo: o que esperar do consumo no mundo pós-pandemia?
O Festival Novo Mundo, versão online do Welcome Tomorrow -maior evento de mobilidade e tecnologia do Brasil, entra em seu segundo dia de transmissões. Nesta quarta-feira (8), o evento dedica debates ao futuro da educação e a importância das empresas no processo de ensino, além de tendências de consumo e comportamento.
Entre os convidados estão Flávia Verginelli, diretora de produtos e inovação do Google Brasil, Nina Silva, CEO do Movimento Black Money, e Camila Tabet, diretora de people design da Ambev para América do Sul. Você acompanha aqui no GazzConecta a programação desta quarta e os destaques do primeiro dia de evento.
Destaques do primeiro dia
Mobilidade, flexibilidade e comportamento
O bate-papo sobre sustentabilidade e mobilidade lembrou que o home office é um dos fatores chave para a urbanização das cidades e mudanças de comportamento principalmente de grandes centros. Uma pesquisa realizada pela LogMeIn, especializada em softwares de acesso remoto, apontou que 83,5% dos brasileiros dizem que gostariam de trabalhar em casa permanentemente.
Na visão de Alexandre Lafer Frenkel, CEO da Vitacon incorporadora de imóveis, a preferência pelo home office é um benefício pois uma das saídas para promover a sustentabilidade é a flexibilização de carga horária e também de moradia.
“O nosso entendimento da moradia é um conceito de flexibilidade. Ao invés de a pessoa comprar uma única casa sua vida inteira, a ideia é criar um formato de casa que melhor lhe atende em diferentes momentos da sua vida, que vai mudando várias vezes. A gente devolve mais tempo e mais vida para as pessoas”, explica Alexandre.
Para Myriam Tschiptschin, arquiteta, urbanista e gerente da unidade de Smart Cities e infraestrutura sustentável do Centro de Tecnologia e Edificações (CTE), a pandemia trouxe algumas tendências que não são agradáveis para a sustentabilidade, como a maior utilização de veículos individuais. “Por mais investimentos que existam em planejamento, foi da noite pro dia que o comportamento influenciou no espaço urbano das cidades e o modo de vida em sociedade", detalha Myriam.
André Iasi, CEO da Estapar, salienta a importância da empresa de estacionamentos para oferecer adaptações urbanas, e lembra a importância do investimento público em tecnologia que melhore o aproveitamento de espaços urbanos. “É importantíssimo o incentivo da iniciativa privada. O estado tem que entrar com um importante arbitro e regulador criando espaço para a iniciativa privada investir", lembra André.
Com as regras de distanciamento social e altas tarifas, o transporte público passa por uma crise. Para Luciana Nicola, superintendente de relações institucionais, sustentabilidade e negócios inclusivos do Itaú, quem pude vai deixar de optar por esse tipo de transporte.
Neste caso a bicicleta pode vir como um importante modal de transporte, promovendo qualidade de vida e sustentabilidade. “A gente tem acompanhado uma situação que o transporte coletivo tem uma demanda caindo bastante e um padrão de serviço difícil para manter os custos. A bicicleta pode ajudar a estimular a atividade física por exemplo, e se coloca em um movimento mais sustentável", prevê a superintendente.
Seremos mais produtivos e felizes
No segundo bloco do dia, a discussão foi sobre inovação, economia e felicidade. Na opinião de Douglas Pina, diretor executivo do Ticket Log, com as mudanças nas formas de trabalho a sociedade pode se tornar mais feliz e produtiva, impactando também a economia.
“Vamos ganhar muito em produtividade, quem não for produtivo vai ser um dinossauro, mas quem entender o novo cenário vai se divertir muito. A gente tem uma vida mais feliz ao equilibrar trabalho e casa, e essa divisão será cada vez menor. Seremos mais produtivos, mais felizes e quem tiver humildade para aprender vai ser mais produtivo”, salienta.
Segundo os convidados, as tendências para a economia estão nas pequenas empresas e principalmente na inovação. Para Daniel Castanho, presidente do conselho de administração da Ânima Educação, as pequenas empresas vão tomar cada vez mais espaço na economia, formando um grande ecossistema.
“As aquisições serão maiores e a Ânima vai investir em empresas que não são necessariamente faculdades e universidades. Esse modelo está olhando startups para fazer essa integração entre empresas maiores e menores. A gente vai deixar de ver empresas muito grandes. Pequenas organizações podem criar um grande mosaico, que a gente chama de ecossistema”, comemora Daniel.
Inovação é a palavra chave para Gianna Sagazio, diretora de inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na sua visão, para alavancar a economia, o investimento em processos de inovação é fundamental.
Gianna apontou também os dados de uma pesquisa realizada pela CNI, que consultou 400 lideranças de empresas do Brasil para traçar suas percepções sobre inovação.
70% das empresas consultadas foram fortemente impactadas pela pandemia e 85% reconheceram que precisam ser mais inovadoras para superar os obstáculos e crescer. “As empresas que buscarem o caminho terão uma perspectiva de futuro e vão gerar empregos de qualidade para ajudar a desenvolver o nosso país. Quem não inovar não terá futuro”, alerta.