Estudo da Gama Academy

Empresas têm dificuldades para contratar minorias para cargos de tecnologia

GazzConecta
16/01/2023 18:52
A diversidade no mercado de trabalho ganhou espaço no debate público nos últimos anos, com o crescimento das pautas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), o tema tornou-se ainda mais relevante.
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16) pela edtech de formação de profissionais em tecnologia, Gama Academy, identificou que, apesar das iniciativas e esforços no âmbito público e privado, ampliar a contratação de minorias ainda é um grande desafio para muitas empresas.
A 8ª edição do Tech Jobs Report identificou os perfis mais difíceis para contratação na área de tecnologia, seja por falta de qualificação, pela crescente demanda do mercado, falta de salário competitivo ou desistência do processo seletivo.
As mulheres constituem o perfil mais difícil para contratação pelas empresas, liderando o ranking com 54%. A lista segue também com PcDs (53%), pessoas negras (43%), profissionais acima dos 50 anos (32%), indígenas (28%), LGBTQIA+ (25%) e pessoas em situação de vulnerabilidade (22%). O estudo ouviu mais de mil profissionais e empresas durante o mês de dezembro, que puderam elencar mais de um perfil durante a pesquisa.
Guilherme Junqueira, CEO da Gama Academy, explica que a agenda de inclusão e diversidade ainda é um grande desafio para muitas empresas. “É fato que o avanço dessa agenda é fundamental para a construção de um mercado de trabalho mais produtivo. Todavia, no setor de tecnologia, essa evolução tem acontecido de forma lenta, com avanços significativos apenas nos últimos anos por meio de iniciativas como programas de formação exclusivos para esses públicos”, afirma.  ‌
Para o executivo, é indispensável uma atuação mais engajada das empresas no tema, sobretudo, quanto à capacitação desses profissionais. Isso porque, de acordo com o levantamento, as maiores dificuldades encontradas pelas empresas na contratação são falta de qualificação (55%), ausência de habilidades técnicas (54%), qualificação em soft skills (42%), desistência do processo seletivo (36%) e falta de salários e benefícios competitivos (32%).
O desafio para incluir minorias nas equipes de tecnologia não é exclusivo das empresas do setor tecnológico. O Tech Jobs Report ouviu empresas dos setores de Tecnologia (36%), Prestação de Serviços (11%), Finanças ou Bancária (9%), Educação (8%), Varejo ou E- commerce (8%), Indústria (6%), Saúde (6%) e Outros (16%). ‌
“Ou seja, precisamos avançar no mercado como um todo na promoção de iniciativas voltadas a esses públicos e que, de fato, permitam o ingresso dessas pessoas no setor tecnológico. É importante destacar, ainda, que uma equipe mais diversa contribui para a melhoria de diversos indicadores internos, como produtividade, inovação, competitividade e engajamento. Portanto, para além do fortalecimento da agenda ESG, a inclusão desses profissionais traz vantagens estratégicas importantes para os negócios e não podem ser menosprezadas”, conclui Guilherme Junqueira. ‌