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Vagas

Empresas estrangeiras de TI aumentam a procura por brasileiros

GazzConecta
30/04/2021 17:53
Em franco crescimento nos últimos anos, o mercado de Tecnologia da Informação (TI) tem atraído olhares de empresas estrangeiras para profissionais brasileiros. Muitas empresas que não atuavam de forma remota antes da pandemia foram obrigadas a se recriar e tornar a área parte do negócio estratégico.
Especializada em recrutamento e seleção em TI para empresas de todos os segmentos, a Icon Talent registrou em 2020 um aumento de 20% no número de vagas remotas oferecidas por empresas estrangeiras, devido à necessidade de adaptação das empresas ao isolamento social, e que deverá crescer 11% em 2021, segundo estimativa da IDC Brasil.
Fundada em 2018 em Curitiba, a empresa recruta profissionais de tecnologia de diversos estados para atuar remotamente em empresas no Brasil e no exterior. “O mercado internacional percebeu o grande potencial dos profissionais de TI no Brasil e hoje temos um aumento de vagas nas áreas de desenvolvimento e de gestão de TI. Estas vagas são pagas em moeda estrangeira. 30% dos candidatos que nós entrevistamos têm interesse em oportunidades fora do país, seja pela oportunidade de conhecer e conviver com novas culturas ou pela melhoria de carreira e salário”, explica Janaina Lima, sócia da Icon Talent.
E-commerce e soluções digitais
Para Christina Curcio, sócia fundadora da Icon Talent, a demanda na área de Tecnologia da Informação teve seu processo acelerado pela pandemia. “As empresas estão buscando profissionais com perfil técnico, mas que olhem e atuem com as outras áreas de negócio, trazendo soluções e inovações para as empresas.” Segundo Christina, as áreas que tiveram um grande aumento na contratação foram as de e-commerce, soluções digitais, automação, varejo, empresas de canais omnichannel, logística, saúde, agronegócio, soluções de mobilidade, infraestrutura de TI e consultorias.
Emerson Belluomini é candidato a uma vaga internacional e conta que seu interesse surgiu como uma possibilidade de desenvolver alternativas profissionais. “Este é um mercado crescente de oportunidades, caracterizado pela demanda acentuada em muitas áreas de negócio. O modelo foi fortemente impulsionado pela consolidação no emprego de ferramentas colaborativas. Minha expectativa é poder desenvolver diversas parcerias para poder contar com um portfólio de projetos amplo a desenvolver, de acordo com o plano de negócios de cada organização”, conta o profissional de TI.
Belluomini afirma que os processos seletivos internacionais valorizam a experiência dos profissionais, independentemente da idade ou nacionalidade.
Atenção ao currículo
Nos processos seletivos realizados para empresas do exterior, Christina recomenda atenção dos candidatos com relação ao currículo, já que os modelos utilizados no Brasil costumam não ter o detalhamento que as empresas esperam. A Icon Talent estima que, dos candidatos que aplicam seus currículos para vagas no exterior, apenas 5% apresentam um currículo mais detalhado. “Isso vale para informações como projetos relevantes executados, maiores desafios profissionais, informações sobre a empresa em que trabalhou, como ramo e tamanho, atualização de cursos realizados e contatos de recomendações de onde atuou”, pontua.
Língua e salários
Outro dado interessante é com relação à língua estrangeira: levantamento da empresa revela que metade dos candidatos que citam que possuem inglês avançado em seus currículos são reprovados em testes de conversação, e 15% desistem do processo ao saber da existência de entrevista em outra língua.
Segundo os recrutadores, as empresas buscam o perfil comportamental dos brasileiros, que em sua maioria são amigáveis, compreensivos e dedicados. “As vagas internacionais buscam profissionais para trabalhar 100% remoto, com salários em moeda estrangeira (a maioria em dólar), oportunidade de crescimento de carreira e muitos treinamentos. Vagas de desenvolvimento (em todas as linguagens) e gestores de tecnologia da informação e segurança são os perfis mais procurados pelas empresas que atuam com a Icon Talent”, detalha Christina.
“Tirando o frio na barriga por conta do idioma, logo depois o processo tende a ser similar a qualquer outro para uma vaga de tecnologia. Em processos passados, dependendo do tamanho da empresa, foram várias reuniões e, usualmente, as últimas são com o CEO. O que mais me atrai, além da remuneração, é a estrutura de startup mais madura do que costumamos ver no Brasil, possibilidade de networking internacional e as equipes com mais conhecimento tecnológico”, relata o profissional Gabriel Tadeu, que vem participando de alguns processos internacionais.